Na Europa da década de 1950, circuitos como os de Nurburgring na
Alemanha, Le Mans na França, Monza na Itália e Silverstone na
Inglaterra eram lugares sagrados do automobilismo mundial. Neles
triunfavam e duelavam marcas novas como a Ferrari e antigas como
a Aston Martin, a Alfa Romeo e a Mercedes-Benz.
Em 1951, Guy Broad venceu a corrida 24 Horas de Le Mans com um
Jaguar XK 120 roadster Tipo C. Usava os mesmos componentes
mecânicos do XK, mas tinha a carroceria modificada para melhorar
a fluidez aerodinâmica. No ano seguinte foi a vez de Julian
Bronson vencer. Em 1956, Daniel Patrick com um XK-D 140 passou
em primeiro na prova francesa. Sua base mecânica era a mesma do
XK, mas com carroceria evoluída em relação ao Tipo C.
Nos ralis europeus o XK também fez bonito. Com exceção das
ranhuras para melhorar a refrigeração do motor, era quase
original. Outra prova francesa famosa na época era a 12 Horas de
Reims. Um XK com carroceria original foi o vencedor. Em 1951,
Jacques Ickx, pai do excelente piloto dos anos 70 Jacky Ickx,
junto com Johnny Claes, venceu o rigoroso Rali Liège-Roma-Liége.
Uma das provas importantes também vencidas com o carro britânico
foi a do Real Automóvel Inglês em 1953. E, no famoso Rali dos
Alpes, teve importantes participações entre 1950 e 1960.
Nos recordes foi rei. Um protótipo denominado HKV 500, com
linhas bem próximas às do modelo de série, mas com pára-lamas
mais altos e melhor aerodinâmica, atingiu em 1954 a
impressionante velocidade de 278 km/h na auto-estrada Jabbeke,
na Bélgica. Foi pilotado por Norman Dewis, piloto oficial da
fábrica. O XK era freqüentador assíduo também da pista de
recordes francesa Linas-Montlhéry. Em agosto de 1952 um cupê,
pilotado pelo grande Stirling Moss, Hadley, Johnson e Fairman,
bateu cinco recordes mundiais. Um equipamento interessante
instalado no painel original era um rádio com imenso microfone,
para que os pilotos pudessem se comunicar com a torre de
controle. |

Foram sete dias
ininterruptos de prova — o carro só parava para trocar de
piloto, abastecer, trocar óleo e fazer pequenas manutenções. O
próprio Willian Lyons fez questão de acompanhar a epopéia
automobilística.
O primeiro recorde batido foi de 10.000 quilômetros, à média de
172,65 km/h. Depois o de três dias contínuos a 169,72 km/h,
outro de 15.000 km a 163,93 km/h, o quarto de quarto dias
contínuos a 162,28 km/h e, finalmente, o de 10.000 milhas
(16.090 km) a 161,96 km/h. O cupê XK 120 ainda estabeleceu o
recorde mundial de 72 horas à média de 168,8 km/h.
Foi mesmo um monstro sagrado do automobilismo mundial. |