Depois da grade em "V" do modelo 1963 (no alto), o Ambassador estava maior em 1965 e oferecia versão conversível e motor de seis cilindros

O cupê hardtop de 1966 (em cima) perdia o vidro envolvente; um ano mais tarde o conversível voltava à cena para logo desaparecer de novo

Os faróis estavam outra vez em linha horizontal e o entre-eixos crescia em 1969; dois anos depois (carro preto) estreava o motor de 6,6 litros

A perua do último ano, 1974: claro desacordo com a crise do petróleo

Se para 1963 o entre-eixos voltava a crescer, com 2,84 m, o Ambassador continuava a compartilhar plataforma e componentes com outros modelos, um retorno à estratégia de contenção de custos e de economia de escala. Fiel ao padrão dos anos 60, seu desenho usava mais linhas retas, a carroceria era baixa e larga e havia bem menos adornos. Os quatro faróis vinham em uma grade que parecia dobrada ao meio, formando um "V" deitado quando o carro era visto de lado, e os vidros laterais passavam a ser curvos. Era oferecido como sedã de duas ou quatro portas e perua. Abaixo do motor 327 estava a nova opção de 287 pol³ (3,7 litros) e 198 cv. No ano-modelo seguinte a grade ja mudava, ganhando um perfil baixo.

Uma nova diretriz norteava a linha AMC em 1965: para competir diretamente com as "três grandes", a empresa passava a oferecer opções bem diferenciadas nos tamanhos compacto, médio e grande, cabendo ao Ambassador representá-la no maior porte. Como a distinção era baseada sobretudo no entre-eixos, a plataforma do Classic foi estendida até 2,94 m para servir ao modelo de topo, desenhado pelo projetista Richard A. Teague. Como no passado, os 10 cm adicionais ao Classic estavam todos no capô, deixando seu interior não mais espaçoso que o do modelo médio. As formas retilíneas predominavam e pela primeira vez os faróis vinham alinhados na vertical, dois em cada lado, padrão que se tornaria comum nos EUA. As lanternas traseiras os acompanhavam, delgadas e verticais. A gama comportava sedã, cupê, perua e um conversível, o primeiro na série desde 1948.

Também inédita na fase AMC era a oferta de um motor de seis cilindros em linha na versão de entrada, o conhecido Typhon Six de 232 pol³ (3,8 litros) e 155 cv. De fato, havia opções similares nos concorrentes Ford Galaxie, Chevrolet Bel Air e Impala e Plymouth Fury. Contudo, a maior parte das vendas ficava com os V8 de 287 e 327 pol³. O câmbio manual de três marchas oferecia opção de caixa overdrive, acionada por uma segunda alavanca, e podia vir no console ou na coluna de direção. Freios dianteiros a disco estavam disponíveis. A linha 1966 trazia mudanças como vidro traseiro sem envolver as colunas no cupê hardtop, novo teto na perua e o acabamento DPL, forma reduzida de Diplomat, apenas para esse cupê. Um câmbio manual de quatro marchas passava a ser oferecido, mas os motores eram os mesmos.

Ao lado da nova carroceria de linhas imponentes, com para-lamas traseiros ao estilo "garrafa de Coca-Cola" e sem o "V" da grade dianteira, o Ambassador 1967 relançava a versão conversível — que duraria apenas esse ano, porém — e crescia em entre-eixos para 2,99 m. Sob o capô, o tradicional V8 327 dava lugar ao de 343 pol³ (5,6 litros) com carburador quádruplo, 280 cv e maior torque. O ano seguinte trazia um literal sopro de ar fresco para o carro, ou melhor, seus ocupantes: o ar-condicionado tornava-se equipamento de série, algo que nem mesmo as suntuosas Cadillac e Lincoln haviam feito até então. No entanto, quem não o quisesse podia excluí-lo e obter abatimento no preço... Outra novidade era o acabamento SST para sedã e cupê, este só como hardtop — o cupê com coluna e o conversível saíam de linha. Meses mais tarde aparecia o V8 de 390 pol³ (6,4 litros) com carburador quádruplo, 325 cv e 58 m.kgf, a quarta opção da linha.

Remodelado mais uma vez para 1969, o grande da AMC estava ainda maior, com 5,24 m e o entre-eixos mais longo já usado pela marca, 3,10 m. O peso ia até 1.650 kg. Quatro faróis em linha horizontal em uma grade plástica, capô mais elevado na seção central e um perfil longo, largo e baixo davam-lhe um aspecto elegante e de forte identidade. E não faltava criatividade no marketing: a marca oferecia o "passeio de demonstração", em que um motorista uniformizado levava uma versão SST até o interessado e o conduziria no banco traseiro. No ano seguinte a seção traseira do teto do cupê e do sedã era remodelada, havia nova grade e motores V8 maiores: de 304 pol³ (5,0 litros) com 210 cv, para o lugar do 245, e de 360 pol³ (5,9 l) com versões de 245 e 290 cv, substituto do 343.

O acabamento de topo Brougham, grade volumosa e um V8 de 401 pol³ (6,6 litros) e 335 cv eram novidades em 1971. Um ano depois eram extintos os motores de seis cilindros. Versões SST e Brougham restavam na linha simplificada, que parecia menos potente (220 cv no motor 5,9 e 255 no 6,6) por causa da nova medição líquida. E só o SST restaria em 1973, quando chegavam para-choques resistentes a pequenos impactos, uma exigência legal. O comprimento ia para 5,40 m com tal mudança; o peso já superava 1.700 kg com motor 401 no sedã e 1.820 kg na perua. Em seu último ano, 1974, o modelo seguiu na contramão da tendência de reduzir dimensões e consumo de combustível, cujo preço disparou.

Mantendo o entre-eixos, o comprimento aumentava para 5,53 m e não havia mais o cupê, papel que caberia ao Matador. Frente e traseira vinham remodeladas e, na perua, podia vir um terceiro banco voltado para trás. Os V8 de 5,0, 5,9 e 6,6 litros permaneciam, sempre com caixa automática. Em tempos de gasolina cara e consumidores voltados a carros menores, não havia mais viabilidade para modernizar o Ambassador. Quando o último deles saiu da fábrica de Kenosha, Wisconsin, em junho de 1974, passava à história o nome mais longevo da indústria até então, mantido no mercado por 48 anos.

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