

A estrutura em forma de um
bumerangue (em prata) é de aço, mas todo o restante da carroceria do
Smart vem em plástico de fácil substituição


No modelo fechado (azul) o teto
vem em policarbonato transparente; no Cabriolet a cobertura é retrátil e
parte das portas pode ser removida |
Um carro pequeno, mas bem-equipado e muito charmoso, ao preço de um
médio: com essa proposta a Smart — marca lançada em 1998 na Europa e que
chega agora ao mercado nacional pelas mãos da proprietária Mercedes-Benz
— promove seu primeiro produto, o Fortwo.
Feito para duas pessoas somente, como seu nome sugere em inglês, o Smart
Fortwo (a marca usa os nomes em minúscula, padrão que o Best Cars
não segue) tem como principal apelo de compra a emoção, ainda que ele
seja recheado de aspectos racionais. Na realidade, é um carro dos novos
tempos, em que as principais preocupações são a economia de combustível,
a emissão de poluentes e o espaço que ocupa. Cumprindo a promessa feita
no Salão do Automóvel de São Paulo, a Mercedes Benz traz a marca ao
Brasil com esperanças de atingir um público diferenciado, que busca
alternativas para o transporte pessoal urbano com um carro, sobretudo,
de imagem.
Pelo fato de chegar em meio ao ambiente de crise, os executivos da marca
planejam uma estratégia conservadora tanto para o produto, quanto para a
marca, evidenciando o trauma que o Classe A causou. Os alemães decidiram
que a Smart será uma marca independente por aqui, com pontos de venda
exclusivos. As concessionárias — ou, no linguajar da marca, Smart
centers — estarão nos principais centros urbanos brasileiros, mas dentro
de um plano de expansão cauteloso, de maneira que os dois primeiros
pontos de comercialização do carro serão em São Paulo e só um deles está
pronto.
O Fortwo vem em única versão de acabamento e de motor e com duas opções
de carroceria, Coupe e Cabriolet. Embora na Europa existam as versões
Pure, Pulse e Passion, o mercado brasileiro só receberá a Passion, a
topo da gama. O carro vem com ar-condicionado, direção assistida
elétrica, vidros/travas/espelhos elétricos, rádio/CD com MP3, faróis de
neblina, bolsas infláveis frontais e laterais, freios ABS e
controles de estabilidade e de tração. O
Cabriolet possui capota de lona totalmente retrátil até a parte
traseira, com comando elétrico, e pode ter a parte superior das portas
removida e acondicionada na tampa do porta-malas, que tem um
compartimento especifico para isso. Sua remoção traz um efeito de maior
amplidão. O modelo fechado (chamado de Coupe, embora seja um hatchback e
não um cupê) vem com teto de policarbonato
fixo, mas conta com uma persiana interna para controlar a quantidade de
luz que invade o habitáculo.
A Mercedes espera atender, no entendimento da marca, a pessoas de
espírito jovem (independente de sua idade), bem-sucedidas, criativas e
inovadoras. Daríamos ênfase ao "bem-sucedidas", pois não estamos falando
de um carro barato. A Smart diz que já tem programado um volume de 500
carros para o ano, mas que em função da flexibilidade da fábrica em
Hambach, cidade francesa localizada na fronteira com a Alemanha, esse
volume pode aumentar rapidamente. Lançado em 2006 nesta segunda geração,
o carro é hoje vendido em mais 37 países.
O Fortwo é um projeto interessante. Medindo 2,695 metros de comprimento,
1,559 m de largura e 1,542 m de altura, com entre-eixos de 1,867 m,
acomodar toda a gama de equipamentos do carro e ainda atender aos
padrões de segurança internacionais não deve ter sido fácil. Por essa
razão, sua construção é toda diferente. A única parte feita em aço, de
variados tipos, é a célula de sobrevivência chamada Tridion. Essa célula
é identificada pela parte que compõe o desenho de um bumerangue.
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