A arrancada de uma saga

As paixões e a diversão despertadas pela Porsche vêm de
berço: o pioneiro 356 acertou em cheio no gosto do público

Texto: Fabiano Pereira – Fotos: divulgação

Em algum lugar acima das nuvens, o Professor Ferdinand Porsche deve estar assistindo orgulhoso ao desenrolar do legado que ele deixou em 1951. Foi bem curto o tempo que ele teve para ver sua fábrica de carros esporte começar a progredir em direção ao Olimpo das marcas de sonho. Mas sua presença no mundo do automóvel surtiu outros frutos impressionantes bem antes do surgimento, em 1948, do 356, que coroou a trajetória de excelência profissional desse checoslovaco naturalizado alemão.

Ainda em 1900, aos 25 anos de idade, o Professor colocava seu nome na história ao apresentar o Lohner-Porsche, veículo feito para uma companhia austríaca, na feira Exposition Universelle de Paris. Avançado para a época, cada roda do automóvel tinha seu próprio motor elétrico. Passaram-se vários anos nos quais o engenheiro também participou ativamente da criação de aeronaves e veículos comerciais.

Já os 25 anos o Professor Porsche surpreendia o mundo, em 1900, com o Lohner-Porsche, dotado de um motor elétrico em cada roda

Trabalhando como diretor técnico da Austro-Daimler, ele começou a projetar e testar carros de corrida. Sua habilidade ajudou no desenvolvimento dos clássicos Mercedes-Benz SS e SSK. Em 1931 surgia em Stuttgart, Alemanha, a Porsche Engenharia, um time de 12 projetistas liderados pelo jovem Ferdinand Anton-Ernst Porsche, ou Ferry, filho do Professor. Brotava nessa firma a semente que viria a se tornar a marca hoje tão prestigiada. Essa empreitada ainda embrionária seria responsável pela criação do automóvel alemão de maior influência no mundo até hoje, o Volkswagen, em 1934.

O "carro do povo" só não seria um modelo da Porsche porque simplesmente deu origem a um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo. E, é evidente, porque não combinaria com o status esportivo que seu criador pretendia associar a sua própria marca. Em 1938 Ferdinand Porsche ajudaria a erguer a fábrica da VW em Fallersleben (renomeada Wolfsburg em meados de 1945). Quando tudo estava pronto para a produção em massa, a Segunda Guerra Mundial estourou.

O Cisitalia-Porsche de grande prêmio, outra criação inovadora: 12 cilindros, câmbio seqüencial e tração integral em 1947

O VW foi militarizado, tornando-se o jipe Kübelwagen e o anfíbio Schwimmwagen. Somente em 1946 reassumiria caráter civil para ser o maior sucesso comercial de seu criador. Mas, quando a gasolina corre nas veias, não basta a rapidez das vendas. A equipe da Porsche, então transferida para Gmünd, região da Caríntia, Áustria, queria mesmo criar seu tão sonhado esportivo. O carro de grande prêmio Cisitalia-Porsche foi um excelente aperitivo em 1947. Com motor boxer de 12 cilindros e 350 cv, câmbio seqüencial e tração integral, esse precursor dos monopostos de Fórmula 1 que podia chegar a 300 km/h. Continua

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Data de publicação: 12/6/04

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