O requinte em série

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A Série 7, linha mais refinada da BMW, há 25 anos é um
símbolo de conforto, desempenho e inovação tecnológica

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A Bayerische Motoren Werke, fábrica de motores bávara em alemão, não começou com automóveis de luxo. A BMW surgiu em 1917 produzindo propulsores aeronáuticos (seu emblema branco e azul é justamente uma hélice estilizada), passou a motocicletas em 1923 e a carros populares em 1928. Somente nos últimos anos da década de 30 é que a empresa sediada em Munique, no sul da Alemanha, decidiu ingressar no mercado de automóveis luxuosos.

O primeiro BMW de alto luxo: o 335, fabricado por menos de dois anos antes da Segunda Guerra, com motor de seis cilindros e 3,5 litros

O primeiro BMW dessa classe foi o 335, produzido na fábrica de Eisenach apenas entre 1939 e 1940, em virtude da Segunda Guerra Mundial. Baseado no 326, mas com distância entre eixos 11 cm maior, tinha tração traseira e motor de seis cilindros em linha, 3,5 litros, comando de válvulas no bloco e 90 cv de potência líquida. As versões sedã quatro-portas e conversível de duas e de quatro portas competiam com modelos da Horch, Wanderer (marcas que se fundiriam com a Audi e a DKW na Auto Union) e Mercedes-Benz.

Seis anos após o encerramento do conflito, em 1951, a marca recomeçava com o sedã 501. Junto da versão 502, ficaria conhecido como barockengel, anjo barroco em alemão, pois seu estilo sinuoso lembrava as esculturas em madeira das igrejas alemãs e austríacas do período barroco. O 501 usava o motor de seis cilindros e 2,0 litros do pré-guerra, que em 1954 se somava a um mais adequado V8 de 2,6 litros. O 502 vinha no ano seguinte, com o mesmo V8 2,6 e uma versão de 3,2 litros, além de mais equipamentos de conforto. Era um dos mais velozes carros germânicos da época.

"Anjo barroco": assim chamado pelas linhas com ornamentos e curvas em excesso, o 501/502 marcou o retorno da marca a esse segmento, com motores de seis e oito cilindros

Uma tradição começava a se formar. Em 1968, mesmo ano em que adquiria a Hans Glas, marca alemã de carros de luxo, a BMW lançava a linha E3, iniciada com o modelo 2500. O topo da linha era o 3.3 Li, lançado em 1974, com entreeixos alongado e o motor M30 de seis cilindros em linha e 3,3 litros, dotado de injeção Bosch Jetronic-D e 200 cv -- o mesmo que, com 3,5 litros, chegaria até 1992, como veremos adiante. Em maio de 1977 a marca renovava sua oferta nesse segmento, substituindo a série E3 pela de codinome E23.

O início da Série 7   Desde 1972, com a primeira Série 5, a BMW identifica suas linhas com uma nomenclatura que não consta dos veículos, mas que todo entusiasta pela marca conhece (veja tabela). Para o público comum, os modelos iniciados pelo número 7 lançados em 1977 são apenas a Série 7; para os conhecedores, são a geração E23.

O 3.3 Li de 1974: nas linhas e na concepção do motor de 3,3 litros, um carro bem mais próximo dos BMWs modernos (no alto, estes modelos e as três primeiras gerações da Série 7)

Eram sedãs grandes, com 4,86 metros de comprimento e 2,79 entre eixos. Suas linhas seguiam os conceitos básicos dos E3, mas com formas mais retilíneas, em um estilo que apenas evoluiria nas próximas duas décadas, sem perder a identidade -- a receita de um clássico. Os ingredientes essenciais de um BMW não poderiam faltar, como os quatro faróis redondos, a grade "duplo-rim", a forma peculiar das lanternas e janelas traseiras. Continua

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Data de publicação deste artigo: 11/1/03

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