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A potência mascarada

O britânico Ford Cortina (máscara, em italiano) fez
sucesso nas pistas com a preparação da Lotus

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A Ford americana fundou sua filial na Inglaterra, em Dagenham, em 1931 para a montagem do famoso Modelo T. O objetivo era distribuí-lo na Europa, mas tempos depois começou a construir automóveis mais adequados ao mercado inglês em particular e ao europeu em geral.

Cortina, o sucessor do Anglia: um carro sóbrio de 2 ou 4 portas e mecânica modesta. No alto, o Lotus Cortina com que John Whitmore venceu o Campeonato Europeu de Sedãs de 1965

No princípio da década de 60, a Ford britânica produzia uma linha de automóveis comportados e austeros: Anglia, Cortina, Corsair, Zephyr e Zodiac. O mais veloz chegava a 166 km/h e não entusiasmava muito os desejosos de modelos mais apimentados.

O pequeno e pacato Anglia já dava sinais de velhice. Seu substituto natural, o Cortina, foi apresentado em 1962. Era um sedã de três volumes e cinco lugares, que media 4,27 metros de comprimento e pesava 790 kg. Era oferecido em versões de duas e quatro portas e perua, que recebia a denominação de Estate Car. 

Os Cortinas da Lotus em preparação para o Royal Automobile Club Rally, na Inglaterra, em 1964. A mecânica da empresa de Colin Chapman transformava o desempenho do carro

Na frente vinham dois faróis redondos e a grade em formato de trapézio, dividida por frisos cromados. Na traseira o destaque ficava por conta de pequenos "rabos de peixe" herdados da década de 50. Cromados na grade, nas laterais e traseira não faltavam -- na época, adereços quase obrigatórios. Não era um carro bonito, mas também não feria os olhos. Tinha linhas adequadas a seu tempo.

O motor básico tinha quatro cilindros em linha, cilindrada de 1.198 cm3 e potência de 54 cv, o que permitia a velocidade máxima de 130 km/h. Havia mais duas versões, uma chamada GT, mas que também não chegavam a tirar suspiros da maioria. A opção mais interessante e famosa nascia em 1963 de um casamento bem sucedido e duradouro: o Lotus Cortina. Agradou aos habitantes da ilha e também aos do continente europeu.

O Lotus Cortina vencedor do Rali Safári do Leste da África, no Quênia, em 1964

Por fora sua distinção se fazia pelo pára-choque bipartido, uma faixa verde lateral -- que dava a volta pela traseira -- e a ausência de cromados. A suspensão era rebaixada em 15 mm. Para identificar mais fácil a pequena fera inglesa, o emblema redondo da Lotus, com um triângulo inserido e o fundo na famosa cor verde-britânico, estava presente na grade, no centro do volante de três raios, nas laterais e na tampa do porta-malas. Impunha respeito. Continua

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Data de publicação deste artigo: 19/2/02

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