

Em 1958, o primeiro Ambassador
da nova fase: mais de cinco metros, versões com e sem coluna central,
"rabos de peixe" e um grande V8


A perua de 1959 e o sedã de
1960, com a frente mais baixa e imponente


A grade trapezoidal lançada em
1961 durou apenas esse ano-modelo; embaixo o sedã mais compacto do ano
seguinte, também na foto do alto |
A
American Motors Corporation ou AMC surgiu em janeiro de 1954 da fusão da
Hudson com a Nash-Kelvinator, a mais vultosa associação vista até então
nos Estados Unidos. George Mason, que vinha da Nash e se tornou
presidente da nova empresa, considerava tal união o único meio de manter
sua competitividade diante das "três grandes" norte-americanas — General
Motors, Ford e Chrysler. Após a fusão, novos produtos surgiram e outros
desapareceram. Mas um nome carismático usado pela
Nash desde 1927 permaneceu nos catálogos da AMC: Ambassador.
George Romney, que sucedeu a Mason após a morte deste ainda em 1954,
buscou o aumento de vendas de seu modelo mais popular, o Rambler Six,
para que o volume amortizasse os custos de desenvolvimento. Para um
segmento superior, a AMC trabalhava em uma variação ampliada da
plataforma do Rambler que, com carroceria mais elegante, seria vendida
como o novo Nash Ambassador e o Hudson Rebel. Contudo, a empresa
percebeu que o mercado já não valorizava essas tradicionais marcas, o
que levou a uma mudança de planos. Ambas seriam extintas em 1957 e o
novo carro viria às ruas chamado de Ambassador by Rambler (pela Rambler).
Lançado como modelo 1958, o grande sedã de 5,08 metros de comprimento e
2,97 m entre eixos era oferecido, além do modelo com coluna central,
como sedã hardtop sem coluna e como
peruas normal e hardtop de cinco portas, a Cross Country. Seu estilo
mostrava os exageros norte-americanos da época: frente volumosa com
ampla grade cromada e quatro faróis circulares, colunas traseiras
"invertidas", para-brisa e vidro posterior envolventes, vistosos "rabos
de peixe". Tanto na versão Super quanto na mais cara Custom, o
acabamento era sofisticado e os bancos dianteiros individuais reclinavam
até formar uma cama com o traseiro. Ar-condicionado, rádio e controle
elétrico dos vidros eram opcionais. O espaço interno, contudo, não
impressionava porque o aumento de 23 centímetros em relação ao Rambler
Six estava todo à frente do para-brisa.
Sua faixa de preço o fazia concorrente de
Chevrolet Bel Air, Ford Fairlane
500, Plymouth Belvedere,
Dodge Coronet,
Edsel Pacer, Studebaker President,
Buick Special e Oldsmobile 88, todos com motor V8. Para sua categoria, o
Ambassador tinha desempenho dos melhores. O motor V8 de 327 pol³ (5,4
litros), com comando de válvulas no bloco,
carburador de corpo quádruplo e duplo escapamento, entregava a potência
de 270 cv e o torque de 50 m.kgf (valores
brutos como todos neste artigo), o que o habilitava a acelerar de 0
a 96 km/h em menos de 10 segundos. De série, a caixa automática de três
marchas tinha acionamento por botões. Direção e freios assistidos (a
tambor, porém) e diferencial autobloqueante
eram opções. A suspensão seguia esquemas tradicionais, dianteira
independente e traseira por eixo rígido.
Na linha 1959 vinham modificações na grade e nos "rabos de peixe", além
de um revestimento em aço inoxidável nas colunas traseiras. No modelo
seguinte os destaques eram o capô mais baixo e o para-brisa maior.
Dentro da tendência do mercado, estava menos rebuscado no acabamento das
laterais e nos "rabos de peixe". O menor entre-eixos, 2,83 m, não
impedia que o comprimento chegasse a 4,79 m e o peso a 1.510 kg. Por
dentro, o painel acolchoado dava ar mais requintado. Se o motor V8 327
era mantido, havia agora duas versões: a de carburador quádruplo e 270
cv já conhecida, que exigia gasolina de maior
octanagem, e a de carburador duplo,
taxa de compressão mais baixa, 250 cv e
46,9 m.kgf, apta ao combustível comum. A concorrência agora incluía
Pontiac Catalina, Buick Le Sabre e Dodge Matador.
Para 1961 o Ambassador estreava a grade trapezoidal aplicada a vários
modelos da AMC e as versões hardtop não estavam mais disponíveis.
Anunciado como europeu, o estilo fez pouco sucesso. O modelo 1962 estava
mais compacto ao adotar a carroceria e o entre-eixos de 2,74 m do
Rambler Classic. O hardtop estava de volta, mas com duas portas apenas,
e a frente abandonava a criticada grade do ano anterior. Disponível nos
acabamentos Super, Custom e 400 — este inédito e o mais luxuoso —,
mantinha as duas versões de motor, cujo desempenho estava melhor por
conta da redução de peso.
Continua
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