O precursor dos dois-volumes

Estilo e mecânica modernos e a prática solução das
cinco portas foram elementos marcantes do Renault 16

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A francesa Renault, com sede em Billancourt, uma pequena ilha em Paris, nunca foi revolucionária como a rival Citröen, nem tradicional como a Simca, nem ousada como a Peugeot. Fazia carros convencionais, mas atraentes. Na década de 60, o projeto 115 estava em andamento. A empresa não estava ainda totalmente decidida sobre a substituição do antiquado Fregate, que era um modelo médio-grande.

O novo modelo viria rivalizar com o Citröen ID, modelo mais simples do DS, o Peugeot 404 e o Simca 1500 dentro do território francês. Antes, porém, existiu o projeto 14, de 1962, que não decolou  por questões de custo. Tratava-se de um três-volumes, com linhas muito arrojadas e motor de seis cilindros em linha e 2,2 litros, todo de alumínio.

Com os quatro faróis circulares do mercado americano (acima) ou os dois retangulares, o R16 agradava pelo estilo moderno e por aliar o jeito de sedã à praticidade de uma perua

Optou-se então por um desenho que resultaria em um automóvel moderno, com atributos de sedã e perua ao mesmo tempo, bom espaço para as bagagens e conforto para cinco adultos. Um carro funcional e que não fosse caro. Os responsáveis eram o engenheiro Claude Prost-Dame e o estilista Gaston Juchet. Em 1963 o automóvel era surpreendido por jornalistas em testes na Itália e logo era capa de revistas especializadas. Dando continuidade às provas de resistência, foi para o norte dos Estados Unidos e também para o norte da África, enfrentando temperaturas opostas e rigorosas.

No Salão de Genebra, na Suíça, em 1965 era apresentado o Renault 16. O R16, como ficou conhecido, era um dois-volumes de cinco portas. Media 4,23 metros e pesava 980 kg. De frente chamava a atenção o vinco duplo sobre o capô que terminava na grade. Esta, de alumínio, era quadriculada e tinha a seu lado dois faróis retangulares. Na capota, as mesmas "nervuras" adotadas no Mercedes-Benz 230/280 S da série Pagode. Era um automóvel diferente, bonito e sóbrio.

O interior, amplo e bem-acabado, ganharia itens de conforto como bancos
revestidos de couro, ar-condicionado, teto solar e controle elétrico dos vidros

Seria o primeiro Renault médio com tração dianteira. O motor de quatro cilindros em linha tinha 1.470 cm³, taxa de compressão de 8,6:1, potência de 55 cv a 5.000 rpm e torque máximo de 10,8 m.kgf a 2.800 rpm. A velocidade máxima era de 145 km/h. Dentro do compartimento do motor ficava o estepe, deixando para o porta-malas muito espaço para a bagagem. E o acesso era muito bom graças à quinta porta muito ampla.

A suspensão independente nas quatro rodas utilizava barras de torção, uma característica francesa. Como no pequeno R4, as distâncias entre eixos esquerda e direita eram diferentes, por causa da disposição da barra de torção de cada braço arrastado. Os freios eram a disco na frente e a tambor atrás, com assistência. Muito estável, não aplicava susto ao motorista ao enfrentar curvas em velocidade, apesar da importante inclinação da carroceria. Usava pneus 145-13. Continua

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Data de publicação: 5/8/03

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