


Motor V6 da Buick e freios a
disco nas quatro rodas eram novidades na mecânica do Commodore, que
mantinha o eixo traseiro rígido, porém |
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Na revista inglesa Car, um Commodore HDT com motor V8 de 5,0 litros e 187 cv foi comparado a
BMW M5 (E28),
Ford Sierra RS Cosworth e
Mercedes-Benz 190 E 2.3-16. "O
carro parece um pouco japonês, um pouco europeu e um pouco
norte-americano. E ele realmente tem músculos — você pode ouvi-los. Os
europeus soam franzinos em comparação", descreveu a revista. O
desempenho do Holden, porém, não acompanhava essa sensação de potência:
acelerar de 0 a 161 km/h exigiu nele 21,3 segundos, ante 15,6 s do BMW,
16,5 s do Ford e 21,7 s do Mercedes, e sua velocidade máxima foi a mais
modesta dos quatro.
A
revista fez outras restrições ao carro australiano: "O Commodore é o
menos habilidoso nas curvas. Tem a menor aderência, mas a perde
sutilmente. O chassi não é muito agradável, a traseira nunca quer sair,
e a direção é leve demais. Os freios são fracos e a perda de ação
aparece rápido depois de algumas voltas na pista. Os instrumentos
parecem pequenos e baratos e o interior tem um ar norte-americano, mas o
volante Momo é correto". O carro mostrou-se, em outros quesitos,
agradável: "Tem o rodar mais macio dos quatro, é o mais espaçoso e
oferece o maior conforto no banco traseiro".
Jeito de
Opel, motor de Buick
A Opel
lançava ainda em 1986 o Omega,
sucessor do Rekord, tal e qual seria produzido no Brasil de 1992 em
diante. Um novo Commodore foi desenvolvido em cooperação com os alemães,
mas com estilo próprio e maiores dimensões, sobretudo largura. A geração
VN revelada em agosto de 1988 deixava de lado a ligação com os japoneses
e mostrava um estilo sóbrio, mas moderno, com amplos vidros rentes à
carroceria, para-choques mais integrados ao desenho e o corte dos
para-lamas sobre as rodas traseiras visto no modelo alemão. A frente
lembrava a do primeiro Vectra; o
padrão de seis janelas, porém, era mais semelhante ao do Senator que a
Opel havia acabado de apresentar.
Na mecânica a novidade era o motor V6 de 3,8 litros com injeção, um
projeto da divisão Buick da GM norte-americana que ganhava produção
local. Tão potente quanto o V8 carburado anterior (168 cv), era o que
havia para substituir o seis-em-linha da Nissan. O V8 de 5,0 litros,
também com injeção, chegava a 221 cv — o mais potente motor em um carro
australiano de grande produção — e equipava a versão SS de série e as
demais como opção. Um quatro-cilindros de 2,0 litros servia para
exportação a Singapura e à Nova Zelândia.
As suspensões evoluídas da geração anterior, apesar da ligação do
modelo com o Omega, mantinham na traseira um antigo eixo rígido. Por
outro lado, todo Commodore vinha com freios a disco nas quatro rodas. Os
câmbios eram manual de cinco marchas e automático de quatro, importado dos EUA. A fabricação da perua com
entre-eixos 91 mm mais longo tornaria viável o lançamento de sedãs com a
mesma dimensão — o Statesman e o Caprice — dois anos depois. À mesma
época o picape Holden Ute voltaria ao mercado, após sete anos de
ausência, sendo baseado no Commodore pela primeira vez.
O êxito do VN fez dele o modelo mais vendido do país em 1989. Na análise
do site australiano Autoweb, porém, o modelo não esteve
entre os melhores esforços da Holden: "A série tinham novos carroceria,
interior e trem de força. Mas isso não significava melhor: o V6 3,8 (que
substituiu o Nissan) já era antiquado, assim como ruidoso e vibratório.
E a nova carroceria mantinha uma bitola muito estreita, pois a fábrica
usou a plataforma do VB de 1978. O resultado foi um carro de aspecto
estranho, situação não devidamente retificada até que a série VT
chegasse em 1997".

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