Este último, o mais esportivo da gama, tinha uma capota que se ocultava quando aberta, dois lugares comuns e dois de emergência no "banco da sogra", sem capota para estes, além de pára-brisa rebatível até a horizontal. Havia ainda modelos furgão, picape, ambulância e carro de polícia. No interior bem-acabado de qualquer 170, os bancos dianteiros tinham ajuste longitudinal independente e o painel, com três instrumentos circulares no centro, incluía mostradores de nível de combustível e pressão do óleo.

O Cabriolet "A", em cima, tinha dois lugares normais e um terceiro banco lateral, com opção de uso como porta-malas; no Cabriolet "B" a capota alongada permitia quatro lugares

O motor do 170 V era um quatro-cilindros de 1.697 cm³ (73,5 x 100 mm), refrigerado a água, com carburador Solex e potência líquida de 38 cv a 3.400 rpm, suficiente para uma velocidade máxima de 108 km/h — ou 113 "sob condições favoráveis", explicava a fábrica. Um sistema de aquecimento do coletor de admissão facilitava a partida em climas frios. O câmbio de quatro marchas tinha as duas superiores sincronizadas — as outras ganhavam sincronizadores em 1940. Os freios a tambor possuíam comando hidráulico e os pneus eram 5,25-16. O peso do carro variava de 1.100 a 1.160 kg, de acordo com a versão.

O "Mercedinho" usava um chassi tubular em forma de "X", sobre o qual era montada a carroceria. A suspensão era independente nas quatro rodas, com feixes de molas transversais à frente e molas helicoidais na traseira, onde já aparecia o sistema de semi-eixos oscilantes (o mesmo do Fusca e de muitos Mercedes posteriores; saiba como funciona). O motor aplicado sobre coxins de borracha transmitia menos vibrações ao veículo, tornando-o "tão silencioso quanto um seis-cilindros", segundo a fábrica.

No compartimento traseiro cabiam malas feitas sob medida pela Mercedes: um modo de aproveitar o espaço de um carro pequeno para os padrões da marca, 4,27 metros

Os bombardeios da guerra levaram à interrupção da produção em 1942. Três anos mais tarde os executivos da Mercedes-Benz anunciavam que a empresa havia deixado de existir, mas ainda não era a hora do fim. Embora parte das áreas menos danificadas da fábrica tenham ficado em território ocupado pelos aliados, um esforço de reconstrução permitiu que, já em 1946, o carro voltasse a sair das linhas de montagem. O motor crescia para 1.767 cm³ (75 x 100 mm) e passava a desenvolver 45 cv a 3.600 rpm. A máxima subia para 116 km/h. Era também o momento do 170 D, com motor a diesel, que a Mercedes já usava em automóveis desde antes do conflito (o pioneiro foi o 260 D, de 1936). O 1,7-litro de 40 cv bastava para superar os 100 km/h.

A reputação da marca nesse tipo de propulsor deve muito a esse modelo, voltado inicialmente para uso como táxi, mas que com economia e robustez conquistou ampla gama de adeptos naqueles tempos de recuperação da Europa. Entre as poucas mudanças que o 170 recebeu em todo seu período de mercado, o tanque de combustível (no compartimento do motor) aumentava de 33 para 43 litros, em 1939, e as saídas de ar laterais do capô davam lugar em 1952 a duas faixas horizontais. Em 1953 a linha era descontinuada, abrindo espaço para o Ponton.

Mais dois modelos abertos do 170: o Open Tourer, com quatro portas, e o Sport-Roadster (embaixo), de duas portas, dois lugares e um "banco da sogra" na traseira


De 1938 a 1942 o 170 serviu de base para um jipe militar, o 170 VK, com a mesma frente, combinada a uma traseira retilínea e a uma capota de lona. O motor de 38 cv permitia alcançar 90 km/h, suficiente para a finalidade. Embora o sedã quatro-portas tenha sido o modelo mais vendido da linha, o jipe o superou em 1941 e 1942 e tornou-se o líder de produção entre os 170 nesses anos.

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