Por dentro, tinha bancos dianteiros separados e carregava cinco passageiros com relativo conforto. Graças à tração dianteira, dispensava o volumoso túnel central de transmissão, o que permitiu um assoalho praticamente plano. O painel era simples e sóbrio, com velocímetro em formato retangular, e além do porta-luvas havia, abaixo dele, um bom porta-volumes. A versão de quatro ou cinco portas, mais equilibrada no conjunto, era um pouco mais potente (62 cv), podia usar pneus 155-13, pesava 865 kg e, mais veloz, fazia 140 km/h.

O Primula foi um caso raro de quatro opções com o mesmo desenho básico: duas, três, quatro ou cinco portas

No Salão de Turim de 1965 era apresentada mais uma versão: o Primula Coupé S. Sua carroceria era bem resolvida e tinha um ligeiro fastback, que lhe caiu muito bem. Deu um toque esportivo. Era obra da casa, mas recebeu a colaboração da empresa Carrozzeria Touring no desenho final — a mesma que havia pouco desenhara o Lamborghini 350 GT. Visto de lado, só a frente era comum às três versões, mas na grade havia um friso horizontal com o escudo da casa. Com o mesmo tamanho dos irmãos, pesava menos, 835 kg.

De mesma cilindrada, porém com potência de 65 cv, a nova versão usava um carburador de corpo duplo Solex. O motor estava mais elástico, com respostas melhores e boas retomadas. O acesso para manutenção também era muito bom. Esta versão fazia 145 km/h e seu consumo continuava baixo. Por dentro, o volante de três raios tinha aro de madeira e no painel havia conta-giros. Usava também pneus 145-13, mas as rodas podiam ser simples com calotas ou raiadas, que davam um toque mais esportivo. A estabilidade era muito boa.

Um ano depois dos sedãs era lançado o Coupé S, com perfil mais esportivo e agradável, além de motor pouco mais potente

Agradou muito à imprensa e ao público italiano. Visava agradar a compradores europeus, principalmente os franceses, que eram admiradores da tração dianteira. Seus concorrentes eram o compatriota Fiat 850 cupê; os alemães BMW 700 LS, Ford Cortina GT, NSU Sport Prinz e Opel Kadett Coupé S; os franceses Peugeot 204 cupê, Renault Caravelle e Simca 1000 Coupé; e o sueco Saab 99, um sedã. Em 1967 a empresa era totalmente incorporada pela Fiat.

Em 1969 o Primula recebia o motor do Fiat 124, que era outra criação de Giacosa. Mais moderno e também em posição transversal, tinha 1.197 cm³ e 65 cv. A caixa de marchas adotava sincronização Porsche e a alavanca ia para o assoalho. Todos os modelos da linha passavam a usar pneus 155-13. Por fora eram mínimas as modificações: grade com frisos horizontais e verticais e o escudo, redondo com um triângulo seccionado, no centro, mas um pouco mais alto. As luzes de direção laterais, antes redondas, passavam a ser retangulares.

Nos últimos anos a Autobianchi adotou novos motores, de 1.197 cm3 nos sedãs e 1.438 cm3 no cupê, este com comando no cabeçote e 75 cv

No cupê a traseira estava com linhas mais arredondadas e o motor mais quente. Tinha 1.438 cm³ e potência de 75 cv. O comando de válvulas era no cabeçote, tecnologia rara na época, e os quatro freios passavam a ser a disco, outro requinte técnico. A velocidade máxima chegava a 155 km/h e o pequeno com ar esportivo estava bem mais atraente. Foram produzidos 74.800 exemplares do Primula até 1970. Foi um marco na história da pequena, mas genial, Autobianchi. Em meados da década de 1990 a marca deixou de existir, tendo seus modelos absorvidos pela Lancia, também do grupo Fiat.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade