Com cinco portas como o Renault
16, este pequeno francês ganhava versatilidade de uso; a frente com
faróis circulares foi usada no início |
Os
carros pequenos sempre foram muito apreciados na Europa, por suas ruas
estreitas nas cidades centenárias e alto custo dos combustíveis.
Praticidade, economia e robustez eram pontos relevantes para seus
compradores, mas por várias vezes a estética ficava em segundo plano. Na
década de 1960, a Régie Renault francesa contava com os modelos
R4, tremendo sucesso dentro e fora
do território nacional; Dauphine,
já em final de carreira; o pequeno sedã R8
e suas várias versões; o esportivo Caravelle e o
topo de linha R16, lançado em 1965 com
linhas modernas e atraentes. Apesar de uma linha completa, pensava em
substituição para o R4 de 1961.
No país gaulês existe uma expressão muito comum, que é fazer o novo
usando algo já velho. Partindo desta prática era apresentado em 1968 o
Renault 6, que usava a plataforma do R4 alongada em 25 centímetros, mas
com linhas inspiradas no R16, sobretudo nas laterais e na frente. Era o
projeto 118, no qual a empresa trabalhou por seis anos. O pequeno hatch
de cinco portas, apresentado no Salão de Paris, tinha medidas compactas
e ótima área envidraçada. Media 3,85 metros de comprimento, 1,54 m de
largura, 1,50 m de altura e 2,44 m de distância entre eixos e pesava 750
kg.
Uma de suas virtudes era a versatilidade. Podia ser usado como um carro
comum e também como utilitário, pois o banco traseiro podia ser
rebaixado e a abertura da quinta porta era ampla. A carroceria de
aspecto simpático e moderno não despertava paixões, mas a racionalidade
era apreciada. Na frente trazia faróis circulares em molduras cromadas e
grade divida ao meio com frisos cromados e discretos. Visto de lado as
linhas eram retas e angulosas. Fácil de estacionar, permitia
malabarismos nas ruas.
Espaçoso, chegava a levar seis pessoas pelo fato de ter a alavanca de
câmbio no painel e bancos largos na frente, apesar de separados. Por
dentro tinha uma simplicidade ímpar, com volante de dois raios e
instrumentação horizontal. Abaixo do painel havia espaço para pequenos
objetos e, em vez de apoios de braço nas portas, havia um puxador de
couro para ajudar a fechá-la.
Seu motor, dianteiro e longitudinal, era refrigerado a água e tinha
quatro cilindros em linha, 845 cm³, potência de 38 cv e torque máximo de
5,8 m.kgf. Bloco e cabeçote eram em ferro fundido, com
comando de válvulas no bloco. O vão do
motor era amplo e o radiador recuado permitia fácil acesso para
manutenção. Alimentado por um carburador de corpo simples de marca Solex
ou Zenith, sua velocidade máxima era de 120 km/h e a aceleração de 0 a
100 km/h demorava longos 30 segundos. O desempenho foi criticado, embora
o da concorrência não fosse muito melhor. A prioridade estava na
economia — seu consumo chegava a 16 km/l. A tração era dianteira e o
câmbio tinha quatro marchas, todas
sincronizadas.
Continua
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