

O acesso à bagagem é feito
por duas tampas, solução mais prática; as soleiras de porta trazem a
assinatura desse Range Rover tão especial


No painel, configurações como
a do monitor de pontos sem visão; entre os botões do volante, o que
aciona o comando em voz -- mas em inglês
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Conectar fones de ouvido não é necessário, pois são fornecidos dois de
alta qualidade com interface sem fio. No apoio de braço central vem um
controle remoto para se escolher entre as fontes de áudio e vídeo. Como
nada é perfeito, eventual passageiro no centro não tem uma posição
confortável.
Atrás de tudo isso, o compartimento de bagagem leva 994 litros (até o
teto) e vem revestido em um carpete que acreditamos ser mais espesso que
o tapete da sala do leitor. Uma tela atrás do encosto traseiro evita que
cargas mais altas possam vir para frente. A quinta porta vem em duas
partes, uma aberta para cima e outra para baixo, para evitar que seja
muito pesada ou exija grande espaço livre atrás do carro para a
abertura. Abaixo do assoalho está o imenso estepe, com roda de alumínio
e pneu de medida igual aos outros, o que é boa medida — resta o problema
de retirar dali um conjunto tão grande e pesado, que só seria resolvido
com a adoção de pneus do tipo run-flat, capazes de rodar mesmo furados.
Há ainda importante dotação de segurança, caso das sete bolsas
infláveis: duas frontais, uma para os joelhos do motorista, duas
laterais nos bancos dianteiros e duas cortinas que atuam sobre a área de
vidros das quatro portas. Ou dos faróis com
lâmpadas de xenônio para ambos os fachos, em que o alto usa também
lâmpadas halógenas (só elas atuam ao relampejar farol alto, a menos que
os baixos já estejam ligados, o que certamente se deve ao maior tempo de
ativação do xenônio). Ou do alerta, com leds nos retrovisores, caso haja
veículo em ponto sem visibilidade nas laterais.
Desenvoltura de sobra
Embora se trate da
mesma geração desde 2002, o atual Range Rover usa motores e câmbio
diferentes dos adotados naquela época. Se de início havia unidades BMW a
gasolina e a diesel, hoje os V8 são de origem Jaguar e Ford, na ordem. O
motor a gasolina de 5,0 litros dotado de compressor que equipa a série
Autobiography é o topo de linha — e o mais potente já empregado pela
Land Rover, com 510 cv e torque de 63,7 m.kgf, disponível de 2.500 a
5.500 rpm. Ele vem associado a uma caixa automática de seis marchas,
pois a de oito, ao menos por ora, fica reservada para o
turbodiesel de 4,4 litros.
O que dizer desse conjunto motor-câmbio? No mínimo, que seja fabuloso,
pela grande desenvoltura que traz a um carro com 2.810 kg e aerodinâmica
muito longe do ideal. Se o V8 fosse limitado a 1.500 rpm ainda
permitiria acompanhar qualquer tráfego urbano — e talvez deixá-lo para
trás.
Ele funciona de forma macia ao extremo, com ruído quase imperceptível a
maior parte do tempo. Só mesmo ao pressionar a fundo o acelerador (preso
ao assoalho) seu ronco agradável e vigoroso se manifesta, sem qualquer
vibração. Sobre desempenho, os números apontados pela simulação do
Best Cars (leia análise abaixo) são típicos de carros
esportivos. Claro que um consumo de acordo faz parte do preço a se pagar
por tanta disposição.
A caixa automática permite mudanças manuais pela alavanca, com reduções
para trás, ou pelos comandos atrás do volante, em que o direito sobe
marchas e o esquerdo reduz. Tais comandos atuam mesmo na posição D, mas
nesse caso a operação automática é logo retomada, ao contrário do que
acontece ao mover o câmbio para o canal de uso manual. Da mesma forma,
trazer a alavanca para tal canal só aciona o modo esporte, que mantém
rotações mais altas, sem entrar em manual até que se usem os comandos.
Continua |