Aberto ou fechado, o 304 Cabriolet mostrava charme e descontração

A perua oferecia bom espaço para bagagem e, como o sedã, foi vendida nos Estados Unidos; na Europa teve também motor a diesel de 1,35 litro

Em 1970, no Salão de Genebra, eram apresentados o cupê e o conversível. Usavam a mesma plataforma dos similares da linha 204, mas a frente e a traseira eram idênticas às do 304 sedã. As lanternas traseiras eram quadradas e a luz de ré ficava separada do conjunto — no sedã eram retangulares, agrupando luzes de ré e de direção. Ambos bonitos e atraentes, mas convenientes só para dois passageiros adultos, fizeram sucesso. No mesmo ano chegava a perua, completando a gama — era costume da Peugeot fazer uma linha completa. A tampa traseira tinha ampla abertura, a capacidade de carga era boa e o estilo agradável.

A produção de todos os 304 passava em 1971 para a unidade fabril de Mulhouse, no leste da França, na região da Alsácia e perto da fronteira com a Alemanha. Um ano depois chegava a versão S, destinada de início ao cupê e ao conversível, estendendo-se depois ao sedã. O motor mantinha a cilindrada e ganhava carburador de corpo duplo, novo cabeçote, coletor de admissão e escapamento menos restritivos, fazendo a potência passar a 75 cv e a velocidade máxima para 160 km/h. Por fora, trazia rodas de alumínio com desenho atraente. A opção agradou em cheio e fez o público desprezar o antigo motor, que continuava em produção.

Em 1972 estes Peugeots foram tentar carreira nos Estados Unidos, onde tinham faróis duplos circulares, sinalizadores laterais (exigências da legislação), maior numero de frisos cromados e rodas com desenho esportivo. Tanto o sedã quanto a perua, apesar das mudanças estéticas, mantinham desenho discreto e não perderam o charme. Nessa época, porém, os alemães da Volkswagen (como as linhas Typ 3 e Typ 4) e os japoneses ditavam as regras dos carros subcompactos em terras americanas. Foi uma tentativa francesa de resultado tímido.

Já com cinco anos de mercado, o 304 enfrentava em 1974 em território gaulês o Citroën GS, o Simca 1100 e o Renault 12. Na vizinha Alemanha, o Audi 80, o Ford Escort, o Opel Kadett e os Volkswagens Golf e Passat em suas versões básicas. Na Itália fazia-lhe frente o Fiat 124 e, na Inglaterra, o Austin Allegro e o Sunbeam 1250. Do Japão, já presentes no mercado europeu, havia o Datsun Cherry 120 A e o Toyota Corolla.

Em 1975 o painel mudava por inteiro e ganhava três mostradores circulares, inclusive conta-giros. O volante de dois raios passava a ser emborrachado, assim como a parte superior do painel, e novos bancos dianteiros com apoios de cabeça estavam disponíveis para toda a linha. Estava mais agradável estar dentro dele. Por fora recebia novas lanternas traseiras em formato vertical e pneus 155 SR 14. No mesmo ano o cupê saía de linha e pouco depois o conversível. A medida não agradou à clientela fiel à marca, pois o único conversível disponível era agora o 504, bem mais caro.

Para a perua e sua versão rústica Fourgonnette, sem vidros laterais e com acabamento bem simples, chegava em 1976 um motor a diesel, em que a Peugeot tem tradição das mais longas — chegou a fornecer esse tipo de propulsor para várias outras marcas. Com quatro cilindros e 1.347 cm³, rendia discretos 47 cv. A velocidade final modesta de 130 km/h não incomodava, já que os clientes que apreciavam essa motorização se importavam mais com a economia e resistência do motor.

O 304 saiu de linha em 1980, após quase 1,2 milhão de unidades produzidas — um sucesso em parceria com o 204, que atingiu quase o mesmo volume de vendas. Juntos, entre 1967 e 1973, representaram 10% do mercado francês. Foram substituídos pela linha 305, que começou a ser produzida em 1977.

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