O hatch 440, mostrado nas versões Turbo (em cima) e GLT (centro); na foto inferior, já com as alterações de aparência apresentadas para 1994

O sedã 460 seguia as linhas sisudas dos Volvos maiores, mas também podia ter motor turbo de 122 cv; embaixo, já com as alterações visuais

Como esperado de um Volvo, a segurança era destaque na série 400: todas as versões vinham de série com cintos dianteiros ajustáveis em altura, dotados de pretensionadores, e alerta para lembrar o motorista de atar o cinto. No caso do 480 e dos Turbos, freios a disco atuavam nas quatro rodas.

A revista inglesa Autocar avaliou o 480 ES em 1987. Comportamento dinâmico, equipamentos de série e conforto de marcha foram elogiados; desempenho e comando de câmbio, criticados. "Em alguns momentos ele parece submotorizado, mas, uma vez que o motor esteja na faixa entre 3.800 e 5.800 rpm, parece dar conta do recado. (...) A potência está bem combinada ao chassi; na verdade ele poderia lidar com mais potência. Como resultado, o motorista sente-se em pleno controle, mesmo quando tomando forte as curvas".

A revista colocou Citroën BX GTi, Honda Accord Aerodeck, Nissan Silvia Turbo ZX, Peugeot 309 GTi, Saab 900i e Volkswagen Scirocco GTX como os adversários mais diretos. A conclusão foi que o preço do 480 ES era "bastante razoável quando se consideram seu soberbo chassi e os altos níveis de conforto e economia, embora o desempenho tenha sido sacrificado para obtê-la. O motor tem desenvoltura apenas razoável, a menos que o motorista esteja preparado para sugar cada gota de potência".

Outro teste da revista, de 1990, abordava o sedã 460 Turbo. Dessa vez as notas positivas foram para o motor suave e de bom desempenho, o refinamento geral e o conforto de marcha; já o espaço interno na frente, o comportamento dinâmico só regular e o alto preço, comparável ao de um Mercedes-Benz 190, renderam críticas. "O 460 oferece um desempenho que impressiona, em especial para ultrapassar. A potência é extraída do motor Renault por uma eficiente curva de torque. O chassi tem aderência medíocre e respostas de direção lentas".

Apesar do bom nível de equipamentos, que incluía ABS, computador de bordo e teto solar, o Turbo era caro demais. "Cobrar preço de Mercedes por um Volvo pequeno é ambicioso, para dizer o mínimo", acusava a Autocar, observando que, com um valor mais realista, ele poderia se tornar uma alternativa aos alemães da BMW e da própria Mercedes. "Mas, para aqueles preparados a superar seu preço e o estilo discreto, há um carro essencialmente bom por ser descoberto".

A linha de motores era redefinida em 1992, com o abandono da unidade Renault de aspiração natural para o 440 e o 460, permanecendo apenas o Turbo (no 480, contudo, o 1,7 aspirado foi mantido). Agora havia o 1,6-litro de 84 cv e 12,7 m.kgf, o 1,8 de 90 cv e 14,3 m.kgf, e o 2,0 de 110 cv e 16,8 m.kgf, todos com injeção. O menor deles quase alcançava o segundo porque contava com injeção multiponto, sendo a do 1,8 monoponto. O 2,0 também podia equipar o 480, que ganhava para-choques na cor da carroceria e pequenas alterações internas, como encostos de cabeça no banco traseiro.

Dois anos mais tarde, ainda em cooperação com a marca francesa, a Volvo lançava a opção turbodiesel de 1,9 litro, 90 cv e 18,4 m.kgf para o 440 e o 460. Outra novidade para esses modelos em 1994 era uma leve reforma de estilo que afetou grade, capô, para-choques (agora na cor da carroceria) e lanternas traseiras, fazendo o sedã 460 lembrar o recém-lançado 850, de maior porte. Evoluções em segurança eram o sistema de proteção contra impactos laterais e a opção de bolsa inflável. A gama de versões passava a contar com as opções S, Si, SE, GLT e CD, em ordem ascendente de preço e de refinamento.

A Si e a GLT vinham com suspensão mais baixa e aerofólio traseiro; a GLT incluía revestimento interno em couro, freios com sistema antitravamento (ABS) e controle de tração. O motor turbo vinha associado a rodas de 15 pol com pneus 185/55 e freios traseiros a disco. A edição limitada HTA, de High Tech Auto, combinava caixa automática de variação contínua (CVT) e motor 1,8, mas teve poucas unidades fabricadas. Houve ainda o pacote especial ES, na linha 1996, com rodas de alumínio de 15 pol, ABS e a suspensão esportiva.

O 440 GLT com motor de 2,0 litros foi testado em 1994 pela Cars Guide australiana, que destacou a posição de dirigir excelente e um motor que "oferece potência de sobra para seu tamanho". Já o nível de ruído e o consumo renderam notas negativas, assim como o comportamento da suspensão: "Estradas onduladas ou com buracos tendem a afetar a compostura do carro mais que o necessário".

O esportivo 480 foi o primeiro a sair de produção, em 1995. Só 11 anos mais tarde a Volvo voltaria a fazer um carro com a mesma configuração, o C30. Quanto aos demais modelos, com o lançamento da série S40/V40, em 1995, a fábrica reduziu a gama de versões do 440 e do 460, que assumiram papel secundário na linha de menores Volvos, até serem descontinuados em 1997. Embora o 480 tenha sido projetado com o mercado norte-americano em vista, nenhum dos três modelos foi exportado oficialmente para os Estados Unidos.

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