




Grandes pneus de uso misto,
suspensão alta e apliques plásticos em profusão compõem a Adventure
Locker; espaço de bagagem é destaque |
Foi-se o tempo, felizmente, em que o conforto de não precisar mudar
marchas ou usar pedal de embreagem estava restrito aos carros de luxo.
Ao lado das caixas automáticas convencionais já oferecidas em modelos
menores, caso de Citroën C3, Peugeot
207 e o atual Honda Fit, há hoje as
do tipo manual automatizado, que cuidam daquelas duas tarefas pelo
motorista sem eliminar as vantagens de eficiência do câmbio manual — e a
um custo bem menor que o do automático tradicional. Ao lado da
Volkswagen, a Fiat é uma das marcas que mais têm apostado nos
automatizados. Depois de
Stilo
e Linea, a
família Palio (com exceção do Strada) e a Idea passam a oferecer essa
opção em algumas versões com motor de 1,8 litro, que no caso da Palio
Weekend é a Adventure Locker.
Por apenas R$ 1.860 a mais, o comprador dessa "perua aventureira" leva o
câmbio Dualogic, que mantém as cinco marchas do manual comum. A versão,
assim, parte de R$ 55.180 já bem-equipada, ante R$ 53.320 da manual.
Entre os equipamentos de série estão ar-condicionado, direção assistida,
controle elétrico dos vidros dianteiros e travas, rodas de alumínio de
15 pol, ajustes de altura do volante e do banco do motorista, computador
de bordo completo, faróis de neblina e de longo alcance e comandos
internos do tanque de combustível e da quinta porta. Como a avaliamos,
vai a salgados R$ 66.024, mas isso inclui itens de que se pode abrir
mão, como retrovisor interno fotocrômico,
faróis e limpador de para-brisa automáticos e
alto-falante de subgraves no sistema de
áudio. Sem tais equipamentos são R$ 64.540.
Embora se trate do mesmo sistema de acionamento usado por Stilo e Linea,
o câmbio Dualogic da linha Palio está aplicado a carros mais leves, com
o motor de origem General Motors (como o do Stilo, mas diferente do Fiat
usado pelo Linea) e com diferente calibração, até por aproveitar a
experiência obtida pelo fabricante nesses dois anos de mercado. É por
essas razões que ele obteve, até agora, o melhor acerto de programação
já visto na linha Fiat — próximo, em nossa opinião, do ótimo resultado
apresentado pelo Polo I-Motion, até
então referência no assunto. Em modo automático as mudanças de marcha
são feitas no tempo certo, qualquer que seja o modo de dirigir, e de
forma mais suave do que constatado no Stilo e no Linea — este último é
prejudicado pela curva de torque irregular do motor, que tem baixo
desempenho até 2.000 rpm e leva à sensação de altos e baixos a cada
troca feita em baixa rotação.
Os incômodos movimentos de cabeça nas mudanças, causados pela
interrupção de aceleração, parecem menores na Adventure. A atuação da
embreagem também evoluiu: pequenos movimentos, como ao rodar só mais
alguns centímetros ao estacionar, são feitos sem trancos como um bom
motorista faria no comando do pedal da esquerda. Como nos demais Fiats
com o sistema, as mudanças manuais funcionam bem, sendo neste caso
comandadas pela alavanca do console, sem opção de "borboletas" no
volante. O padrão adotado pela Fiat é o mesmo dos automáticos e
automatizados da BMW (também no
Fusion V6 e no
novo Focus):
mudanças ascendentes para trás e reduções para frente, o que corresponde
aos movimentos de inércia do corpo do motorista ao acelerar e reduzir
velocidade, na ordem. Embora haja quem discorde, nossa opinião tem sido
favorável a esse padrão.
O Dualogic conta ainda com programa esportivo, que leva a diferentes
resultados: em modo automático, a caixa mantém marchas mais baixas para
deixar o motor em rotação mais alta (a quinta continua em uso, porém);
em manual, as mudanças comandadas pelo motorista são feitas em menor
tempo. Esse programa também habilita a largada rápida: basta "afundar o
pé" no acelerador para que o sistema entenda o desejo de agilidade e
imprima máxima aceleração ao carro, chegando a cantar pneus ao sair. Com
tal gama de opções, o automatizado consegue preservar os índices de
desempenho e de consumo da Palio, que em nossa simulação de 2008 (em
comparativo ao EcoSport)
atingiu velocidade máxima ao redor de 173 km/h, acelerou de 0 a 100 km/h
em torno de 12 segundos e, com álcool, fez 5,3 km/l na cidade e 7,5 no
ciclo rodoviário (com gasolina, 7,6 e 10,6 km/l, na ordem). Um
desempenho que dá conta do recado, sobretudo porque o motor entrega boa
dose de potência desde baixa rotação.
Continua |