O motor dianteiro e refrigerado a água, com quatro cilindros em linha, tinha cilindrada de 1.463 cm³ e potência de 34 cv a 3.500 rpm. Com bloco e cabeçote de ferro fundido, tinha válvulas laterais e era alimentado por um carburador de corpo simples. Seu virabrequim usava apenas dois mancais, não a melhor solução para um funcionamento suave. A verdade é que este propulsor, herdado do Monaquatre, já estava bem antiquado. Com tração traseira e caixa de três marchas com alavanca no assoalho, em que a primeira não era sincronizada, o Celtaquatre atingia velocidade máxima de 105 km/h.

A linha contou com modelos mais joviais, como o cupê (foto) e os conversíveis, um deles com "banco da sogra" na parte traseira

Seu maior apelo na propaganda, porém, era a economia: preço atraente e consumo de 12,5 km/l. Sua suspensão era muito simples. Tanto atrás quanto à frente tinha eixo rígido, o dianteiro com feixe de molas longitudinais e o traseiro com feixes em posição transversal. Os quatro freios a tambor, acionados por cabos, não eram muito eficientes. As rodas em aço estampado usavam pneus na medida 130-400. Em 1935 a empresa montava uma equipe de pilotos. No palco de recordes francês, a pista Montlhéry, foram atrás de novos números para impulsionar as vendas. Durante seis horas, quatro modelos rodaram e obtiveram uma média de 111 km/h. Foi um feito e tanto para a época.

Em outubro desse ano, na linha 1936, era lançada a série ADC1. O modelo de quatro portas estava com linhas mais retas e perdia o antiquado estribo. Um pouco mais longo, passava a medir 4,20 m com entreeixos de 2,71 m. Outra novidade estava nas generosas entradas de ar em posição horizontal com frisos cromados. O teto solar em lona estava disponível para todas as versões. O Celtaquatre ficava mais moderno e atraente. Pelo conforto e praticidade, o sedã agradava muito a taxistas e seus clientes. Meses mais tarde apareceria o Celtastandard, de acabamento simplificado e menor preço.

Na publicidade, destaque à relação custo-benefício ("o primeiro carro completo oferecido
a tal preço") e aos resultados nas pistas ("primeiras provas, primeiros sucessos")

Era lançado também um simpático conversível de duas portas com capota de lona, disposto a rivalizar com o similar lançado pela Citroën. Atrás tinha um segundo banco de dimensões reduzidas, conhecido mundialmente como banco da sogra, que não era muito cômodo. Devido a este tipo de arquitetura, o compartimento para bagagens era mínimo e só cabia o estepe. Chegava ainda um cupê com linhas harmônicas e esportivas. Dele se originou o conversível Coach Coupé, que se diferenciava do outro modelo aberto pela segunda janela lateral e por abrigar quatro pessoas em um só compartimento — a sogra agradecia pelo conforto... Vinha com duas cores na carroceria, mas quem quisesse uma só pagava a mais.

Nesse ano chegava um concorrente de peso, o revolucionário Peugeot 302, que também tinha linhas aerodinâmicas e clara inspiração no americano Chrysler Airflow. Para 1937 a Renault reagia: o Celtaquatre da série ADC2 ganhava novos pára-choques, grade em "V" mais moderna, rodas de certa esportividade e pneus na medida 5,25-16. Como opcional podia vir com porta-malas apoiado na traseira.

A série ADC2, de 1937, trazia grade em forma de "V", novas rodas e a opção de porta-malas saliente na traseira

Foram ao todo 44 mil exemplares deste modelo de pouca duração, mas que colocou a Renault em um padrão de estilo menos convencional. Estava posicionado na linha entre o novo Juvaquatre, menor que o Celta, e o Novaquatre. O Celtaquatre não tinha mais lugar nas concessionárias em 1939.

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