O Stilo Sporting com câmbio
Dualogic no autódromo de Interlagos: bom funcionamento da caixa tanto em
modo manual quanto em automático
A alavanca faz trocas
ascendentes para trás e reduções para frente, o inverso do mais comum, e
pode incluir comandos tipo borboleta no volante |
Demorou, mas o câmbio manual automatizado
enfim ganha espaço nos carros nacionais. Começou em outubro com a
Meriva Easytronic e agora
prossegue com o Stilo Dualogic, que marca o (atrasado) lançamento da
linha 2008 do médio da Fiat. A caixa, oferecida nas duas versões de 1,8
litro, básica e Sporting — a Abarth de 2,45 litros e cinco cilindros
permanece só com câmbio manual —, representa custo adicional de R$
2.490, com opção de alavancas de troca atrás do volante.
Embora a Fiat o chame de automático, o sistema Free Choice (livre
escolha) desenvolvido
pela Magneti Marelli é mesmo uma caixa manual de cinco marchas — a mesma
do Stilo comum — acrescida de acionamento hidráulico para as mudanças de
marcha e de controle automático da embreagem (ambos com comando
eletrônico), o que elimina o pedal. Como o Easytronic da GM, o Dualogic
(nome derivado das palavras duplo e lógico em inglês) permite
escolher entre trocas manuais seqüenciais ou automáticas, mas o câmbio
da Fiat traz várias particularidades.
A primeira é a posição das operações manuais, inversa ao padrão
tradicional e igual à dos câmbios automáticos do
novo Omega e da linha BMW atual: subir marchas para trás, reduzir
para frente. Embora possa causar estranheza a quem se habituou ao outro
padrão, tem a vantagem de corresponder às forças que o corpo do
motorista sofre ao acelerar forte (para trás) e ao frear (para frente).
A segunda diferença é a opção por alavancas fixadas atrás do volante —
as conhecidas borboletas — para mudanças de marcha, a direita para subir
e a esquerda para reduzir.
O Stilo 2008 traz também as primeiras alterações de estilo desde seu
lançamento em 2002. A Fiat não foi muito longe e, sem modificar qualquer painel
metálico, conteve os custos, mas impediu um rejuvenescimento das
linhas algo cansadas. São novos os pára-choques, com faróis de neblina
no dianteiro em todas as versões (antes vinham integrados ao conjunto
ótico) e uma simulação de duas saídas de escapamento no traseiro (a
real está embaixo, à esquerda), e a grade, com o novo
emblema da marca e frisos decorativos em vermelho no Sporting e
cromados nos demais.
Os retrovisores passam a ter luzes de direção, item que
sempre fez falta, e os frisos das portas ganham detalhe
cromado. As lanternas traseiras mudam de aspecto, sem alterar o formato,
e há novas rodas de 16 pol (básico e Abarth) e 17 pol (Sporting). Por
dentro foram alterados só os revestimentos em veludo no básico, em couro
com veludo no Abarth e, opcional para qualquer versão, em
dois tons de couro acompanhado de plástico mais suave no painel e nas portas. O Sporting recebe ainda espelho iluminado no pára-sol do passageiro e
pedais esportivos, só com câmbio manual. E o rádio/CD/MP3
Connect, dotado de tecnologia Bluetooth para celular, agora vem com
conexões USB e para MP3 portátil. Faltou adotar o sistema Blue&Me usado
no Punto.
Os recursos do
câmbio
O Dualogic tem as
posições N (ponto-morto), R (ré), D/M (que serve para drive, ou direção,
e para o modo manual), + (troca ascendente) e - (redução). Não existe
posição de estacionamento (P), devendo-se deixar a alavanca em N e usar
o freio de mão para manter o carro imóvel. Um botão S aciona o modo
esportivo, que leva a caixa a usar marchas mais baixas (em modo
automático) ou a fazer mudanças mais rápidas (em manual). Como habitual
em sistemas seqüenciais, a alavanca retorna ao ponto central (D/M) após
ser movida para as posições + e -.
Continua |