Valente nas ruas e no deserto

Em mais de 25 anos e três gerações, o Mitsubishi Pajero
tornou-se famoso pela robustez e venceu muitos ralis

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A Mitsubishi Shipbuilding Co. Ltd. construía navios quando, em 1917, lançou seu primeiro automóvel. Mas o Modelo A, com produção artesanal e baseado no Tipo 3 de sete lugares da Fiat, era caro e não passou de 22 unidades. Três anos depois era fundada a Mitsubishi Internal Combustion Engine Co. Ltd., fabricante de motores de avião, cuja fusão com a primeira empresa daria origem em 1934 à Mitsubishi Heavy Industries.

Após a Segunda Guerra Mundial a companhia era dividida em três e, em 1959, surgia o primeiro carro da marca produzido em série — o pequeno 500 —, seguido pelos maiores Minica, Colt, Debonair e Galant, todos nos anos 60. Só em 1970, com o sucesso no ramo de automóveis já concretizado, era criada uma divisão para essa finalidade, a Mitsubishi Motors Corporation (MMC). Dez anos depois, a empresa despejava em diversos mercados um milhão de carros por ano.

Um pioneiro: em 1936 a Mitsubishi construía o PX33, um carro com tração nas quatro rodas, suspensão elevada e motor a diesel

Seu envolvimento com modelos com tração nas quatro rodas, porém, vem de muito antes. Em 1936 eram construídos os protótipos do PX33, com motor diesel, o primeiro automóvel 4x4 do Japão. O projeto com fins militares não vingou, mas em 1953 a empresa assinava um contrato de licença com a americana Willys-Overland, para produzir o Jeep CJ-3 em versões de entreeixos curto, médio e longo e também perua (similar à Rural brasileira). O jipe se manteria no mercado, para surpresa de muitos, até 1998.

Na década de 1970, porém, diversos fabricantes perceberam o interesse do consumidor por utilitários mais confortáveis, que servissem para seu transporte individual e familiar, sem prejuízo da capacidade fora-de-estrada. Os Estados Unidos compravam aos montes modelos como Jeep Cherokee, Ford Bronco e Chevrolet Blazer (então derivado dos picapes grandes, não do S10). Na Europa o Range Rover mostrava o caminho e, no Japão, as novas gerações do Toyota Land Cruiser e do Nissan Patrol seguiam proposta semelhante. A Mitsubishi não podia ficar de fora.

Em 1981 o Pajero chegava ao mercado em versão de chassi curto, com capota de lona ou teto rígido e motor a gasolina ou a diesel

Assim, no Salão de Tóquio de 1973 apresentava um conceito de nome Pajero, que evoluiria para a versão II cinco anos mais tarde no mesmo evento. Da repercussão desses estudos entre o público e a imprensa, a empresa obteve coordenadas para que o modelo de produção nascesse adequado às expectativas do mercado. Em outubro de 1981, também no salão da capital japonesa, estreava a versão final do Pajero — cujo nome vinha do felis pajero, um felino que vive na Patagônia, no extremo sul da Argentina e do Chile. Essa geração é conhecida na empresa pelo codinome L040.

A primeira carroceria tinha três portas, 3,99 metros de comprimento e 2,35 m de distância entre eixos. Disponível com teto rígido ou capota de lona (com o que se podia deixar a seção traseira aberta), mostrava um estilo simples, com linhas retas, faróis circulares, grande área envidraçada e pára-choques de lâmina única. No interior espartano, o painel já trazia um instrumento que até hoje equipa o Pajero: um inclinômetro, que mostra o ângulo de inclinação do veículo nos eixos longitudinal e transversal.
Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 14/4/07

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade