Aventura com menos trabalho

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Câmbio automatizado Dualogic, em boa fase de calibração,
deixa a Palio Adventure mais confortável, apesar da suspensão

Texto e fotos: Fabrício Samahá

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Grandes pneus de uso misto, suspensão alta e apliques plásticos em profusão compõem a Adventure Locker; espaço de bagagem é destaque

Foi-se o tempo, felizmente, em que o conforto de não precisar mudar marchas ou usar pedal de embreagem estava restrito aos carros de luxo. Ao lado das caixas automáticas convencionais já oferecidas em modelos menores, caso de Citroën C3, Peugeot 207 e o atual Honda Fit, há hoje as do tipo manual automatizado, que cuidam daquelas duas tarefas pelo motorista sem eliminar as vantagens de eficiência do câmbio manual — e a um custo bem menor que o do automático tradicional. Ao lado da Volkswagen, a Fiat é uma das marcas que mais têm apostado nos automatizados. Depois de Stilo e Linea, a família Palio (com exceção do Strada) e a Idea passam a oferecer essa opção em algumas versões com motor de 1,8 litro, que no caso da Palio Weekend é a Adventure Locker.

Por apenas R$ 1.860 a mais, o comprador dessa "perua aventureira" leva o câmbio Dualogic, que mantém as cinco marchas do manual comum. A versão, assim, parte de R$ 55.180 já bem-equipada, ante R$ 53.320 da manual. Entre os equipamentos de série estão ar-condicionado, direção assistida, controle elétrico dos vidros dianteiros e travas, rodas de alumínio de 15 pol, ajustes de altura do volante e do banco do motorista, computador de bordo completo, faróis de neblina e de longo alcance e comandos internos do tanque de combustível e da quinta porta. Como a avaliamos, vai a salgados R$ 66.024, mas isso inclui itens de que se pode abrir mão, como retrovisor interno fotocrômico, faróis e limpador de para-brisa automáticos e alto-falante de subgraves no sistema de áudio. Sem tais equipamentos são R$ 64.540.

Embora se trate do mesmo sistema de acionamento usado por Stilo e Linea, o câmbio Dualogic da linha Palio está aplicado a carros mais leves, com o motor de origem General Motors (como o do Stilo, mas diferente do Fiat usado pelo Linea) e com diferente calibração, até por aproveitar a experiência obtida pelo fabricante nesses dois anos de mercado. É por essas razões que ele obteve, até agora, o melhor acerto de programação já visto na linha Fiat — próximo, em nossa opinião, do ótimo resultado apresentado pelo Polo I-Motion, até então referência no assunto. Em modo automático as mudanças de marcha são feitas no tempo certo, qualquer que seja o modo de dirigir, e de forma mais suave do que constatado no Stilo e no Linea — este último é prejudicado pela curva de torque irregular do motor, que tem baixo desempenho até 2.000 rpm e leva à sensação de altos e baixos a cada troca feita em baixa rotação.

Os incômodos movimentos de cabeça nas mudanças, causados pela interrupção de aceleração, parecem menores na Adventure. A atuação da embreagem também evoluiu: pequenos movimentos, como ao rodar só mais alguns centímetros ao estacionar, são feitos sem trancos como um bom motorista faria no comando do pedal da esquerda. Como nos demais Fiats com o sistema, as mudanças manuais funcionam bem, sendo neste caso comandadas pela alavanca do console, sem opção de "borboletas" no volante. O padrão adotado pela Fiat é o mesmo dos automáticos e automatizados da BMW (também no Fusion V6 e no novo Focus): mudanças ascendentes para trás e reduções para frente, o que corresponde aos movimentos de inércia do corpo do motorista ao acelerar e reduzir velocidade, na ordem. Embora haja quem discorde, nossa opinião tem sido favorável a esse padrão.

O Dualogic conta ainda com programa esportivo, que leva a diferentes resultados: em modo automático, a caixa mantém marchas mais baixas para deixar o motor em rotação mais alta (a quinta continua em uso, porém); em manual, as mudanças comandadas pelo motorista são feitas em menor tempo. Esse programa também habilita a largada rápida: basta "afundar o pé" no acelerador para que o sistema entenda o desejo de agilidade e imprima máxima aceleração ao carro, chegando a cantar pneus ao sair. Com tal gama de opções, o automatizado consegue preservar os índices de desempenho e de consumo da Palio, que em nossa simulação de 2008 (em comparativo ao EcoSport) atingiu velocidade máxima ao redor de 173 km/h, acelerou de 0 a 100 km/h em torno de 12 segundos e, com álcool, fez 5,3 km/l na cidade e 7,5 no ciclo rodoviário (com gasolina, 7,6 e 10,6 km/l, na ordem). Um desempenho que dá conta do recado, sobretudo porque o motor entrega boa dose de potência desde baixa rotação. Continua

No interior com espaço mediano, o revestimento em couro de dois tons dá um ar luxuoso, mas os difusores de ar baixos prejudicam a refrigeração

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Data de publicação: 26/1/10

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