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Lobo em pele de
cordeiro. Ou quase.

Sóbrio, sem adereços exóticos, o BMW M5 é desde
1985 referência em sedãs de alto desempenho

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Pronuncie a sigla M5 a um aficionado por automóveis e verá seus olhos brilhar. O sedã mais potente da Série 5 da BMW, de 408 cv, justifica a atração que exerce nos entusiastas -- mas nem sempre foi assim. A marca bávara apresentou sua primeira geração em meados de 1985 no Salão de Amsterdã, evento distante do glamour do de Frankfurt ou Paris.

Aquele M5, baseado na Série 5 de segunda geração (código E28), era um quatro-portas esportivo e já bastante rápido, mas sem o requinte que adquiriria com o tempo. Montado pelo grupo de 72 técnicos da Motorsport, divisão de alto desempenho da BMW, o motor era seu destaque: um seis-cilindros em linha de 3.453 cm3 -- o mesmo dos cupês M635 CSi e M1 --, com duplo comando, quatro válvulas por cilindro, injeção Bosch Motronic, dutos de admissão e escapamento polidos, taxa de compressão de 10,5:1 e radiador de óleo.

O primeiro M5, código E28: estilo discreto e sofisticado, com os quatro faróis e a grade "duplo rim" da marca que parecem eternos

Os 286 cv de potência a 6.500 rpm e 34,6 m.kgf de torque a 4.500 rpm eram transferidos a um câmbio Getrag de cinco marchas, sem opção de transmissão automática. Apesar do peso respeitável, 1.465 kg, os pneus 220/55 VR 390, montados em rodas BBS raiadas com 15,3 pol de aro, agarravam firme para levá-lo de 0 a 100 km/h em 6,5 s, chegar aos 160 km/h em 15 s e alcançar 245 km/h de máxima. Era o quatro-portas mais veloz que se podia comprar à época numa concessionária autorizada com garantia de fábrica.

Apesar da alta potência específica, quase 83 cv/l, não era um carro arisco: o torque estava bem distribuído em toda a faixa operacional. A imprensa garantia que ele podia ser dirigido como um Série 5 normal, sem sustos. A suspensão -- independente nas quatro rodas, como há muito nos BMW, com braço semi-arrastado na traseira -- não chegava a causar desconforto. Os freios a disco ventilado utilizavam sistema antitravamento (ABS).

O interior não era sofisticado como nos M5 mais modernos, mas o motor já tinha 24
válvulas, injeção Motronic e potência específica elevada: 286 cv de 3,45 litros

O M5, contudo, era um esportivo discreto: podia passar por um modesto 520i com rodas mais largas, dispensando os spoilers presentes na versão M535i (com 70 cv a menos), que chamavam atenção da polícia rodoviária sem necessidade -- quem os desejasse, porém, podia optar pelo M-Package sem custo adicional. O interior oferecia poucos refinamentos, como revestimento em couro do volante e dos bancos, este em couro de búfalo como opcional. Continua

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