Um sapo para divertir

Apelidado de Frogeye em seu primeiro modelo, o Sprite da
Austin-Healey foi um roadster fiel à proposta original

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A Austin-Healey surgiu em 1952 como uma associação de Leonard Lord, responsável pela divisão Austin da BMC (British Motor Corporation), e o engenheiro e projetista de automóveis Donald Healey. Dos 20 anos que essa parceria durou, um dos modelos mais famosos foi o Sprite, um roadster dentro do puro espírito dos carros esporte ingleses — pequeno, simples, acessível.

Desenhado por Healey e lançado em maio de 1958, o Sprite buscava preencher a lacuna deixada pelos esportivos da linha Seven, produzidos desde antes da Segunda Guerra Mundial. Além do motor da série A da Morris — outra marca da BMC —, usava muitos componentes de outros carros do grupo britânico para reduzir os custos. Compacto, media apenas 3,48 metros de comprimento, 1,34 m de largura, 1,22 m de altura (com a capota fechada) e 2,03 m de distância entre eixos.

Os grandes faróis no topo do capô, que deveriam ser retráteis pelo projeto inicial, renderam ao Sprite o apelido de "olhos de sapo" ou de inseto, conforme o mercado em que fosse vendido

Sua primeira série ficou conhecida como Frogeye (olhos de sapo) no Reino Unido e Bugeye (olhos de inseto) nos Estados Unidos, por causa dos grandes faróis em posição elevada. Conta-se que a intenção era fazê-los retráteis, com um mecanismo que os rebatesse quando fora de uso, mas a limitação de despesas fez com que acabassem fixos. O capô e os pára-lamas dianteiros formavam uma só peça, que se erguia para acesso ao motor. Não havia pára-choque traseiro e o dianteiro era opcional.

Muito simples, o carro não tinha maçanetas externas (abriam-se as portas por dentro) nem tampa do porta-malas: o acesso ao estepe e a eventuais volumes na traseira só podia ser feito dobrando o encosto de um dos bancos. Em contrapartida, a estrutura monobloco tornava-se mais rígida com essa traseira fechada. O interior era compacto e espartano: nem carpete havia no assoalho, só um revestimento emborrachado.

A simplicidade estava em todo o carro: portas sem maçanetas, interior com piso emborrachado, pára-choque dianteiro opcional, acesso ao porta-malas só pelo interior do veículo

O motor do Sprite vinha dos modelos Austin A35 e Morris Minor, com quatro cilindros em linha, comando de válvulas no bloco e 948 cm³. Com a aplicação de dois carburadores SU, sua potência passava dos 37 cv do Minor para 43 cv a 5.500 rpm e o torque máximo chegava a 7,2 m.kgf a 3.000 rpm. Certamente não era muito — acelerar de 0 a 100 km/h levava 21 segundos e a velocidade máxima ficava em 125 km/h —, mas o bastante para divertir porque o peso do carro ficava em 660 kg. Com um consumo contido, o tanque de 27 litros era suficiente para os passeios. Continua

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Data de publicação: 23/1/07

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