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Atendendo a pedidos

Com a procura pelo diesel, a GM substitui o modesto
motor de 95 cv do S10 por um 2,8-litros de 132 cv

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Com o preço da gasolina na estratosfera, cada vez mais consumidores de picapes têm olhado com melhores olhos os motores a diesel. Além de mais econômicos, levam extrema vantagem no momento do abastecimento, graças ao preço subsidiado deste combustível, próximo à metade da gasolina.

A General Motors vendia 70% dos S10 com motor turbodiesel, mas tinha um problema: utilizava uma versão pouco brilhante do motor Maxion turbodiesel de 2,5 litros, sem resfriador de ar (
intercooler) e com apenas 95 cv -- 8 cv menos que o diesel aspirado do Nissan Frontier e 20 cv menos que os turbodiesel de mesma cilindrada, mas dotados de intercooler, dos principais concorrentes, Dakota e Ranger.

Para reverter esse quadro a GM até mudou de fornecedor, passando à MWM, que desenvolveu uma versão menor, de quatro cilindros e 2,8 litros, do seis-em-linha de 4,2 litros e 18 válvulas dos grandalhões Silverado e F250.

O motor diesel já respondia por 70% das vendas do S10. Com o novo desempenho, essa participação pode até aumentar, em que pese o custo desta versão
E o S10 se transformou. Agora com 2,8 litros, comando de válvulas no cabeçote, 12 válvulas (três por cilindro) e intercooler (saiba mais sobre técnica), a versão turbodiesel desbanca os concorrentes e assume a liderança absoluta na categoria em potência, 132 cv, e torque máximo, 34 m.kgf -- aumentos de 38,9% e 51,7%, na ordem, em relação ao Maxion anterior.

Seu desempenho no uso cotidiano não fica muito atrás do V6 a gasolina de 4,3 litros e 180 cv, como o Best Cars Web Site pôde confirmar em uma avaliação de mais de 800 km com a versão DeLuxe de cabine dupla e tração apenas traseira (há opções de cabine simples, acabamento básico e tração 4x4, num total de seis versões).

A diferença é sensível logo ao primeiro contato. O novo motor responde bem desde os regimes mais baixos -- embora menos que o V6 -- e chega a impressionar a partir de 1.800 rpm (ponto em que se manifesta o torque máximo, permanecendo até 3.600 rpm), tamanha a agilidade com que sobe de giros. Usando bem as marchas, é possível acompanhar automóveis de cerca de 110 cv, apesar das quase duas toneladas do S10.

Acabamento do S10 DeLuxe é típico de bons automóveis. Bancos dianteiros individuais
com ajuste lombar (opcionais) oferecem conforto, mas o mesmo não se aplica ao traseiro

A GM divulga, para a versão de cabine simples, aceleração de 0 a 100 km/h em 11,5 s, progresso notável diante dos antigos 15,7 s -- com cabine dupla são 12,7 s. A velocidade máxima, que passou de 155 para respeitáveis 171 km/h, também deve pouco à do motor V6, agora restrito à versão Executive de cabine dupla (leia avaliação completa desta, com câmbio automático).

O torque elevado também muda tudo no comportamento em estrada. Retomar velocidade é tarefa simples e rápida: ainda segundo a GM, de 80 a 120 km/h em quinta marcha bastam 11,6 s (cabine simples) ou 13,1 s (dupla). Viajar em ritmo típico de bons automóveis, na faixa de 150 km/h, não é problema para o S10. Nessa velocidade o nível de ruído é contido, inferior mesmo ao do mais silencioso turbodiesel já avaliado, o do Dakota (
leia avaliação completa). Contudo, em regimes inferiores e no tráfego urbano o motor MWM é bastante barulhento e não deixa esquecer que combustível se está usando.

O 2,8-litros é uma versão de quatro cilindros do motor do Silverado, mas com intercooler. Além dos 132 cv, atinge 34 m.kgf de torque já a 1.800 rpm, o que garante retomadas rápidas

E é mesmo na economia do diesel que todos estão interessados. Segundo a fábrica, a versão dupla faz 10,8 km/l na cidade e 14,2 km/l em estrada -- índices que não seriam alcançados por nenhum automóvel a gasolina em termos de custo por quilômetro. Outro dado interessante é o consumo específico: 150 gramas por cv por hora, contra 167,7 g/cv.h do Maxion, uma redução de 10,5%.

Comparação

O que o consumidor deve ter em mente, no momento da escolha, é se vale a pena pagar tão caro pelo motor diesel. A comparação direta fica inviabilizada porque a GM eliminou as versões DLX a gasolina, mas o S10 avaliado, sem opcionais, custaria R$ 50.845 -- mais caro que o Executive V6, que é bem mais luxuoso e dotado de 48 cv a mais. Análises de quanto tempo levaria a amortização da diferença não são adequadas porque, no momento da revenda, o diesel ainda é mais valorizado. Assim, o confronto a ser feito é o que se recebe pelo valor investido na compra do picape.

Versão de cabine dupla comporta menor volume de carga, mas a capacidade de mais de uma tonelada -- exigida por lei para uso de diesel -- é mantida
De qualquer modo, o S10 está confortável diante da concorrência. O Ranger XLT de cabine dupla, 17 cv menos potente, custa R$ 55.045 -- embora ofereça bolsas infláveis de série, não disponíveis no GM. O Dakota Sport (com cabine estendida em vez de dupla, ainda não lançada pela Dodge) sai por R$ 49.900, também com as bolsas infláveis e motor de 115 cv, mas a diferença de espaço para os passageiros pode ser fundamental em muitos casos.

Finalmente, os picapes de origem japonesa produzidos no Mercosul (Mitsubishi L200 e Toyota Hilux) têm preços próximos aos do S10, mas são claramente mais voltados ao trabalho e perdem em potência por mais de 40 cv. O Nissan Frontier, mais saudável em seus 103 cv, sai bem mais caro que todos os demais.
Continua

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