

Motor de 1,3 litro em 1966,
câmbio automático em 1968, robustos pára-choques em 1973: mudanças
graduais no Karmann ao longo do tempo

Tipo 34: de mecânica mais
moderna, não repetiu o sucesso do original |
Em
ambos podia-se também ter a mesma cor nos bancos, volante e acabamento
de painel. Mas a opção não foi bem aceita, pois o interior ficava muito
monótono.
Apenas um ano depois estava cheio de novidades. O motor passava a 1.493
cm³, para 44 cv e 10,2 m.kgf. Ganhava freios a disco dianteiros, com
duplo circuito hidráulico, e as rodas com quatro parafusos de fixação em
vez de cinco ganhavam calotas com novo desenho. A máxima aumentava mais
um pouco: agora era de 138 km/h. O painel trazia novo desenho e
revestimento adesivo imitando madeira. Em 1968 chegava uma opção muito
interessante para o mercado americano: a caixa automática com conversor
de torque e três marchas.
Seus concorrentes na época eram os franceses
Panhard 24 B, Renault 1100 Caravelle S e
Simca 1000 Coupé; os italianos
Alfa Romeo Giulia Sprint 1300 e Fiat 1500 Cabriolet; os ingleses
Triumph Spitfire MK II,
Austin-Healey Sprite Mark II e MG Midget
MK II; e o compatriota NSU Spider. Todos na
mesma faixa de preço e de proposta semelhante, embora com diferentes
concepções mecânicas.
Chegava a década de 1970 e o Karmann Ghia vinha com novidades estéticas
não muito atraentes. Na frente as luzes de direção passavam a ser
retangulares e envolventes, na cor âmbar. Atrás, as lanternas com luzes
de ré estavam maiores. No ano seguinte vinha o motor 1600, muito bem-vindo. Com 1.584 cm³, a
potência alcançava 50 cv, o torque subia para 10,8 m.kgf e a velocidade
máxima para 142 km/h. Era o mesmo motor do VW 1302 S conversível, também
produzido pela Karmann. Em 1972 era remodelado na traseira e tinha novos
mostradores e volante. Os pára-choques cresciam um ano depois e
lhe davam um ar robusto, mas destoavam das linhas delicadas da
carroceria.
A produção do Tipo 14 terminava em 1974, após 326 mil cupês e 81 mil
conversíveis. Foram quase 20 anos de sucesso na Europa. Foi de certo
modo substituído pelo Scirocco,
também produzido pela Karmann e com desenho italiano de Giugiaro, bem
mais moderno, mas com outra concepção. Suas linhas sensuais e muito
bonitas são sempre lembradas, mesmo que sempre lhe tenha faltado um
motor digno do desempenho que seu estilo prometia.
No Brasil
A Karmann
Ghia do Brasil Ltda. foi fundada em 1960 em São Bernardo do Campo, SP,
como subsidiária da Karmann alemã. Em 1962 passou a produzir o Karmann
Ghia brasileiro, carro que simbolizava jovialidade, esportividade e
requinte. E, apesar da simplicidade mecânica, custava caro: seu preço
era equivalente a de um Simca Chambord ou de
um Aero-Willys e apenas 16% menor
que o do FNM JK 2000, na
época o automóvel nacional mais caro. Quanto aos concorrentes diretos,
os Willys Interlagos
conversível e Berlineta eram 15% mais caros que o modelo da VW.
Continua
|