Para menor tributação em função da chamada potência fiscal, este Simca recebia um motor mais modesto e econômico. Outro motivo importante era a crise se iniciou em julho de 1956, quando o presidente Nasser, do Egito, decidiu nacionalizar o Canal de Suez. Única ligação entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho, esse era o principal escoadouro de petróleo dos países árabes para a Europa. Os franceses tinham o direito a uma cota de apenas 30 litros de gasolina por mês.

Para 1958 o Vedette era reestilizado, ganhando frente mais imponente e vistosas
aletas; os acabamentos agora eram Beaulieu (acima), Chambord e Présidence

O Ariane usava o propulsor Rush do modelo Aronde, com quatro cilindros em linha, válvulas no cabeçote, 1.290 cm³, 48 cv e 9 m.kgf. A caixa tinha quatro marchas, ainda sem primeira sincronizada. É de se imaginar a dificuldade do pequeno motor em fazer andar o pesado carro. Mesmo assim, a versão foi bastante apreciada por quem desejava um carro grande, imponente, e não se importava com o desempenho. A velocidade máxima ficava em modestos 120 km/h, mas o consumo era bem menor que no V8. Os principais concorrentes eram Citroën ID 19, Ford Consul 315 e Opel Rekord 1200.

Em setembro de 1957 a linha recebia grandes mudanças na carroceria, obra do projetista italiano Luigi Rapi. Na frente a grade estava maior e de lado viam-se aletas bem mais chamativas, que vinham pintadas na mesma cor do teto dependendo da versão. Estava 23 centímetros mais longo e com novas lanternas. O motor ganhava pequenos ajustes que o deixavam com mais torque. O Ariane passava a contar com o V8 e assim substituía o Trianon. Como opcionais, a linha podia receber a embreagem automática Ferlec-Gravina e a caixa Rush-Matic, com sistema de overdrive. Os tambores de freio estavam maiores e as rodas passavam ao aro de 380 milímetros (15 pol).

A perua Marly acompanhava as mudanças na família, que logo se tornaria brasileira

Havia também novas versões, denominadas Beaulieu, Chambord (em homenagem a um dos mais belos castelos da região do Vale do Rio Loire) e Présidence. A perua Marly acompanhava as evoluções estéticas e mecânicas e crescia em tamanho. Por dentro o Simca trazia novo painel, com formas arredondadas na parte superior e instrumentos agrupados num só mostrador. Na outra extremidade estava o marcador de pressão de óleo. Detalhe interessante era a pequena alavanca, perpendicular ao ponto morto da alavanca de câmbio, que permitia ao motorista o ajuste do avanço inicial de ignição.

A versão Présidence podia vir com interior Classique, com banco inteiriço, ou Grand Tourisme, dotado de bancos dianteiros separados. Outras opções eram vidro separador entre motorista e os ilustres passageiros, telefone e um pequeno televisor. Nesta versão, o destaque visual ficava por conta de um suporte de estepe na traseira, com calota igual às das rodas e que se rebatia para abertura da tampa do porta-malas. O pneu de reserva podia continuar no compartimento de bagagem, mas o carro ganhava charme com o equipamento, que imitava o dos americanos Ford Thunderbird e Lincoln Continental. As calotas eram mais bonitas e os pneus com faixa branca lhe conferiam aspecto superior. Também tinha mais cromados e duas saídas de escapamento no pára-choque.
Continua

Em escala

Os brasileiros conhecem mais a Norev francesa na pequena escala 1:60, mas ela também faz belas miniaturas em outros tamanhos. É o caso do Chambord 1958, que pode vir em preto e branco ou em vermelho e branco. Detalhes como limpadores de pára-brisa, retrovisores e placas estão presentes. Tudo impecável em 1:43.

A empresa fez também a Marly 1956 e o Présidence Classique 1958 (acima). Detalhes como o amplo teto solar, o kit de estepe externo e o vidro que separa o chofer dos passageiros estão presentes.

Não menos interessante é a versão presidencial elaborada por Chapron (leia boxe), que a Heco reproduziu em 1:43 como parte da Collection Présidentielles. Feita em série limitada de 300 unidades, a miniatura tem acabamento detalhado que expõe o interior bege, a divisória atrás do banco dianteiro e a bandeira no pára-lama dianteiro direito.

A empresa Altaya é conhecida por aqui pelas miniaturas vendidas em bancas de revistas. O mesmo procedimento é adotado na Europa. Ela encomendou à competente Ixo Models a coleção Les Belles Années Simca, que estreou este ano na Europa. E consta em 1:43 um belíssimo Présidence preto 1958 (acima), muito detalhado. O mesmo foi feito no Ariane 4 e na Marly 1959.

A famosa Solido caprichou no Chambord 1958 (acima). A peça foi fabricada entre 2000 e 2005 para a coleção Sixties. Na escala 1:43, vem em várias cores e tem acabamento excelente.

A Dinky Toys fez várias miniaturas dos Simcas Chambord, Versailles e Ariane (acima) entre 1955 e 1961. Na escala 1:43, eram bem acabadas e detalhadas, com pneus de faixa branca, carroceria em dois tons, etc.

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