Os faróis em forma cônica montadas nos para-lamas eram o destaque do MG TF, última evolução da linha em 1953; o da foto já trazia o motor de 1,5 litro adotado mais tarde

No TD Mark II, pequenas alterações no motor para desenvolver 58 cv


Desenho do TF, mostrando a abertura do capô, e seu charmoso interior

Em 1951 aparecia uma versão com ligeiras modificações no motor, carburadores novos e taxa de compressão maior. Com 58 cv, o TD Mark II fazia de 0 a 100 km/h em 19 segundos e a velocidade final era de 130 km/h. Até 1953 foram produzidos 29.600 carros e a exportação para a América continuou muito forte. Alguns concorrentes também estavam querendo esse mercado: o compatriota Triumph TR1, o meio-irmão Austin-Healey 100-4, o francês Simca 8 Sport, o alemão Porsche 356 e o italiano Lancia Aprilia em versões especiais.

No fim desse ano chegava o MG TF, com amplas novidades na parte dianteira e carroceria mais moderna que a dos antecessores. A grade cromada estava menor, ligeiramente inclinada para trás, assim como os para-lamas com os faróis circulares em forma de cone integrados a eles. Também novos eram capô, para-choques e o para-brisa menor. Mantinha o estribo e a traseira tinha poucas mudanças, assim como as dimensões: 3,73 m de comprimento, 1,52 m de largura, 1,33 m de altura (o entre-eixos era mantido). O peso chegava a 916 kg.

Por dentro recebia novo painel com dois porta-luvas nas extremidades e três mostradores com formato octogonal ao centro. Bonito e discreto, tinha fundo preto e grafismo branco. À esquerda abrigava o velocímetro com um relógio inserido — um inglês nunca se atrasa, ainda mais a bordo de seu roadster —, ao centro amperímetro, marcador de combustível e termômetro de óleo e à direita o conta-giros. O motor inicial era o mesmo do TD, mas em 1954 estreava um maior, batizado como XPEG. Ainda com bloco e cabeçote em ferro fundido e comando no bloco, sua cilindrada subia para 1.466 cm³ (73 x 90 mm), a potência passava a 63 cv e o torque a 10,5 m.kgf. Fazia de 0 a 100 km/h em 17 segundos e alcançava 145 km/h.

Apesar dos esforços, o novo MG já tinha concorrentes de peso em todas as classes. A receita de sucesso era simples, mas bastante imitada. Estavam lá o Jaguar XK 120, o Morgan Plus. Fora da ilha havia outros modelos ávidos pelo mesmo mercado como o Peugeot 203 cupê conversível e o Lancia Aurelia B24. Ultrapassado, o TF não resistiu por muito tempo e terminou a série T com pouco mais de 9.600 unidades produzidas. O grupo formado pela British Motor Corporation (BMC) em 1952 decidiu renovar e padronizar a linha, usando componentes comuns para produzir diversos automóveis de segmentos diferentes. Três anos depois o MG A o substituiu, mas jamais atingiu o sucesso do anterior considerado hoje, de longe, o mais clássico dos MG.

Para ler
MG T-Series: The Complete Story - por Graham Robson, editora Crowood. Se o interesse é específico pela série T, este livro de 200 páginas publicado em 2007 é boa opção. Mostra como a MG ganhou popularidade com a linha, abrindo fundações para outros sucessos como MG A e MG B. Há informações sobre o projeto, perfis de pessoas relevantes, dados de competições e fichas técnicas.

MG T-Series in Detail: TA-TF, 1935-55 - por Paddy Willmer, editora Herridge & Sons. Quase tão ampla quanto a anterior (176 páginas), a obra descreve com detalhes os carros ingleses que abriram caminho para outros esportivos compatriotas no mercado norte-americano. Lançado em 2005.

MG: Britain's Favorite Sports Car - por Malcolm Green, editora Haynes. Há uma detalhada história da marca em 240 páginas neste livro de 2005, do modelo inicial ao recente TF.
Os de maior interesse histórico — a série T, o MG A e o MG B — merecem destaque. O autor é correspondente da revista mensal MG Enthusiast.

MG Sports Cars - por John Heilig, Motorbooks. Evolução, dados técnicos e informações em geral de diversos modelos MG estão no livro de 96 páginas, publicado em 1996. Além da série T, conta com Chummy, Midget, série J, MG A, MG B, MG C, MG V8, MGR V8 e MG F.

The Essential MG
- por Graham Robson, editora Motorbooks. Em 160 páginas, a obra do autor inglês, jornalista de longa data, aborda os modelos mais marcantes da marca britânica. Livro de 2004.

MG - por Jonathan Wood, editora Shire. Este pequeno volume de 56 páginas conta com 80 ilustrações que contam a trajetória da marca. Lançado em 2008.
Ficha técnica
_ TA (1936) TD (1950) TF (1954)
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal, 4 em linha
Comando e válvulas por cilindro no bloco, 2
Diâmetro e curso 63,5 x 102 mm 66,5 x 90 mm 72 x 90 mm
Cilindrada 1.292 cm3 1.250 cm3 1.466 cm3
Taxa de compressão 6,5:1 7,25:1 8,3:1
Potência máxima 50 cv a 4.500 rpm 55 cv a 5.200 rpm 65 cv a 5.500 rpm
Torque máximo ND 8,9 m.kgf a 2.600 rpm 10,5 m.kgf a 3.000 rpm
Alimentação 2 carburadores
CÂMBIO
Marchas e tração 4, traseira
FREIOS
Dianteiros e traseiros a tambor
SUSPENSÃO
Dianteira eixo rígido independente, braços sobrepostos
Traseira eixo rígido
RODAS
Pneus ND 5,50-15
DIMENSÕES
Comprimento 3,54 m 3,68 m 3,73 m
Entreeixos 2,39 m
Peso 800 kg 876 kg 912 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 130 km/h 130 km/h 140 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 24 s 23 s 16 s
ND = não disponível

Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade