Reportagem da época contava que esse carro modificou o sistema de abastecimento das companhias de táxi dessas cidades. Seu consumo urbano médio era de 13,3 km/h, bem melhor que os de Checker Marathon, Chevrolet Caprice ou Ford Crown, que faziam parte da paisagem da Big Apple. Poucos carros americanos tinham então uma versão a diesel — apenas modelos grandes e pesados, como Oldsmobile Delta 88 e Cadillac Seville, com motor V8 de 5,7 litros e 105 cv.

Espaço para passageiros e bagagem era o destaque na Break: mais longa que o sedã, levava até sete pessoas ou duas e mais 2.240 litros de carga

Em fevereiro de 1982 era lançada a perua 505, ou Break, como chamam os franceses. Ao contrário da antecessora 504, tinha um belo perfil e chamava atenção pelo conjunto harmonioso. No que se refere à capacidade de carga, esbanjava espaço: com apenas dois lugares em uso, o compartimento de bagagem chegava ao volume de 2.240 litros. Eram seis versões: GL 2,0 com 82 cv, GR e SR 2,0 com 96 cv, GLD 2,3 com 70 cv, GRD e SRD 2,5 com 80 cv — as três últimas a diesel.

Media 4,90 metros, com entreeixos de 2,90 m, e seu peso era de 1.300 kg. Outra diferença em relação aos sedãs era que a suspensão traseira usava eixo rígido. Com exceção da versão GL, tinha como opcional o terceiro banco, que podia acomodar bem dois adultos de baixa estatura. Concorriam na mesma categoria as peruas Volvo 240, Opel Rekord, Ford Sierra e Granada, Audi 100 Avant, Mercedes-Benz 200, Citroën CX e VW Passat Variant, todas de bom porte e de muita classe. Na América a perua também tinha ótima aceitação. E em Cumberland, no estado do Maine, a polícia local fez uso do modelo francês.

A sigla GTI designava um 505 mais rápido, com motor de 2,2 litros a injeção e 130 cv -- o bastante para chegar perto de 190 km/h

Espírito esportivo   Em agosto de 1983 chegava uma nova versão do sedã, mais atraente. Se o 505 já brilhava nas pistas (leia boxe abaixo), a Peugeot usou a carismática designação GTI, lançada em 1976 pelo VW Golf, para sua opção esportiva de rua, que trazia melhor acabamento interno e externo e motor mais valente. O quatro-cilindros de 2.165 cm³, com injeção Bosch L-Jetronic, entregava potência de 130 cv a 5.750 rpm e torque de 19,2 m.kgf a 4.250 rpm. Velocidade máxima de 188 km/h e 0 a 100 km/h em 11 segundos denotavam um carro rápido e agradável de dirigir. Era fornecido com câmbio manual de cinco marchas, direção assistida mais rápida, quatro freios a disco, pneus 185/70 R 14 H e amortecedores mais firmes para melhorar o comportamento em curvas. Continua

Em escala
A famosa empresa francesa Norev reproduziu, em escala 1:43, o sedã 505 na cor azul (acima). É uma miniatura simples, sem suspensão ou detalhes como retrovisores.

A Label 43, especialista na escala 1:43, fez nessa escala uma interessante miniatura da 505 GTI Break da Gendarmerie, a polícia francesa. A perua azul (ao lado) tem faixas brancas, faróis auxiliares e luzes de teto.

Na mesma escala, o fabricante MVI reproduziu a perua Dangel 4x4 em versão ambulância, branca e com a suspensão elevada que caracterizava a versão.
Para ler

Revue Technique Automobile, Peugeot 505, essence et diesel - por Etai. Publicado em 1999, o livro de 138 páginas em francês tem farto conteúdo técnico sobre as versões a gasolina e a diesel. Inclui dados da perua de tração integral desenvolvida pela Dangel.

 
Nas pistas
Os campeonatos monomarca sempre foram uma ótima vitrine para as fábricas e para os freqüentadores das pistas na França. Vários circuitos são palcos das disputas acirradas das categorias. Em 1980 o Peugeot 505 começava sua participação no Campeonato Francês de Produção para carros acima de 1.600 cm3, competindo na classe de 2,5 litros. E não teria vida fácil, pois ali estavam pilotos muito experientes e carros famosos como BMW 323i e 530i, Rover 3500 e Ford Capri, da classe acima, e Alfa Romeo GTV na mesma categoria.

Nas mãos do experiente Jean Pierre Beltoise, que já havia percorrido várias categorias do automobilismo, o 505 patrocinado pelas baterias Dinin faria bonito nos circuitos franceses como Montlhéry, Pau, Nogaro, Paul Ricard e Bugatti. Sua primeira vitória se deu no circuito de Nogaro, antepenúltima prova do campeonato. Ficou em sexto geral na temporada. O carro entregue ao experiente preparador Danielson, além da preparação do chassi e carroceria, tinha 190 cv.

No ano seguinte se tornava uma equipe formada pelas concessionárias da marca. Beltoise lutava contra o regulamento da competição, por causa do desnivelamento dos carros na categoria.

Por fim conseguiu a homologação do turbocompressor. Em 1983 mais carros entravam para a categoria: Porsche 924, Talbot Tagora V6, Mitsubishi Lancer Turbo e Renault 5 Turbo. A disputa ficava muito mais quente. A primeira vitória do 505 se deu em Hockenheim, Alemanha, antes da prova de Formula 1.

No motor preparado outra vez por Danielson, o turbo Garrett foi substituído por um KKK com pressão elevada a 1,7 bar, a injeção era mecânica Bosch K-Jetronic e o escapamento do tipo 4-em-1. O sistema de freios era o mesmo do Porsche 956. O motor de quatro cilindros e 2.155 cm3 passava a ter 400 cv a 6.600 rpm e, apesar dos 1.210 kg, o carro acelerava de 0 a 100 km/h em apenas 4,5 segundos e atingia a velocidade final de 263 km/h. Um felino ultra-rápido.

Em 1984 Beltoise vencia o campeonato francês com o 505 Turbo e seu companheiro de equipe (também ex-Fórmula 1) Jean Pierre Jabouille terminava em quarto. Os dois pilotos conseguiram ao todo oito vitórias importantes entre 1984 e 1987.

Em 1985 a Peugeot lançava o Troféu 505 Turbo. Os carros eram muito semelhantes aos de série, com potência de 230 cv, e usavam pneus TRX de rua, logo substituídos por pneus lisos de competição, mais adequados. A categoria monomarca não fez muito sucesso devido à concorrência no mesmo estilo. Foi só até 1987.

Na Escola de Pilotagem em Terra ou Neve, em Magny-Cours, na Peugeot-Shell, na de Jean Michel Fabre e também na de Jean Pierre Beltoise, os Peugeots 505 GTI e Turbo estavam entre os carros à disposição dos alunos nas décadas de 1980 e 1990. Todos os outros disponíveis eram menores e de tração dianteira. No 505 teriam aprendizado emocionante garantido.

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