Mantendo a estrela à frente

A série W124, geração do Classe E lançada em 1984, seguiu
a trajetória de avanços técnicos dessa linha da Mercedes

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A linha de porte médio-grande, conhecida hoje como Classe E, é a de maior longevidade na história da Mercedes-Benz — por sua vez o fabricante de automóveis mais antigo do mundo, se considerado o início da produção por Karl Benz em 1886. A série começou em 1936 com a geração W136 (os modelos da marca até hoje são designados por números precedidos pela letra W) e suas várias versões, todas com o número 170.

Em 1953 esses modelos do pré-guerra começavam a dar lugar às linhas W120, W121 (versões de quatro cilindros), W128 e W180 (de seis cilindros), conhecidas como Ponton pelo formato dos pára-lamas. Oito anos mais tarde, a série W110 vinha substituí-la, com um estilo inspirado em modelos americanos e aletas nos pára-lamas traseiros, a origem do apelido Fintail. A linha sucessória tinha seguimento em 1968 com a geração W114/W115 ou "barra-oito", com motores de quatro, cinco e seis cilindros. A série subseqüente, W123, estreava em 1976.

O conceito Auto 2000, que em 1981 previa soluções para a virada do milênio, antecipou elementos de desenho que apareceriam três anos depois no Classe E

Na década de 1980 a Mercedes diversificava sua linha. Havia agora o 190, um sedã médio para competir com o BMW Série 3 e o Audi 80 em um segmento inferior ao do W123. O rejuvenescimento de linhas trazido pelo novo carro expunha a idade do modelo maior, que em novembro de 1984 cedia seu espaço a mais uma geração do que se tornaria o Classe E: a série W124.

Se para muitos seu estilo parecia familiar, havia um motivo: no início da década a Mercedes havia apresentado, em um programa do governo alemão com várias marcas, sua interpretação para o Auto 2000, o carro para a virada do milênio. O ousado modelo de cinco portas tinha pára-choques envolventes em plástico, grandes faróis retangulares, a tradicional grade fixada ao capô e cuidados com a aerodinâmica — tudo como no W124, embora com linhas mais futuristas e menos harmoniosas.

Na linha 1985 estreava a série W124, com linhas mais modernas que lembravam as do médio 190, a melhor aerodinâmica da época e soluções técnicas avançadas

As dimensões do sedã continuavam amplas: 4,75 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,43 m de altura, 2,80 m de distância entre eixos. Idealizadas pelo italiano Bruno Sacco, as formas lembravam as do 190, mas com proporções mais alongadas e traseira mais baixa, pois o W124 atendia a um público mais conservador. Isso não impedia que surpreendesse pela aerodinâmica, com Cx 0,28 na versão básica (com pneus mais estreitos), o melhor da indústria mundial a seu tempo. Concorria para esse resultado um revestimento plástico sob a carroceria que disciplinava o fluxo de ar nessa região.

O limpador de pára-brisa tinha um só braço, como no Fiat Uno lançado no ano anterior, mas usava um sistema pantográfico que fazia a palheta descrever arco mais amplo, varrendo melhor as extremidades superiores do vidro do que um sistema convencional. Recursos convenientes, opcionais, eram o ajuste elétrico em distância do volante (um grande quatro-raios, como de hábito), o controle automático de temperatura do ar-condicionado e o comando para rebater os encostos de cabeça do banco traseiro, de modo a não prejudicar a visibilidade para trás quando não houvesse passageiros ali. O porta-malas comportava 520 litros.
Continua

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Data de publicação: 23/6/07

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