


Com o terceiro modelo, oferecido
como sedãs convencional e hardtop (embaixo), chegavam os motores V6 e
suspensão com ajuste eletrônico



O 929 de quarta geração estava
maior, mais refinado e com recursos técnicos sofisticados; após deixar
os EUA, durou pouco tempo a mais |
Sua
aparência transmitia solidez pelas linhas retas, a grade destacada em
relação aos faróis, as colunas traseiras mais espessas e a moldura
lateral larga, em cinza, que dava continuidade aos para-choques. Havia
duas versões de quatro portas: uma convencional, mais comum nos mercados
ocidentais de exportação, e outra do tipo
hardtop sem coluna central (deixando um único vão em cada lado
quando se baixavam os vidros sem molduras), bem aceita na Austrália e
nos países asiáticos. A segunda era oferecida em versões luxuosas como a
Luce Royal Classic, com bancos de couro com ajuste elétrico, painel com
instrumentos digitais, minibar refrigerado e controle eletrônico da
suspensão.
Vários motores equiparam essa geração do grande Mazda. O FE de 2,0
litros vinha com carburador, 82 cv e 15,5 m.kgf ou com injeção, 116 cv e
16,7 m.kgf; o FE 2,2 aparecia também com carburador, 115 cv e 17,8 m.kgf
ou injeção, 127 cv e 19,6 m.kgf. Quem desejasse mais desempenho com
suavidade podia optar pelo V6 JE de 3,0 litros com injeção, três
válvulas por cilindro — solução típica dos japoneses daquele tempo —,
158 cv e 25,2 m.kgf, o primeiro seis-cilindros em um 929. No Japão, um
compacto V6 de 2,0 litros estava disponível com 110 cv e 17,4 m.kgf,
valores que cresciam para 146 cv e 24 m.kgf quando dotado de turbo.
Havia ainda a opção rotativa com o 13B de dois rotores, 1,3 litro e
turbo, capaz de 180 cv e 25,5 m.kgf.
Ao lado da caixa manual existia a automática de quatro marchas com dois
programas de uso, econômico e esportivo, e a suspensão traseira adotava
um moderno sistema independente
multibraço. Com o lançamento do 929 S, em 1990, o maior V6 ganhou
duplo comando e quatro válvulas por cilindro para chegar a 190 cv e 26,4
m.kgf — o mais potente modelo da linhagem até então. Freios
antitravamento (ABS) e alterações internas acompanhavam a novidade. Mais
uma vez, o revigorado motor chegou pouco antes de uma completa
reformulação.
O 929 de quarta geração, parte da linha 1991 da Mazda, vinha apenas como
sedã de quatro portas com coluna central e dimensões ainda maiores: 4,92
m de comprimento, 1,79 de largura (nada menos que 10 cm a mais, para
aproveitar ao máximo o enquadramento em faixa tributária mais alta) e
2,85 m entre eixos. Agora as linhas arredondadas tomavam conta da
carroceria, em consonância com os padrões que dominariam os anos 90 na
indústria japonesa, mas elementos como vidros amplos, base de para-brisa
baixa e grade cromada em destaque permaneciam em seu estilo discreto e
de bom gosto.
Concorrente de Honda/Acura Legend, Audi 100, Cadillac
Seville, Infiniti J30, Lexus ES 300 e
Volvo série 900, esse 929
recebeu diferentes nomes, dentro e fora do Japão. No país de origem a
Mazda criou em 1990 a divisão Efini e passou a vender cinco modelos, só
um exclusivo da nova marca. O 929 tornava-se o Efini MS-9, enquanto
outros mercados o recebiam como Mazda Sentia ou 929 Serenia. Ele foi
vendido por pouco tempo também no Brasil.
Um carro bem maior e mais pesado não poderia usar os motores de quatro
cilindros anteriores, razão para essa geração vir sempre com o V6. Além
de um 2,5-litros restrito a alguns mercados, havia opção entre o 3,0 de
comando único, 160 cv e 25 m.kgf e o de duplo comando e 24 válvulas, com
205 cv e 27,8 m.kgf. Também não havia mais escolha quanto a câmbio,
agora sempre automático de quatro marchas. Em algumas versões a tração
traseira dava lugar à integral e havia esterçamento em pequeno ângulo
nas rodas de trás — recurso útil tanto para estabilidade em alta, quando
elas seguiam o sentido das dianteiras, quanto para menor diâmetro de
giro em uso urbano, ao movê-las em direções opostas.
Na avaliação da revista norte-americana Consumer Guide, esse 929
era considerado uma válida alternativa ao Lexus ES 300 e ao Nissan
Maxima: "O V6 entrega aceleração mais que adequada, capaz de atingir 96
km/h em 9,4 segundos. O motor é suave e silencioso na estrada, a caixa
automática faz trocas pronta e suavemente e o nível de ruído é baixo.
Espere um pouco mais de inclinação nas curvas, mas o carro é bem
controlado e a direção sente-se precisa". Como pontos fracos, "o espaço
no porta-malas algo limitado e o interior também menos espaçoso do que o
esperado".
Depois de deixar o importante mercado norte-americano, onde deu lugar ao
Millenia de tração dianteira, o 929 tornou-se um produto restrito aos
japoneses. Uma evolução era lançada em 1996 com nova frente, teto mais
retilíneo para aumento de espaço no banco traseiro e linhas que evoluíam
o tema da anterior, bastante arredondadas. Apenas o V6 3,0 de duplo
comando era oferecido, mas com menor rendimento, 185 cv e 27,5 m.kgf; as
designações Efini MS-9 e Sentia continuavam a ser usadas. Em alguns
mercados foi aplicado teto solar com células que captavam energia solar
para acionar a ventilação interna, a fim de reduzir a temperatura da
cabine quando estacionado.
Essa fase durou apenas um ano como 929 e permaneceu por mais dois como
Sentia. Assim, em 1999 a Mazda encerrava a história da série de grandes
sedãs de tração traseira, configuração que ela não mais ofereceu.
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