

Estabilidade e economia eram
pontos altos do R6, bastante simples por dentro; faróis quadrados e nova
grade eram adotados no modelo 1976

A IKA Renault produziu-o na
Argentina, com motor 1,1, de 1969 a 1984 |
A
estabilidade era destaque, mérito da suspensão independente nas quatro
rodas com barras de torção longitudinais. Os quatro freios a tambor
mostravam-se suficientes para o peso e a potência do automóvel, assim
como os pneus na medida 135-300 (aro em milímetros, cerca de 12 pol).
Como seu compatriota e concorrente Citroën Ami,
inclinava-se bastante nas curvas fechadas, mas mantinha a classe. Longe
de ser um esportivo, porém, não permitia abusos. Era um veículo
familiar.
Em setembro de 1970 era lançada a versão 6 TL, que usava o já bastante
testado motor Sierra ou Cléon, que havia começado carreira no sedã R8.
Com maior cilindrada, 1.108 cm³, era mais equilibrado e suave por ter
cinco mancais de apoio para o virabrequim. Passava a render 50 cv e 8,2
m.kgf, com os quais acelerava de 0 a 100 km/h em 25 segundos e atingia
135 km/h. As outras novidades mecânicas eram caixa de marchas com
alavanca no assoalho mais rápida e precisa, novo escapamento, sistema de
arrefecimento com circuito fechado, freios a disco nas rodas dianteiras
e pneus radiais na medida 145 R 13.
As rodas recebiam calotas, sobre o capô havia uma pequena entrada de ar
e na lateral um friso cromado. Por dentro ganhava aquecimento, bancos
reclináveis com forrações melhores, apoios de braço nas quatro portas,
vidro traseiro térmico e rádio. Um pouco mais completo e habitável,
estava mais aconchegante. As vendas, que já eram boas, melhoraram
bastante.
Em 1972, dentro de casa, sofria concorrência do
R5 e do R8. Na França tinha que
enfrentar ainda o Citroën Ami 8 e o Simca 1000.
Da Holanda vinha o DAF 44, da Polônia o
Polski-Fiat, da Rússia o Moskvitch 412, da Itália
o Fiat 127 e o 128 e da
Alemanha o Ford Escort, o
Opel Kadett e o
Volkswagen 1303 S. Do Japão, já
com boa penetração no velho continente, chegavam
Datsun Cherry, Honda Tipo Z e
Toyota Corolla. Uns mais modernos, outros nem tanto, mas todos na
mesma faixa de preço e com muita vontade de abocanhar mercados
interessantes.
Quatro anos depois recebia a primeira reestilização. Na frente estreavam
faróis quadrados e grade preta retangular, com frisos horizontais e o
símbolo do losango ao centro. Recebia frisos laterais com cores vivas na
parte inferior e, como opcional, rodas de alumínio. O automóvel urbano
para pessoas discretas queria também atrair o público jovem. A produção
na França foi encerrada em 1980. Seu substituto foi o R14, bem
mais moderno e com outra proposta.
Ainda foi montado na Colômbia até 1984 e produzido na Espanha, com motor
de 956 cm³, pois cilindrada de
mais de 1.040 cm³ resultava em imposto mais alto. Nossos vizinhos
argentinos o produziram em sua IKA-Renault (Industrias Kaiser
Argentina) em Santa Isabel, Córdoba de 1969 até 1984. Destacavam o espaço interno, a potência
(45 cv) do motor de 1.108 cm³ e o tratamento anticorrosão dado à
pintura. Fez sucesso por lá também.
O R6 foi considerado um dos Renault mais feios já produzidos. Não tinha
nada de revolucionário, mas representou bem a empresa e preencheu uma
lacuna para cidadãos de grandes cidades, assim como fazendeiros no
interior, que o viam como um carro muito prático e robusto. Enfrentava
terrenos difíceis, seja lama ou neve, com galhardia. Sua produção nesses
países ultrapassou a marca de dois milhões de unidades.
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