Classe palaciana

Produzido em diferentes versões e sob três marcas, o
Westminster foi um dos mais belos carros da Austin

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

O palácio londrino de Westminster serve há anos como parlamento inglês. É monumental em tamanho e beleza e muito bem localizado às margens do Rio Tamisa. Ele faz parte de uma paisagem britânica muito tradicional. Guardadas as devidas proporções, marcas longevas de automóveis foram também muito tradicionais na Inglaterra no século passado. Uma delas era a Austin, fundada em Longbridge, no condado de Birmingham, em 1895, mas que começou a produzir veículos motorizados em 1906.

Na década de 1950 a Austin já fazia parte do conglomerado BMC, a Bristih Motor Corporation, e se preparava para lançar um modelo de porte médio mais moderno, mas ainda conservador, bem aos costumes britânicos na época. O projeto denominado ADO 10, do Escritório de Projetos da Austin (Austin Design Office), seria um modelo de quatro portas e três volumes. Enquanto a Morris — outra marca do conglomerado — lançava a segunda geração do Oxford, nascia em outubro de 1954 o Austin A90 Westminster, que substituía o A70 Hereford. O número que designava cada modelo indicava sua potência aproximada.

Primeiro da série, o A90 tinha linhas arredondadas, conforme o estilo ponton apreciado nos anos 50, e usava motor de seis cilindros, 2,65 litros e 85 cv

Com linhas arredondadas, o sedã adotava a frente ao estilo ponton, muito em voga na época; faróis circulares e grade oblonga com dois frisos cromados horizontais. Tinha boa área envidraçada e proporções bem equilibradas. Na lateral trazia frisos discretos, mas com desenho pouco convencional. Nas portas traseiras havia um “V” estilizado apontado para baixo. Chamava a atenção a entrada de ar sobre o capô com cinco pequenos frisos. Media 4,34 metros de comprimento e 2,63 m entre eixos e usava construção monobloco.

Por dentro era muito espaçoso, contava com bancos reclináveis e apoios de braços dianteiros e traseiros. O motor de seis cilindros em linha tinha comando de válvulas no bloco, 2.639 cm³ e desenvolvia a potência de 85 cv e o torque de 17,9 m.kgf, o suficiente para velocidade máxima de 135 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 19 segundos. Pertencia à chamada série C que também servia ao esportivo Austin-Healey. A economia de escala dentro da BMC ia além: motor e transmissão do Westminster eram os mesmos do Morris Isis, apesar das carrocerias distintas. O câmbio manual de quatro marchas tinha comando na coluna de direção e primeira não sincronizada. Usava freios a tambor.

O A95 trazia carroceria mais longa e com retoques de desenho; junto dele houve o A105, com mais potência no motor de mesma cilindrada

Em 1956 a Austin mudava sua designação para A95 e aplicava ligeiros retoques na carroceria. Estava maior, com 4,59 m e entreeixos de 2,68 m, e dois anos mais tarde aparecia a opção de alavanca de câmbio no assoalho. Existiu também a versão A105, com o motor de 2,65 litros modificado para render 102 cv, pneus mais largos e suspensão mais baixa. O estúdio italiano Pininfarina, que já havia participado de alguns projetos para a empresa, daria mais uma vez sua contribuição no novo A99 Westminster, apresentado no Salão de Londres de 1959. Tinha linhas muito bonitas e sua frente era semelhante à do Lancia Flaminia e à do Peugeot 404, que seria lançado no ano seguinte. Apesar das diferentes origens, os três tinham o mesmo tempero italiano. Continua

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Data de publicação: 22/1/08

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