

Em tons alegres ou no luxuoso
bege, o revestimento alegra o interior do Fortwo, que tem o banco do
passageiro montado um pouco mais atrás


O compacto painel destaca o
velocímetro, mas há contagiros e relógio em mostradores giratórios,
detalhe interessante de desenho interior |

Ela sai da base da roda
dianteira, contorna a porta do carro e termina na porção superior do
parabrisa, se unindo pelo teto por meio de uma travessa na parte de trás
e pelo parabrisa com o outro lado do carro, além da parte inferior que
não é visível. Todos os demais componentes de carroceria são feitos em
plástico injetado, exceção feita à estrutura das portas.
Isso contribui para a redução de peso do conjunto do carro, que
estacionou em 770 kg para o modelo fechado e 800 kg para o Cabrio. Pode
parecer muito diante de um Mille cinco-portas de 830 kg, que mede um
metro a mais de ponta a ponta e leva cinco pessoas, mas se deve
considerar que o Fiat certamente não atenderia às normas de proteção em
acidentes a que o Smart está adequado, até mesmo as vigentes nos Estados
Unidos. Além disso, o uso de painéis plásticos permite a personalização
do carro, como acontece na Europa: é possível trocar quase todas as
partes externas, mudando de cor.
Outro aspecto interessante é a disposição dos bancos propositadamente
desalinhada, com o passageiro mais atrás que o motorista. Esse efeito
amplia a sensação de espaço, evitando que os ombros dos dois ocupantes
fiquem em contato o tempo inteiro. O compacto quadro de instrumentos
contém apenas o velocímetro em forma de meio círculo e os mostradores
digitais, bem pequenos, de temperatura e combustível. Conta-giros e
relógio ficam em mostradores independentes e giratórios no topo da parte
central do painel. Os revestimentos podem vir em tons alegres ou em
cores elegantes como bege, uma bem-vinda fuga da monotonia de preto e
cinza que assola o mercado brasileiro.
Motor turbo e
traseiro
Mas a grande surpresa
na construção do Smart está na disposição de sua unidade motriz. O motor
é montado em um ângulo de inclinação de 45° sobre o eixo traseiro, ao
qual é transmitida a potência. O tanque de gasolina, de apenas 33
litros, está acomodado embaixo dos bancos entre os eixos. O único
propulsor oferecido em nosso mercado é o de três cilindros com
turbocompressor, 999 cm³ e quatro
válvulas por cilindro, que produz potência de 84 cv e torque de 12,2
m.kgf.
Esse motor é acoplado a uma caixa de câmbio manual
automatizada de cinco marchas que pode
ser operada no modo automático ou no manual, neste caso pela alavanca no
assoalho ou pelas "borboletas" atrás do volante. A arquitetura da
suspensão segue o padrão McPherson à frente, mas recorre a um raro
arranjo traseiro de eixo De Dion (não
acredite ao ler por aí que ele tem eixo de torção, o que seria
incompatível com a tração traseira). As molas são helicoidais nos dois
casos. A direção usa assistência elétrica e os freios são convencionais
discos/tambores.
Os pneus dianteiros são mais estreitos que os traseiros, para equilibrar
o comportamento, já que o peso se concentra atrás. Enquanto os
dianteiros são 155/60 R 15, os traseiros são 175/55 R 15, com as rodas
também mais largas, 5,5 ante 4,5 pol. Isso poderia ser um problema se o
carro fosse equipado com estepe, mas ele não o traz pois os pneus podem
rodar mesmo furados. Além da economia, com um consumo anunciado de 15
km/l na cidade e de 24 km/l na estrada (pelo padrão europeu e com
gasolina de lá; espere aumento de 10% com a nacional), é um carro
ecologicamente correto, com emissão de gás carbônico (CO2) de 116 g/km.
Continua |