


As versões abertas logo ganharam
a companhia do cupê fechado, que não exibia a mesma elegância, mas
oferecia interior mais requintado

A fábrica em 1950: nesse ano a
carroceria passou a ser feita em aço |
Sua
carroceria era construída em alumínio — aço estava em falta na época,
razão para até o utilitário Land Rover recorrer ao metal mais leve — e o
chassi em estrutura de madeira. Estava disponível apenas como roadster
com capota, mas sem vidros nas portas. As rodas traseiras eram
fechadas, mas esta parte do pára-lama podia ser retirada com facilidade.
Seu peso era de 1.295 kg e tinha 4,40 metros de comprimento, 1,58 m de
largura, 1,32 m de altura e 2,59 m de distância entre eixos. O número
120 referia-se à velocidade final de 120 milhas por hora, ou seja, 193
km/h.
Em maio de 1949, na famosa auto-estrada belga de Jabbeke Aeltre, palco
de vários recordes de carros europeus, o novo felino estabeleceu um
marco para carros em produção com motor de
aspiração natural. Um XK com carroceria ligeiramente modificada — no
lugar do pára-brisa havia uma pequena carenagem —, dirigido pelo piloto
de testes Ronald Sutton, cravou 132,6 milhas por hora, 213,3 km/h. Foi
registrado pelo Automóvel Clube Real da Bélgica como o carro mais rápido
do mundo em produção em série. Outro recorde mundial estabelecido foi o
de 72 horas com a média de 168,8 km/h. Provou a robustez do novo motor.
O seis-cilindros tinha duplo comando no cabeçote, bloco em ferro
fundido, camisas em aço e cabeçote em alumínio. Sua cilindrada foi
mantida em 3.442 cm³ (diâmetro e curso de 83 x 106 mm) e o virabrequim
usava sete mancais de apoio, para funcionamento suave. Sua potência era
de 160 cv a 5.000 rpm e o torque máximo de 27 m.kgf a 2.500 rpm.
Alimentado por dois carburadores SU H6 em posição horizontal, sua
taxa de compressão era de 8:1, mas sob
encomenda podia ser de 7:1 para uso de gasolina de menor
octanagem. O som do motor, muito
atraente, convidava quem estivesse ao comando a acelerar forte.
Com tração traseira, a caixa de quatro marchas era da marca Moss, sendo
que a primeira não era sincronizada. Sua
embreagem tinha comando hidráulico e a transmissão era da renomada
Salisbury, com quatro relações disponíveis para o eixo traseiro. A suspensão dianteira independente contava com braços
triangulares sobrepostos, barras de torção longitudinais e
estabilizador. Atrás usava eixo rígido e molas semi-elípticas. Os
amortecedores tinham a marca Girling e pneus Dunlop na medida 6,00-16
vinham em rodas de aço estampado, ou belas rodas raiadas opcionais, e
podiam ter bandas brancas, que faziam muito sucesso na época. Estavam no
pacote de extras também bancos especiais de competição, escapamento
duplo, tanque de combustível de 90 litros em vez dos 52 originais e dois
estepes.
Por dentro era justo para dois ocupantes. O motorista tinha posição
sofrível, já que não havia ajustes. O volante de quatro raios tinha
diâmetro grande e impunha uma posição desconfortável. Em seu centro
havia um adorno em forma de ogiva — bonito, mas bastante contundente em
caso de colisão frontal, sobretudo numa época em que nem se falava em
cinto de segurança. O painel, em posição central, era bem-equipado com
instrumentos da marca Smiths: velocímetro, conta-giros, manômetro de
óleo, termômetro de água e relógio elétrico. O revestimento de bancos e portas era de boa qualidade. Para um esportivo, o porta-malas era
muito bom. Abaixo dele ia o estepe. A capota de lona de boa qualidade vinha na cor preta,
cinza, marrom ou branca.
Continua
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