Sem perder a identidade BMW, o Série 8 assumia proporções alongadas, rebaixava o "duplo rim" da grade e obtinha ótimo Cx 0,29

Os faróis escamoteáveis usavam refletores elipsoidais, outro requinte desse carro, que introduzia na marca a suspensão traseira multibraço

 
Para ler
BMW 8 Series Performance Portfolio - por R. M. Clarke, editora Brooklands Books. As conhecidas coletâneas de Clarke trazem testes e comparativos publicados em revistas, guia de compra e dados técnicos de todas as versões, incluindo as da Alpina. Publicado em 2006, tem 128 páginas em inglês.

The Complete Book of BMW: Every Model In the World Since 1950 - por Tony Lewin, editora Motorbooks. Boa opção para uma visão abrangente sobre a marca. A revista Roundel, especializada em BMW, destacou sua riqueza e precisão de informações. Do 501 dos anos 50 aos recentes Série 1 e 6, o livro de 2004 traz 384 páginas.

BMW Cars - por Martin Buckley, Motorbooks. Tudo começou com o 3/15 de 1927... Três quartos de século da marca alemã estão nessa obra de 2002, com 168 páginas de histórias, tanto de modelos de rua quanto de competição, e muitas imagens de época.

BMW - por Rainer W. Schlegelmilch, Hartmut Lehbrink e Jochen von Osterroth, editora Langenscheidt Publishing Group. Do pioneiro 3/15 aos últimos modelos, passando por clássicos como o 328 do pré-guerra e curiosidades como o Isetta, a trajetória da empresa de Munique está bem contada em 480 páginas em inglês. O livro é recente, 2008.

Visto de traseira, contudo, parecia um BMW como qualquer outro, apenas mais largo e baixo, pois o desenho das amplas lanternas era familiar. Como a tampa do portamalas era curta — inerente ao desenho de cupê —, foi previsto vão de acesso até junto ao parachoque. Aberta a tampa (sustentada por articulações pantográficas), aparecia a caixa de ferramentas presa à parte interna, ou não seria um BMW. Bem-acabado e luxuoso do modo tradicional germânico, sem ostentação, o interior do Série 8 mostrava elementos marcantes da empresa, como o volante de quatro raios, bancos firmes e bem conformados, painel voltado ao motorista e todos os comandos bem à mão. Um toque original estava nos difusores de ar externos montados nas portas, em vez de no painel, cujos instrumentos analógicos eram simples e bem legíveis.

À frente da alavanca de câmbio, montada em posição alta, viam-se os controles de áudio, do computador de bordo e do ar-condicionado automático com duas zonas de ajuste de temperatura; ao lado dela, os de aquecimento dos bancos e comando elétrico da tela traseira contra sol. O ajuste dos bancos dianteiros e do volante era elétrico. Os cintos de segurança vinham integrados aos bancos, boa solução para manter seu ajuste após a regulagem dos assentos e não atrapalhar o acesso ao banco traseiro. O ar-condicionado incluía medidor de qualidade do ar externo, que ativava a recirculação caso detectasse alta concentração de poluentes.

Requinte técnico   De início o E31 foi oferecido em uma só versão: a 850i, número que designava Série 8 e motor de 5,0 litros de cilindrada — um critério que a BMW seguia fielmente à época, mas que se perdeu desde então. O propulsor M70 de 12 cilindros em "V", 4.988 cm³ e duas válvulas por cilindro, conhecido desde 1986 no sedã Série 7, desenvolvia potência de 300 cv e torque de 45,9 m.kgf, que se refletiam em aceleração de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos, com caixa manual Getrag de seis marchas, ou 7,4 s com a automática ZF de quatro marchas. A velocidade máxima vinha limitada pela central eletrônica em 250 km/h, por força de um acordo entre o governo alemão e vários fabricantes locais. Pela primeira vez um automóvel associava seis marchas a um motor V12.

A suspensão dianteira era derivada da que equipava o Série 7, mas na traseira a BMW usou um novo conjunto independente do tipo multibraço, apoiado em subchassi e dotado de efeito autodirecional. No limite de aderência, a suspensão assumia cambagem e convergência que tentavam fazer as rodas apontar para dentro da curva (ainda que por ângulo muito sutil, 1/6 de grau) e evitar o sobresterço, sempre perigoso para motoristas menos experimentados. O sofisticado conceito, que custava o triplo do tradicional sistema de braço semi-arrastado dos demais modelos da marca, seria estendido ao Série 3 um ano depois, mas chegaria ao Série 7 apenas na geração seguinte, em 1994.

E não era só. O controle eletrônico de amortecimento de terceira geração, ou EDC III, podia variar em até 30% a carga dos amortecedores conforme as necessidades. Um comando selecionava entre o modo esporte e o de conforto. O 850i contava ainda com controle de tração, que podia ser desligado por botão, e assistência de direção Servotronic, também de controle eletrônico. Continua

Nas telas
Filmes europeus e norte-americanos usaram o Série 8 em várias situações. Um belo 850i verde tem grande participação em Excesso de Bagagem (Excess Baggage, 1997), comédia romântica americana com Alicia Silverstone, Benicio Del Toro e Christopher Walken no elenco. Uma jovem rica e mimada forja seu próprio sequestro para chamar a atenção do pai. Mas uma grande confusão tem início quando um verdadeiro ladrão de carros rouba justamente o BMW onde ela está escondida. Outro similar está em Heat, filme americano de 1995 com Robert De Niro.

Um cupê preto aparece em A Cartada Final (The Score, 2001), drama feito nos EUA com Robert De Niro, Edward Norton, Marlon Brando e Angela Bassett. Um veterano ladrão que está prestes a se aposentar e um jovem unem forças a fim de realizar um assalto por muitos considerado impossível. Outro Série 8 pode ser visto em No Alibi, filme de 2000. No drama alemão Tatort - Bienzle und der Traum vom Glück (1996), feito para TV, aparece um 850i azul. Outro dessa versão, mas vermelho, está em Les Couloirs du Temps: Les Visiteurs 2, comédia francesa de 1998.

A rara versão 850 CSi, em prata, aparece no suspense americano A Jurada (The Juror, 1996). Após ser convocada para fazer parte do júri que decidirá o julgamento de um importante mafioso, uma mulher passa a desconfiar que sua vida corre risco caso não ajude a inocentá-lo. Com Demi Moore, Alec Baldwin, Anne Heche e James Gandolfini.

Já o menos potente 840 Ci, em um dos últimos anos-modelo e na cor preta, é usado no filme de ação Tiros na Escuridão (Do Not Disturb, 1999), produzido por Alemanha e Holanda. Melissa (Francesca Brown), filha do empresário Walter (William Hurt), se perde dos pais em Amsterdã e, num beco escuro, testemunha um assassinato. Ela, que é muda, foge desesperada e passa ser perseguida pelos assassinos. Há um 840i da mesma cor também em Uma Saída de Mestre (The Italian Job, 2003), filme de ação que tem no elenco Mark Wahlberg, Charlize Theron e Edward Norton.
A Cartada Final Excesso de Bagagem
Les Couloirs du Temps Tatort
A Jurada Uma Saída de Mestre

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