Depois de oito anos desde a
primeira geração, o Mini da BMW chega por importação oficial; o preço do
Cooper (fotos) parte de R$ 92,5 mil
As linhas remetem ao modelo
original de 1959, mas o de hoje é bem maior; no Cooper básico o motor de
1,6 litro com Valvetronic tem 120 cv |
A
crise mundial, ao que a sequência de lançamentos de abril indica, não
afetou os planos para os carros destinados a nichos de mercado. No
início do mês a Mercedes-Benz apresentou o
Smart Fortwo e agora, em estratégia semelhante, a BMW traz o Mini em
três versões — Cooper, Cooper S e Clubman — com a intenção de vender,
até dezembro, 600 carros.
O Mini tem uma história
interessante. Criado em 1959 pelo Sir Alec Issigonis para ser um carro
econômico e barato na Grã-Bretanha do pós-guerra, transcendeu essas
barreiras e se tornou um ícone de seu país em todo o mundo. A versão
idealizada por John Cooper, que levava seu sobrenome, deixou para trás
em ralis carros muito mais potentes. Em 1994 a BMW comprou o grupo
Rover, responsável por fabricar o Mini, e em 2000, após a reestruturação
das operações desse grupo, decidiu produzir uma nova edição inspirada no
estilo do original, mas adequada a novos padrões de tamanho, conforto e
segurança.
Em 2001 foi apresentada a primeira
geração desse novo Mini, que tinha uma conexão interessante com o
Brasil: o motor de 1,6 litro era fabricado na paranaense Tritec, que
fornecia a versão de aspiração natural,
com potência de 114 cv, e uma dotada de
compressor com 163 cv. Após o sucesso, o Mini sofreu em 2007 uma
extensa reforma, embora pareça que as mudanças tenham sido simples, tão
mantida foi a identidade visual. Ganhou aspecto mais robusto: faróis e
lanternas maiores, novos parachoques, escapamentos maiores, capô mais
alto — necessário para atender às atuais normas europeias de proteção a
pedestres. É novo o desenho de todas as peças externas do carro.
Internamente, o painel mudou e detalhes que cativam se fizeram
presentes, como os comandos de ar-condicionado, agrupados de maneira que
reproduzem o símbolo da marca. A alavanca de câmbio automático tem o
desenho de um capacete, com a trava das marchas fazendo as vezes da
viseira. Mas a principal mudança foi na motorização do Mini. Ele
continuou com motores de 1,6 litro, mas produzidos em Hams Hall, North
Warwickshire, na Inglaterra, em parceria com a Peugeot-Citroën — que
também usa esses motores em modelos como o
207 e o C4 franceses. A mudança foi bem-vinda. O motor aspirado
passou a 120 cv e o sobrealimentado ganhou
turbo para desenvolver 175 cv.
Hoje o Mini é produzido na Inglaterra, sendo o motor na fábrica de Hams
Hall, a carroceria em Swindow e a montagem final na fábrica de Oxford,
que tem capacidade para produzir 240 mil unidades ao ano. No Brasil,
chegando depois de Argentina, Colômbia, Uruguai e Chile, o Mini é
apresentado em três versões: Cooper, que pode ter câmbio automático ou
manual; Cooper S, somente com o automático; e a perua Clubman, com o
mesmo pacote do Cooper S. A BMW informa que essas ofertas podem mudar.
Até o fim do ano pode chegar o
John Cooper Works,
versão ainda mais potente e esportiva (211 cv), e para o próximo ano o
conversível Cabrio não está descartado. Além disso, pode vir o Cooper S
com caixa manual dependendo da demanda do público.
No Cooper, o motor — de geração mais moderna que o 1,6 usado aqui pela
Peugeot-Citroën — rende 125 cv e torque de 16,3 m.kgf. Todo construído
em alumínio, traz o sistema Valvetronic da BMW, em que a
variação do comando de válvulas faz a
função da borboleta de aceleração, assim dispensada. A vantagem é evitar
as perdas por bombeamento na condição de abertura parcial de acelerador.
A 2.000 rpm já produz um torque de 14,2 m.kgf, demonstrando elasticidade
interessante. As duas opções de câmbio têm seis marchas, sendo que o
automático oferece a possibilidade de trocas manuais na alavanca
seletora e também por "borboletas" no volante.
O Cooper S, assim como a Clubman, vem com turbo de baixa pressão (0,8
bar) e produz 175 cv e 24,5 m.kgf, torque que se manifesta desde 1.600
até 5.000 rpm. Um aumento temporário de pressão entre 2.000 e 4.500 rpm
eleva o torque a 26,5 m.kgf por alguns segundos. Esse motor é também
todo de alumínio, mas contém mais tecnologia: válvulas preenchidas com
sódio para melhor dissipação de calor, comando de admissão com variador
de tempo de abertura e injeção direta,
que permite taxa de compressão admirável
para um motor turbo, 10,5:1.
Continua |