A caixa de câmbio tinha quatro marchas, sendo que a primeira não era sincronizada. A alavanca ficava no assoalho e inclinada para trás, ao estilo Alfa Romeo. Por dentro, os instrumentos com contornos cromados, em formato de trapézio invertido, faziam par com o porta-luvas aberto no desenho. Tinha volante de dois raios e bancos dianteiros individuais. A suspensão dianteira era independente, mas atrás se usava eixo rígido. Os pneus na medida 5,20-13 vestiam rodas com calotas de formato cônico e os freios eram todos a tambor. Era um carro estável, sem maiores pretensões. |
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"O completamente novo Anglia, o mais estimulante carro leve do mundo": com certo exagero, a publicidade descrevia o pequeno Ford, cujo motor de 1,0 litro desenvolvia apenas 37,5 cv |
Em 1961, uma grande
proeza: no famoso circuito de Goodwood, que hoje é palco de corridas
históricas belíssimas, três exemplares do Anglia percorreram 10 mil
milhas (16 mil quilômetros) em 10 mil minutos (quase sete dias), média
pouco superior a 95 km/h, notável para um motor tão modesto. Um ano
depois chegava a versão perua, chamada de Anglia Estate Car.
Continuava com duas portas e era só dois centímetros maior que o cupê.
Havia também uma versão mais simples, um furgão, com chapas em vez de
vidros traseiros. O acabamento era muito rústico. |
Além da perua, chamada Estate Car, a linha teve uma versão furgão, com chapa no lugar dos vidros laterais traseiros |
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Como era muito comum na
Inglaterra dos anos 1960, preparadores independentes começaram a mexer
no motor do Anglia para lhe dar mais ânimo. Os preparadores Novamotor
e Holbay chegaram a tirar perto de 100 cv para equipar alguns Fórmula
3 ingleses. De olho nesse interesse do público, em 1963 a fábrica
lançava o Anglia Super, com motor de 1.198 cm³ e 50 cv a 5.000 rpm. O
torque máximo passava a 9,2 m.kgf a 2.700 rpm, a caixa era totalmente
sincronizada e os freios estavam mais eficientes. A velocidade final
chegava a 135 km/h. |
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Um motor mais potente, de 1,2 litro e 50 cv, e até uma versão de luxo com estepe "estilo Continental" na traseira tornaram o Anglia mais atraente, apesar da forma estranha das colunas |
Em 1968 era lançado o primeiro Escort e o Anglia deixava o mercado — surgia, enfim, uma integração entre as unidades alemã e inglesa da Ford. Mas o veterano modelo britânico ainda é presença constante nas provas de VHC (carros antigos de competição), e é muito valente. Um britânico inimitável, que fez até uma ponta no primeiro filme de Harry Potter. |
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