Os campeonatos monomarca sempre foram uma ótima vitrine para as
fábricas e para os freqüentadores das pistas na França. Vários
circuitos são palcos das disputas acirradas das categorias. Em
1980 o Peugeot 505 começava sua participação no Campeonato
Francês de Produção para carros acima de 1.600 cm3, competindo
na classe de 2,5 litros. E não teria vida fácil, pois ali
estavam pilotos muito experientes e carros famosos como BMW 323i
e 530i, Rover 3500 e
Ford Capri, da classe
acima, e Alfa Romeo GTV na mesma categoria.

Nas mãos do experiente
Jean Pierre Beltoise, que já havia percorrido várias categorias
do automobilismo, o 505 patrocinado pelas baterias Dinin faria
bonito nos circuitos franceses como Montlhéry, Pau, Nogaro, Paul
Ricard e Bugatti. Sua primeira vitória se deu no circuito de
Nogaro, antepenúltima prova do campeonato. Ficou em sexto geral
na temporada. O carro entregue ao experiente preparador
Danielson, além da preparação do chassi e carroceria, tinha 190
cv.
No ano seguinte se tornava uma equipe formada pelas
concessionárias da marca. Beltoise lutava contra o regulamento
da competição, por causa do desnivelamento dos carros na
categoria. |
Por fim conseguiu a
homologação do turbocompressor. Em 1983 mais carros entravam
para a categoria: Porsche 924,
Talbot Tagora V6, Mitsubishi
Lancer Turbo e Renault 5
Turbo. A disputa ficava muito mais quente. A primeira
vitória do 505 se deu em Hockenheim, Alemanha, antes da prova de
Formula 1.
No motor preparado outra vez por Danielson, o turbo Garrett foi
substituído por um KKK com pressão elevada a 1,7 bar, a injeção
era mecânica Bosch K-Jetronic e o escapamento do tipo 4-em-1. O
sistema de freios era o mesmo do Porsche 956. O motor de quatro
cilindros e 2.155 cm3 passava a ter 400 cv a 6.600 rpm e, apesar
dos 1.210 kg, o carro acelerava de 0 a 100 km/h em apenas 4,5
segundos e atingia a velocidade final de 263 km/h. Um felino
ultra-rápido.
Em 1984 Beltoise vencia o campeonato francês com o 505 Turbo e
seu companheiro de equipe (também ex-Fórmula 1) Jean Pierre
Jabouille terminava em quarto. Os dois pilotos conseguiram ao
todo oito vitórias importantes entre 1984 e 1987.
Em 1985 a Peugeot lançava o Troféu 505 Turbo. Os carros eram
muito semelhantes aos de série, com potência de 230 cv, e usavam
pneus TRX de rua, logo substituídos por pneus lisos de
competição, mais adequados. A categoria monomarca não fez muito
sucesso devido à concorrência no mesmo estilo. Foi só até 1987.
Na Escola de Pilotagem em Terra ou Neve, em Magny-Cours, na
Peugeot-Shell, na de Jean Michel Fabre e também na de Jean
Pierre Beltoise, os Peugeots 505 GTI e Turbo estavam entre os
carros à disposição dos alunos nas décadas de 1980 e 1990. Todos
os outros disponíveis eram menores e de tração dianteira. No 505
teriam aprendizado emocionante garantido. |