O pulo do gato

Projetado para chamar atenção para um motor, o Jaguar XK 120
teve grande atuação nas estradas e nas pistas de corrida

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

O SS1, primeiro modelo da Standard Swallow, que se tornaria a Jaguar

O motor XK, com duplo comando e câmaras hemisféricas, precedeu ao carro: foi para servir de demonstração que a Jaguar desenhou o 120

No mundo do automóvel não é fácil fazer um carro tornar-se uma lenda, um veículo que seja lembrado através dos tempos. Que, anos após sua produção, ainda desperte admiração e arranque suspiros por onde passe. Que sempre faça papel de destaque em seriados, novelas ou filmes. Esse prestígio de referência de uma época foi atingido por alguns modelos de uma empresa inglesa que se destacou desde o início de sua produção, em Blackpool, entre 1922 e 1923.

Era a Swallow (andorinha em inglês) Sidecar Company, fundada por Willian Lyons e Willian Walmesly. No início ela se dedicava à construção de sidecars para motocicletas. Logo em 1926 já fazia carrocerias esportivas para o chassi do Austin Seven e de outros fabricantes, como Morris e Wolseley. Então o nome da empresa ganhou corpo: The Swallow Sidecar and Coachbuilding Company. Em 1928 a fábrica foi mudada para Foleshill e trocou o nome para Swallow Coachbuilding Company. A mudança de ares trouxe melhores contatos com fabricantes de motores e chassis e o início de um longo relacionamento com a Standard Motor Company, de Coventry.

Começou então a produzir automóveis muito interessantes. O primeiro a fazer sucesso foi o SS1, que vendeu 777 exemplares. Era equipado com motor de seis cilindros e 2,1 litros da marca Standard, que fornecia para várias empresas. O modelo SS2 de menor cilindrada (1,1 a 1,6 itro) foi produzido até 1936, mas Lyons não estava satisfeito com seu desempenho. Por este motivo entraria na empresa Harry Weslake, que desenharia um novo comando de válvulas no cabeçote para o motor Standard e o deixaria com muito mais fôlego. O seis-cilindros em linha de 2,5 litros saltava assim de 70 para 105 cv. Weslake não era funcionário da casa, mas um consultor competente.

Em 1935 a empresa passava a se chamar SS Cars. Lyons promoveu a nova linha de automóveis com novos motores e a marca SS Jaguar (Jaguar era a marca de um motor aeronáutico fabricado pela Armstrong Siddeley e foi cedida para a SS Cars). Os primeiros carros foram o SS Jaguar 1.5 Litre e o 2.5 Litre, mas o sucesso viria com o SS Jaguar 100, um belo roadster de bom desempenho para a época. Causou sensação, mas apenas 314 exemplares foram construídos. Em 1937 a empresa alcançava prestígio no mercado e consolidava a imagem de desempenho esportivo. A proposta da empresa era associar conforto e esportividade.

Um cupê fechado foi construído em 1938 em modelo único, com linhas muito curvas, capô longo, duas portas, pára-brisa de uma só peça e rodas traseiras carenadas. Foi apresentado no Salão de Earls Court, onde causou impacto. Serviria de inspiração para um modelo futuro. Como a maioria das empresas européias, durante o confronto que abalou o Velho Continente entre 1939 e 1945 as instalações da SS serviram para fins bélicos. Mesmo com essa prioridade, havia trabalhos em um novo motor e um sedã de luxo.

O motor teria de ser robusto, confiável, ter alto desempenho e até ser agradável aos olhos. Por questão de custos, a intenção era uma unidade de quatro cilindros, mas não estava descartada uma com seis cilindros em linha ou mesmo um V8. Junto com Harry Weslake, especialista em cabeçotes, estavam Walter Hassan, Claude Baily e William Heynes, este o coordenador da brilhante equipe. O primeiro esboço foi codificado de XA. O “X” era alusivo a Experimental e a outra letra respeitava a ordem alfabética. Várias maquetes foram concebidas. Continua

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Data de publicação: 13/9/08

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