Depois de passar a ser feito na Suécia, o cupê recebeu alterações sutis, como para-choques, grade dianteira e frisos laterais

Apesar de atributos como o comportamento dinâmico, o P1800 era caro demais: a fábrica tentava colocá-lo como opção ao Mercedes 300 SL

 

O comportamento dinâmico também foi destacado pela Autocar. "Mesmo uma série de mudanças de direção, feita a velocidades que atrapalhariam carros de pretensões mais esportivas, não prejudica o equilíbrio do P1800", ela escreveu. A conclusão dos britânicos foi: "Esse carro está fora dos padrões, por ser completamente isento de defeitos. Embora seja difícil apontar qualquer outra virtude excepcional, a fórmula parece ideal e, mesmo pelo preço, o cupê é muito bem-equipado. A Volvo pode muito bem ter dificuldade em atender à demanda".

O que não aconteceu de fato, e a razão mais provável parece ter sido o preço. O P1800 custava cerca de 50% mais que o sedã Amazon e era mais caro que um Jaguar Mark 2, o que o colocava em um segmento sofisticado — a Volvo o anunciava como alternativa a um Mercedes-Benz 300 SL ou ao francês Facel Vega, mas essa tarefa estava acima de seu potencial em termos de requinte, imagem ou desempenho.

De volta para casa   Com duas novas fábricas — em Torslanda, na Suécia, e em Alsemberg, Bélgica —, a Volvo estava apta a assumir a montagem do P1800 em 1963, para pôr fim às reclamações de que sua qualidade construtiva não estava à altura dos padrões da marca. A unidade de Lundby passou a fazer o cupê com carrocerias ainda construídas pela Pressed Steel, o que se manteria até 1969.

Se de início não houve modificações no modelo, a linha 1964 trazia diversas pequenas novidades. Renomeado 1800S — letra não para Sport, como se supõe, mas para Sweden ou Suécia —, vinha com novos bancos (incluindo um digno do nome na traseira, embora ainda pouco espaçoso), acabamento interno e calotas, enquanto o motor passava a desenvolver 104 cv e 15 m.kgf por meio de taxa de compressão mais alta e comando de válvulas mais "bravo".

Outras alterações vieram, discretas, nos anos seguintes. O modelo 1965 vinha com para-choques de lâmina reta, sem as curvas na região da placa de licença dianteira; um ano mais tarde ele ganhava nova grade; para 1967 a grade mudava mais uma vez e o friso cromado lateral deixava de acompanhar a curva da chapa na área das maçanetas.

Foi desse ano o carro que a norte-americana Motor Trend  dirigiu para uma avaliação em 2006, um dos usados nas filmagens de O Santo.  "O caráter geral do 1800 é um cruzamento entre um puro carro esporte e um GT compacto. Ele não faz curvas ou responde tão rápido quanto um Alfa Romeo GTV, mas é comunicativo o suficiente e roda com perfeição".

Em escala
Entre as miniaturas de P1800, chama atenção o cupê da Revell, em escala 1:18, com bom detalhamento. É preto com interior vermelho e reproduz a versão 1800S.
A clássica Matchbox lançou o 2010 o modelo 1800S de 1969 em escala 1:64, não a melhor opção para se verem detalhes. Vem em um tom de cobre metálico.
Quem prefere a versão perua 1800ES tem uma opção da Minichamps, marca alemã cuidadosa com os detalhes. A miniatura em escala 1:72 vem na cor verde com interior em preto.
Ainda menores são os modelos da Herpa, fábrica especializada na escala 1:87. São oferecidos o cupê em branco e azul claro metálico e a 1800ES em branco, prata metálico e cobre.
Para ler
Volvo 1800: The Complete Story - por David G. Styles, editora Crowood. A história detalhada desse Volvo é contada em 192 páginas. O livro, de 2002, traz informações do projeto, detalhes de cada fase da produção e dicas para comprar e manter.

Volvo 1800 Ultimate Portfolio - por R. M. Clarke, editora Brooklands Books. Conhecido por suas compilações de matérias publicadas em revistas, Clarke reúne em 208 páginas testes, comparativos, dados técnicos e guias de compra sobre o P1800 e os posteriores 1800S, E e ES. A edição é de 2006.
Volvo: Safety with Style - por Richard Dredge, editora Haynes Publishing. Não haveria modelo mais adequado que o 1800 para a capa de um livro sobre a Volvo denominado "segurança com estilo". Em 160 páginas, a obra de 2004 resume a história da marca desde os anos 20, descreve os modelos mais importantes e conta como é dirigi-los.

Volvo Cars: A Rhapsody - 1927-2000 - por Christer Olsson, editora Norden Media. Lançado em 2000, o livro de 128 páginas traz todos os modelos produzidos no período citado, com dados técnicos básicos e fotos de época.

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