Uma das mais tradicionais marcas inglesas, que se arvora como criadora
do conceito de utilitário esporte em 1970 (leia
história), apresenta uma nova versão aos consumidores brasileiros: o Range
Rover Vogue dotado de motor V8 a diesel de 4,4 litros, que vem para substituir o
anterior de 3,6 litros.
Superlativo como poucos carros em sua categoria sabem ser, o Range Rover —
veículo oficial da família real britânica — exibe seu consistente pedigree
através de números que explicitam melhor o que o pulo de 800 cm³ pode fazer
supor: 15,1% mais potente e com 9,4% a mais de torque, a nova unidade motriz
também é mais "limpa", emitindo 14% menos poluentes e sendo 18,5% mais
econômica, pelos dados fornecidos pelo fabricante.
As linhas retas não se alteraram, mantendo o "corte inglês" que ao mesmo tempo
garante sobriedade e sisudez e que fazem dele um clássico moderno, pela
atemporalidade que oferece a quem dá mais valor ao conteúdo do que à forma
externa.
E que conteúdo: com seus 313 cv e mágicos 71,3 m.kgf, disponíveis entre
1.500 e 3.000 rpm, o V8 faz a importante massa de 2.810 kg praticamente sumir. O
tempo de aceleração de 0 a 100 km/h — 7,8 segundos, menos 0,8 s que com o motor
anterior — é bastante expressivo para um veículo tão pesado. Velocidade máxima
não está entre as prioridades de um Range Rover, mas no TDV8 ela aumentou de 200
para 210 km/h com a mudança de motor.
O 4,4-litros usa dois turbocompressores
paralelos sequenciais, como no V6 de 3,0 litros do Discovery 4. Uma
turbina de geometria variável opera em baixas
rotações, mas a partir de 2.400 rpm são abertas válvulas no coletor de
escapamento e o segundo turbo, de dimensões inferiores, acelera muito rápido até
que o efeito de biturbo seja conseguido — em apenas 0,18 segundo.
Há também uma nova caixa de câmbio automática fabricada pela ZF com nada menos
que oito marchas, embora tanto torque funcionasse bem com uma só... O motorista
pode optar pelas mudanças automáticas, deixando o botão rotativo no console —
sim, botão, nada de alavanca — em "D", ou usar as aletas por trás do volante
para escolher a marcha ideal. Em um pedido de redução mais enérgico a caixa pode
saltar até seis marchas, garante a fábrica.
Como sempre nos Range Rovers, o sofisticado sistema de tração integral vem
associado ao controle eletrônico das suspensões. O conjunto batizado pela marca
inglesa (atualmente de propriedade da indiana Tata) de Terrain Response adapta
as configurações de tração, suspensões, motor e transmissão de acordo com o tipo
de terreno no qual o veículo roda, usando uma eletrônica embarcada no estado da
arte.
O Terrain Response havia evoluído no modelo 2010 com um controle de arrancada em
areia e outro para aceleração em declives muito inclinados. Na linha 2011, novos
progressos vieram na arrancada em aclives e declives acentuados, em que a
pressão dos freios é mantida enquanto o motorista muda desse pedal para o
acelerador. Em descidas íngremes, quando se freia com maior intensidade, o
sistema reduz a velocidade até o limite determinado pela posição do acelerador.
Pode também limitar a velocidade a 5 km/h durante até 20 segundos.
Tudo isso vem associado a uma fartura de itens de conforto, conveniência e
segurança, como freios da renomada marca Brembo, painel de instrumentos em tela
digital (TFT) de 12 pol com controle de funções no volante, monitores de DVD
independentes nos encostos de cabeça dianteiros, câmera sem fio com transmissão
em tempo real, tela central sensível ao toque com navegador por GPS integrado
(que usa disco rígido para armazenar as informações), sistema de áudio
Harman-Kardon com 700 watts e 14 alto-falantes e rodas de 20 pol.
É o que se pode esperar de um veículo pelo qual se pagam polpudos R$ 421 mil,
mais que pela versão V8 a gasolina de 5,0 litros (R$ 416 mil) e abaixo apenas da
série especial Autobiography (R$ 446 mil).
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