O A310 ganhava em estilo e amadurecia. Na França concorria em esportividade com o Renault Fuego e o Matra Murena, mas era mais potente e caro. Custava quase o mesmo que um Porsche 924 e um Datsun 280 ZX e bem menos que um Lotus Elite — tinha desempenho superior a todos eles, porém. No final de 1980 chegava a série 2. A grande novidade estava na suspensão traseira baseada na do Renault 5 Turbo, além de pára-lamas mais largos, novas rodas e discos de freios traseiros ventilados.

Com o pacote GT -- pára-lamas e rodas mais largas, aerofólio traseiro. novos pára-choques -- o A310 ganhava um ar mais esportivo, quase de carro de competição

Três anos depois era apresentado como opção o Pack (pacote) GT, que abrangia rodas mais largas da marca Gotti, com pneus 205/55 VR 15 na frente e 285/40 VR 15 atrás; pára-choques pretos de dimensões maiores e aerofólio traseiro mais volumoso. Estava intimidador e parecido com um carro preparado para correr no Grupo 4. Os pára-lamas vinham ainda mais largos, com saias salientes entre eles, e na coluna central via-se um grande adesivo triangular com a inscrição V6 destacada. Atrás, porém, o logotipo Renault era bem maior que o Alpine, já demonstrando o desinteresse da grande fábrica pela divulgação da pequena marca. Curiosamente a velocidade final perdia 10 km/h, mas o carro ganhava em estabilidade, que permitia ótimo domínio.

Em 1983 surgia a versão Boulogne, nome em homenagem à usina de Boulogne-Billancout, que fica na região Île-de-France no departamento Hauts-de-Seine. Foi lá, em 1898, que Louis Renault começou as atividades de sua fábrica. A carroceria era a mesma do Pack GT, mas a motorização estava bem mais forte: contava agora com 2.849 cm³, 193 cv a 6.000 rpm e 25,8 m.kgf a 4.000 rpm. Atingia 234 km/h, desempenho similar ao do Porsche 911 Carrera 3,2-litros, bem mais potente. Era uma honra para a casa de Dieppe conseguir números tão próximos de um GT de categoria internacional.

As linhas do GTA, mais suaves e harmoniosas, eram uma indicação da mudança de temperamento do carro, que ficava mais acessível a um motorista comum

Por dentro mantinha a esportividade com discrição. Os mostradores do painel tinham números vermelhos sobre fundo preto. Ganhava bancos esportivos, assim como a decoração do volante, mas mantinha um defeito: aqueles com mais de 1,80 metro de altura tinham dificuldade para encontrar conforto e os que iam atrás sofriam mais ainda. Nessa época o esportivo já tinha quase 14 anos de vida e havia vendido cerca de 13.500 exemplares, quase o dobro da berlineta. A imprensa francesa, sempre muito severa, reclamava do acabamento. Dizia-se que o pessoal da Alpine deveria passar uns tempos na Alemanha ou na Inglaterra para saber que material colocavam lá em seus esportivos.

O novo visual do GTA   Em 1985 era apresentado no Salão de Genebra o Alpine GTA (Gran Turismo Alpine). O evento era um ponto estratégico, já que a marca vendia bem na Suíça, assim como na Alemanha. Esse novo A310, com carroceria desenhada por Piero Stroppa, estava mais largo e comprido e por dentro mais luxuoso, com materiais refinados. Não deixava de lembrar o modelo antigo, mas estava moderno e com linhas mais retas e maior área envidraçada. O objetivo era um carro menos arisco, que pudesse ser dirigido por pessoas não tão talentosas ao volante. Um esportivo mais civil, mantendo o caráter.

O painel do novo Alpine continuava a transmitir esportividade e o ar-condicionado era de série, mas ainda faltava a direção assistida

Também desejavam torná-lo mais conhecido, não só no continente europeu, mas também nos Estados Unidos onde seria comercializado pela rede da American Motors a exemplo dos Renault 5, 11 e 12. A frente ainda lembrava a do modelo anterior, mas os pára-choques vinham na cor do carro, os faróis (um retangular e um circular de cada lado) e sua proteção frontal eram maiores, havia novo defletor e um capô dianteiro mais "limpo".

O GTA media 4,33 metros de comprimento, 1,74 m de largura e 1,19 m de altura e pesava 1.210 kg. Dependendo dos artefatos aerodinâmicos seu Cx variava entre 0,28 e 0,30, ótimos valores ainda hoje. O chassi ganhava em rigidez e a suspensão era reforçada. Por dentro recebia bancos revestidos em veludo, ou couro como opção, e de série trazia ar-condicionado, mas não direção assistida. O painel recebia alguns retoques. O motor V6 de 2.849 cm³ rendia neste caso 160 cv a 5.750 rpm e 23 m.kgf a 3.500 rpm, para máxima de 235 km/h e 0-100 km/h em oito segundos.
Continua

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