Também tomadas emprestadas daqueles modelos, a suspensão era independente à frente (com molas helicoidais) e por eixo rígido atrás, com feixe de molas do tipo quarto de elipse. O Sprite usava um câmbio de quatro marchas (a primeira não sincronizada) e tração traseira. O conjunto era bastante eficiente, com um comportamento em curvas acessível a qualquer motorista, direção precisa (com caixa de pinhão e cremalheira) e fácil manutenção.

Uma frente mais convencional vinha na segunda série (Mark II), em 1961; o motor original de 948 cm3 permanecia por mais um ano, sendo então trocado por um de 1.098 cm3

Foram feitas 49 mil unidades até abril de 1961, a maioria exportada aos EUA. Com a chegada da segunda série — chamada de Mark II, dentro do padrão de identificação comum entre os ingleses — alguns "refinamentos" eram acrescentados, como pára-choque traseiro e tampa para acesso ao porta-malas. Os faróis vinham em posição mais convencional nos pára-lamas e, atrás, as lanternas eram as mesmas do MG B. Embora perdesse em identidade, o roadster estava mais bonito.

O motor inicial permanecia o de 948 cm³, com potência (46 cv) e torque (7,3 m.kgf) pouco maiores, mas já no ano seguinte era adotado o de 1.098 cm³, igual ao usado no MG/Austin/Morris 1100 e no Minor 1000. Com 59 cv a 5.750 rpm e 8,6 m.kgf a 3.250 rpm, melhorava bastante a agilidade — máxima de 140 km/h, de 0 a 100 em 17 segundos — e justificava a adoção de freios dianteiros a disco, no lugar dos precários tambores da versão anterior. O peso crescia para 700 kg e rodas raiadas com fixação pelo cubo central passavam a ser oferecidas.

O Sprite Mark III, de 1964, ganhava conveniência com maçanetas, janelas descendentes e melhor acabamento; a suspensão traseira evoluía para melhorar a estabilidade

Essa série foi vendida também como MG Midget, com acabamento e preço um pouco superiores, e produzida na Itália pela Innocenti, com estilo refeito pelo estúdio Ghia e o nome Innocenti 950 (depois 1100) Spider.

O Sprite Mark III, ou MG Midget Mark II, estreava em 1964 com novas melhorias em conveniência e acabamento. Janelas descendentes com quebra-ventos, maçanetas e fechadura externas, pára-brisa maior e novo painel deixavam-no mais agradável de usar no dia-a-dia, mas traziam peso e causavam críticas dos puristas, que o preferiam no estado original. A suspensão traseira passava a usar feixes de molas semi-elíticas, o que melhorava a localização do eixo e trazia maior estabilidade, com menor tendência ao sobresterço.

Lançado junto da segunda série do Sprite, o MG Midget sobreviveu a ele: foi produzido até 1979 (oito anos a mais que o Austin), tendo recebido em 1975 um motor de 1.498 cm3

A última série (Mark IV para o Sprite, Mark III para o Midget), apresentada em 1966, marcava a adoção do motor de 1.275 cm³ da série A, com 65 cv a 5.800 rpm e 10 m.kgf a 3.000 rpm. Era o mesmo usado no Mini Cooper S, mas com 9 cv a menos que no famoso carrinho inglês. A máxima passava a 150 km/h e bastavam 14 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Além de alterações estéticas, o roadster recebia uma capota retrátil fixada à carroceria, em vez da antiga removível.

Com a absorção da BMC pela British Leyland, em 1968, Donald Healey deixou a associação, levando a marca a eliminar seu sobrenome do logotipo — em 1971 o carro passava a ser chamado apenas de Austin Sprite. Esse foi seu último ano de produção, mas o Midget permaneceu em linha até 1979, tendo usado nos quatro anos finais um motor Triumph de 1.498 cm³.

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