O Mercedes do povo

Compacto e econômico, o 170 lançado antes da guerra trouxe
as qualidades da estrela a um segmento inferior do mercado

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Quando a Daimler-Benz Works resolveu produzir um carro de baixo preço (...), definiu como primeira e essencial condição que a construção de tal carro não poderia, sob qualquer circunstância, ser feita à custa da segurança de seus ocupantes. Assim começava o material de divulgação de 1938 do modelo 170 V, o pequeno Mercedes-Benz lançado no Salão de Berlim em fevereiro de 1936, também conhecido pelo codinome W136.

A marca da estrela já era famosa por automóveis sofisticados, como o luxuoso 770 de oito cilindros em linha e os roadsters 500K/540K, todos da década de 1930, quando colocou no mercado um carro menor e mais barato. Mesmo antes que a Segunda Guerra Mundial trouxesse dificuldades econômicas à Europa, aquela era a oportunidade de tornar os Mercedes acessíveis a uma maior parcela da população.

O sedã quatro-portas, ao lado, era o principal modelo de uma ampla família, que incluiu furgão, picape, ambulância e nada menos que cinco conversíveis

O estilo do 170 V era típico de sua época, com o capô longo em destaque, pára-lamas e faróis salientes da carroceria e formas arredondadas. A estrela de três pontas já repousava imponente sobre o radiador. As portas dianteiras eram articuladas na parte traseira, tipo conhecido como "suicida", mas no modelo de quatro portas as posteriores eram normais. O pára-brisa era feito em vidro de segurança e podia ser aberto (para maior ventilação) e fixado em diversas posições, mesmo com o carro em movimento.

Na traseira o estepe ficava em posição inclinada, podendo receber uma cobertura opcional. Entre ele e o banco de trás havia um pequeno porta-malas, onde podiam ser aplicadas duas malas feitas na medida pela Mercedes, de série em algumas versões. No conjunto, era um carro compacto — 4,27 metros de comprimento, 1,57 m de largura, 1,56 m de altura — que parecia os modelos de luxo daquele tempo. Grande era a distância entre eixos, 2,84 m.

Com chassi robusto e suspensão independente nas quatro rodas, o 170 V foi bem-sucedido também
como utilitário -- seria ainda mais se já tivesse o motor a diesel, adotado após a guerra

A linha era composta por várias opções de carroceria. Os automóveis podiam ser sedãs de duas e quatro portas, ambos de cinco lugares; Cabrio Saloon, um sedã quatro-portas com capota retrátil, em que as molduras das janelas das portas permaneciam no lugar; Open Tourer, de formato similar, mas sem as molduras; Cabriolet "B", conversível de duas portas e quatro lugares; Cabriolet "A", com dois bancos normais e um menor em posição lateral, podendo ser adquirido sem esse assento para ganhar espaço de bagagem; e Sport-Roadster. Continua

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Data de publicação: 1/2/05

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