Em 1961 o Valiant passava a constar no catálogo da divisão Plymouth. Oferecia a opção do Slant Six de 3,7 litros e 145 cv e um hardtop duas-portas com uma inusitada janela fixa na lateral traseira. Com mínimas alterações, ganhava um primo na linha Dodge, o Lancer. Para 1962, a Plymouth disponibilizava a versão Signet com bancos dianteiros individuais. Para o ano seguinte chegava a primeira reestilização completa, que deixava o carro moderno e discreto. Pela primeira vez, a linha contava com um conversível, o mais barato do mercado americano.

Em 1963 chegava o conversível, o mais barato desse tipo nos EUA, e uma remodelação frontal que o deixava...

O desenho retilíneo e limpo trocava os faróis duplos por simples ladeando uma grade mais larga. De oitava no ranking de vendas, a Plymouth passou a quarta. No ano seguinte o cupê fastback Valiant Barracuda inaugurava o conceito dos pony-cars duas semanas antes do lendário Ford Mustang, símbolo máximo desse segmento. Até uma versão V8 de 273 pol³ (4,5 litros) e 180 cv ele tinha. Outro destaque do Valiant era o câmbio manual de quatro marchas. A linha 1965 trazia nova grade e a opção do V8 Commando, também de 4,5 litros, mas com 55 cv a mais.

Como os compactos da GM e da Ford, o Valiant ganhara homenagens do outro lado do Atlântico desde cedo. Logo em 1960 o estúdio italiano Ghia criou o roadster Asimmetrica baseado no modelo. O conceito tinha capô elevado apenas do lado do motorista, o que explicava seu nome. Modelo semelhante, o XNR, foi apresentado pela própria Plymouth em 1961. Três anos mais tarde o cupê Valiant V-280 embelezava o Salão de Turim, também com assinatura da Ghia.

...mais interessante: apenas dois faróis circulares e uma grade mais ampla, no estilo que serviria de base para o primeiro Barracuda

Mas era a geração iniciada em 1967, sem conversível nem perua, que teria especial interesse para o mercado brasileiro. Ainda em 1963 a Dodge havia renomeado o Lancer como Dart, nome antes usado num modelo maior. Assim, a versão 1969 do “compacto” Dodge Dart V8, carro criado a partir do Valiant, foi quem deu origem ao modelo nacional no mesmo ano (leia história). Nos EUA o Plymouth continuaria sua própria história, bem além do Corvair e do Falcon.

Em 1970 chegava o cupê fastback Valiant Duster, grande sucesso com suas linhas suaves e V8 de 318 pol³ (5,2 litros) e 230 cv ou o aclamado 340 pol³ (5,6 litros) de 275 cv. Era o compacto Valiant na era dos muscle-cars. Nessa época o crescido Barracuda já nem usava mais a A-body. Outro cupê, o Scamp de 1971, tinha entreeixos maior — o que o sedã só adotaria em 1974, ano do lançamento da luxuosa versão Brougham. Enquanto isso, 11 anos depois do primeiro Valiant, Detroit impressionava com seus primeiros subcompactos: Chevrolet Vega, Ford Pinto e AMC Gremlin.

O Valiant 1967 é o mais interessante para nós: deu origem à geração do Dodge Dart americano que marcaria sua estréia no Brasil em 1969

Curiosamente, a Chrysler só participaria bem depois dessa revolução, com o Dodge Omni e o Plymouth Horizon de 1978. A empresa tinha apenas os importados Mitsubishi Colt, vendido pela Dodge, e Plymouth Cricket, malfadada idéia de distribuir aos EUA as versões quatro-portas e perua do inglês Hillman Avenger, que gerou nosso Dodge 1800/Polara. Porém, diferente da primeira e segunda geração, o Valiant lançado em 1967 viveria por vários anos até o Volare tomar seu lugar em 1976 — sem contar a sobrevida desse reverenciado projeto em outros países, como Austrália e Brasil.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados