Em nome da originalidade

Depois do Jet, do 530 e do Bagheera, a francesa Matra criou
mais um interessante esportivo: o Murena, de três lugares

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A sociedade Matra, de origem francesa, teve grande importância na década de 1960 na construção de pequenos e interessantes carros esportivos, incluindo protótipos que brilharam nas pistas no começo dos anos 70. O industrial Jean-Luc Lagardère sempre foi um entusiasta por sua empresa. Em 1964 nascia o primeiro esportivo da Matra Sports: o Jet, muito interessante. Logo depois vinha o 530, no Salão de Genebra do ano seguinte. Rompia conceitos e era um automóvel de linhas únicas, que não passava despercebido.

Em 1973 chegava o inusitado Bagheera (nome de uma pantera negra), que tinha como excentricidade os três bancos dianteiros. Fez sucesso: vendeu quase 50 mil exemplares até 1978. Os projetos na fábrica não paravam e, em setembro de 1980, era lançado o Matra Murena, já sob a marca Talbot. O nome vinha de um peixe das águas do Mediterrâneo, muito forte, ágil e rápido. Seu desenvolvimento havia decorrido em parceria com a Simca, marca que em 1979 passara ao controle da Peugeot, dando lugar à Talbot.

Frente baixa, faróis escamoteáveis, linhas retas, uma ampla terceira porta: as formas do Murena conseguiam muito boa aerodinâmica

O carro não tão ousado quanto o Bagheera, mas tinha seus atrativos. Era seis centímetros maior, com 4,07 metros. Media 1,75 m de largura, apenas 1,22 m de altura e 2,43 m de distância entre eixos. Exibia linhas em forma de cunha, atraentes e com aerodinâmica bem estudada. Seu coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,328 era um dos melhores da época. Os faróis eram escamoteáveis e, no defletor dianteiro, ficavam os faróis auxiliares e as luzes de direção. De perfil, era agradável e notava-se a ampla visibilidade. Atrás as lanternas assumiam a forma trapezoidal. O desenho era obra do jovem francês Antoine Volanis.

A estrutura central da carroceria era de aço estampado com proteção galvanizada — uma novidade para evitar a corrosão, então um problema crônico no Bagheera. Já o capô dianteiro, teto, tampa traseira de acesso ao motor, saias e pára-choques eram feitos em resina e fibra-de-vidro visando a um alívio de peso. O Murena pesava exatos 1.000 kg. Era produzido nas novas instalações de Romorantin, cidade situada numa das mais belas regiões da França, no Loire, onde ficam os mais famosos castelos do país.

Com estrutura de aço galvanizado, para proteção contra corrosão, e muitos elementos em resina, o esportivo de quatro metros pesava uma tonelada

Por dentro mantinha o esquema com três bancos lado a lado, que tinham desenho esportivo e encostos altos. Eram aconchegantes e bonitos. Interessante detalhe era que o do meio podia ser rebatido e servir como um largo apoio de braço, como se vê em alguns picapes. A forração em tecido xadrez preto e branco combinava com a cor preta do painel, volante e comandos. Os instrumentos principais (velocímetro e conta-giros) eram ovalados e abaixo havia os marcadores de nível de combustível, temperatura, pressão de óleo e carga da bateria, além do relógio. Junto do volante com a base achatada, o conjunto era bonito e discreto. Na versão de 2,2 litros havia controle elétrico dos vidros. Continua

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Data de publicação: 12/9/06

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