Com um estilo peculiar, a perua 95 trazia bancos suplementares voltados para trás; o motor de 841 cm3 era o mesmo que equiparia mais tarde o modelo 96

Por apenas um ano a 95 manteve as portas com abertura para trás; mais tarde ela receberia o motor Ford V4 de quatro tempos com 55 cv

 
 
Para ler
Saab 96 & V4 (Rally Giants) - por Graham Robson, editora Veloce. Verdadeiras lendas dos ralis nos anos 60, os modelos 96 de dois e quatro tempos têm sua trajetória nas provas abordada por esse livro de 128 páginas, publicado em 2010.

Two Stroke Cars Of The Past - por Mark Telford, editora CreateSpace. Interesse em carros com motores a dois tempos? Essa obra de 2012 traz testes de época, dicas de compra e outras informações sobre modelos de numerosas marcas, como DKW, Subaru, Suzuki, Wartburg, Trabant, Barkas, Framo e — claro — a Saab, em 332 páginas.
 

A frente redesenhada em 1969 não contribuiu com o estilo da perua; em alguns países era vendida uma versão furgão, sem bancos na traseira

Um ano antes, em maio, a linha se havia expandido com a perua 95, resposta ao lançamento da Volvo PV445 Duett em 1953. Com linhas curiosas, o modelo familiar da Saab inaugurava o motor do futuro sedã 96, de 841 cm³ e 38 cv, o mesmo ocorrendo com o câmbio de quatro marchas. Interessante era o banco infantil de dois lugares montado no compartimento de bagagem, que podia ser recolhido. Um defletor na parte final do teto direcionava ar para manter limpo o vidro traseiro. As portas do 93F, articuladas na frente, apareciam nela já em 1960. Sete anos mais tarde vinha o motor Ford V4 (mais sobre ele adiante).

Na inglesa Car  a perua 95 enfrentou as concorrentes francesas Citroën GS, Peugeot 304 e Renault 12 em 1972. Entre os atributos do modelo sueco estava o bom desempenho do motor V4 com o veículo carregado: "Apesar das curvas de potência e torque pouco inspiradoras, a Saab é a mais disposta do grupo: empurra bem em cada marcha, requer pouco uso do câmbio e mantém bem a velocidade em subidas". Sobre o interior, "controles e instrumentos são muito precisos, com grande atenção aos detalhes".

Apesar de seu antigo projeto, a 95 ainda convencia em comportamento: "A impressão de inclinação da carroceria é acentuada pela alta posição dos ocupantes, mas o carro contorna curvas com rapidez, com um subesterço previsível e que nunca chega a proporções drásticas. E a Saab tem um rodar sólido, confortável e particularmente bem controlado, sem ser áspera como os carros britânicos costumam ser. A não ser em altas rotações, o motor é bastante silencioso". O ponto mais crítico apontado estava nos pedais, voltados demais para o centro do carro.

A conclusão da Car  foi que "a Saab tem a melhor construção do grupo e um grande aparato de segurança em impactos. Mas ela parece tão ultrapassada quanto seu estilo sugere, e é banal demais para proporcionar muito prazer em dirigir. E alguns podem achar que ter apenas três portas é uma desvantagem". A revista apontou a R12 como a melhor opção.

Alguns mercados receberam uma versão furgão da 95, sem bancos ou vidros na parte traseira. A perua ficou no mercado até 1978 e seria, por mais 20 anos, o único modelo do gênero na história da marca. Nos dois últimos anos, não mais trazia o banco suplementar.

Quatro tempos  
O sedã 96 chegava ainda em 1960, com a frente bem conhecida desde o 92, mas uma traseira toda nova. O banco posterior havia ficado 25 cm mais largo e o vidro traseiro era duplicado de tamanho em comparação ao 93. Também aumentou muito a aceitação da Saab pelo consumidor europeu, no que contribuía o motor de 841 cm³ e 38 cv lançado na perua. Nos EUA, a nova carroceria foi estendida ao GT 750, que ganhava também câmbio de quatro marchas.

A Road & Track  aprovou as evoluções do 96 ao testar o modelo em 1961: "A primeira coisa aparente é a potência adicional. Ele deixa um Volkswagen para trás com mais facilidade do que antes e suas habilidades de subir montanhas estão muito aprimoradas". A aceleração de 0 a 96 km/h exigiu 24,5 segundos ante 27,2 s do modelo 93. "Sobre uma variedade de superfícies o 96, com sua suspensão de molas helicoidais, mostrou-se um dos carros de rodagem mais refinada em sua classe", destacou a revista.

Nas pistas
A série inicial da Saab somou numerosos bons resultados em provas de rali, nas quais sua estabilidade foi bem aproveitada. Já em 1952, com um 92 preparado para obter 35 cv, Greta Molander venceu a Coupe des Dames (copa das damas) do Rali de Monte Carlo. Com as evoluções do modelo 93, as vitórias se tornaram frequentes.

Em 1956, pilotos venceram com esse Saab o Rali de Wiesbaden (Alemanha), o Rali Viking na Noruega e as provas Rikspokalen e Scandiatrofén, na Suécia. No ano seguinte, mais vitórias: Mille Miglia italiana na classe Turismo Preparato de 750 cm3, Great American Mountain Rallye e Rali Lime Rock nos Estados Unidos, Rali dos Mil Lagos na Finlândia e Rali Adriático na Iugoslávia. Em 1959, um 93 foi segundo colocado na 24 Horas de Le Mans, na França, em sua categoria e 12º na classificação geral. O ano seguinte viu a vitória no Finnish Snow Rallye, na Finlândia.

Com a chegada do 96 o êxito prosseguiu. Com ele, o sueco Erik Carlsson — conhecido como Sr. Saab — venceu provas de relevo como o Rali RAC da Inglaterra por três anos (de 1960 a 1962) e o Rali de Monte Carlo em 1962 e 1963. Competiu também no Rali Safári do leste da África.

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