A proposta não é nova — começou em 1999 com a Palio Adventure —, mas foi
nos últimos dois anos que ela mais cresceu em interesse entre os
brasileiros. São os carros "aventureiros", um modo charmoso de definir
modelos que podem ir mais longe, mas não muito mais longe, que os
carros comuns quando termina o asfalto. Embora não possuam tração nas
quatro rodas, trazem suspensão elevada e pneus de perfil mais alto (em
alguns casos do tipo uso-misto), para superar estradas de terra e
trechos irregulares com mais robustez.
Se a Ford é a única a ter um legitimo utilitário esporte nessa
categoria, o EcoSport, outras marcas buscaram alternativas para
aproveitar a onda. A Volkswagen fez em 2005 o CrossFox, versão do hatch
pequeno Fox. A Fiat, que já havia estendido a proposta da Palio
Adventure ao furgão Doblò, aplicou-a no ano passado à minivan Idea. Ao
mesmo tempo aparecia a Peugeot 206 Escapade, com receita idêntica à da
Palio. Portanto, quatro configurações de carroceria em carros que têm
muito em comum. |
Por incrível que pareça, todos seguem a mesma proposta: modelos
de cinco portas com capacidade de bagagem apenas razoável, voltados a
solteiros, casais sem filhos ou mesmo pequenas famílias, com fins de uso
urbano sobretudo, mas capazes de um fora-de-estrada leve e eventual. Com
motores de 1,6 litro (exceto a Idea, que é 1,8)
flexíveis em combustível, obtêm
potência entre 101 e 114 cv, já considerado o uso de gasolina ou
álcool. Também se parecem em porte, com variação de até 20
centímetros em comprimento e 7 cm na distância entre eixos.
Até em preço há equilíbrio. Se os valores básicos são bem
diferentes, a faixa estreita-se ao se adicionar equipamentos em
igualdade, já que os mais baratos cobram à parte itens que os mais caros
têm de série. Na condição em que foram avaliados, o CrossFox custa R$
62,8 mil; a Idea, R$ 62,4 mil; o EcoSport XLS, R$ 55,5 mil; e a 206, R$
52,8 mil. Portanto, equilíbrio nos quatro "Ps" de nossos comparativos, o
que surpreende ao se partir de carros tão diferentes em concepção.
Continua |