
Oferecido com três ou cinco
portas, o GTE acelerava de 0 a 100 km/h em 10 segundos: um sério
oponente ao Golf GTI de segunda geração



A perua Caravan também dava
escolha de número de portas e, com base em sua carroceria, a Opel
desenvolveu o furgão Van (embaixo) |
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Opel
Kadett: Alle Modellreihen - por Peter Schulz, editora Heel.
Os interessados em ler mais sobre o Kadett precisarão de algum
conhecimento de idiomas — no caso, de alemão. O livro de 128
páginas, publicado em 2010, conta a história do modelo desde o
original da década de 1930, com grandes fotos e dados técnicos.
Das Große Opel Kadett-Buch - por Christoph Reifenrath e
Thomas Fuths, editora Heel. Lançado em 1993, pouco depois que o
modelo saiu de produção na Alemanha, o "grande livro do Kadett"
tem 182 páginas e também aborda todas as gerações, em alemão.
Opel Kadett (Le Vetture che Hanno Fatto la Storia) - por
Paolo Ferrini, editora Giorgio Nada. Se alemão for um problema,
talvez a semelhança do italiano com o português ajude na
compreensão. O livro de Ferrini, parte de uma série sobre
"carros que fizeram a história, propõe-se a trazer uma rica
galeria de imagens e informações variadas em 96 páginas. A
primeira edição é de 1995.
Opel Seit 1899 - por Alexander F. Storz, editora
Motorbuch Verlag. Também em alemão, a obra de 256 páginas
relembra a história da Opel desde seu ingresso na produção de
automóveis, há 112 anos. Publicado em 2007, naturalmente traz o
Kadett como parte muito importante desse caminho. |
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Suas
novas dimensões eram 3,99 m de comprimento (4,21 m no caso da perua),
1,64 m de largura, 1,38 m de altura e 2,52 m entre eixos, com peso entre
815 e 1.005 kg. O coeficiente aerodinâmico
(Cx) 0,39 estava entre os melhores na época. Embora quase 13 cm mais
curto que o antecessor, o Kadett D era mais espaçoso no interior, cujo
painel serviria de inspiração para o do
Ascona 1981 — o
Monza brasileiro.
Com o modelo D chegava um novo motor de 1,3 litro da linha OHC, com
cabeçote de alumínio dotado de fluxo cruzado
e disponível em duas versões: uma com 60 cv e 9,4 m.kgf, outra (chamada
de S) com 75 cv e 10,1 m.kgf. Diferenciavam-se pela taxa de compressão
e, em conseqüência, e o tipo de gasolina exigido, comum ou de alta
octanagem. A linha trazia novas
suspensões (dianteira pelo conceito McPherson, traseira com eixo de
torção) e tanque de combustível abaixo do banco traseiro, posição segura
e favorável ao espaço interno, hoje consagrada.
A nova geração foi anunciada como "um vencedor" pela revista Motor,
que resumiu: "Ele oferece uma combinação de desempenho, economia,
estabilidade e espaço interno não rivalizada por qualquer modelo da
classe, e impõe uma grande ameaça ao Golf". A revista atribuiu-lhe notas
altas em acomodação dos ocupantes, desempenho, comportamento dinâmico e
freios, enquanto nível de ruído e conforto de marcha foram apenas
aceitáveis.
"Ficamos muito impressionados com o primeiro carro de tração dianteira
da GM europeia. À parte uma ou duas limitações, ele é um esforço muito
competente. Se a Opel puder fazer o Kadett tão silencioso quanto o
VW Polo, a GM, sem dúvida, terá um grande
carro para produzir mundo afora. O Kadett está destinado ao sucesso e é
capaz de chacoalhar severamente a atual posição da VW com o Golf". Além
desse adversário direto, ele concorria com Escort (que estava por ganhar
tração dianteira), Alfasud,
Fiat Ritmo e Renault 14.
A Popular Science avaliou na Europa o hatch e também o aprovou:
"No trânsito urbano, ele surpreende pela agilidade. Engates precisos e
embreagem leve encorajam o pleno uso da alavanca de câmbio. Em uma
estrada sinuosa, embora os pneus gritassem em agonia, não perderam a
aderência e havia pouca inclinação da carroceria. A suspensão mostrou a
mesma estabilidade em rápidas mudanças de faixa".
Na inglesa Car, a versão GL enfrentou um grande desafio: o Golf
GLS, também de 1,3 litro. A conclusão: "Vitória do Kadett, mas não
decisiva. Ele oferece um grande espectro de desempenho para um 1,3, um
pouco mais de estabilidade que o Golf e esportividade sem sacrificar o
conforto de marcha. Comparado ao Kadett, o Golf é um carro para se ir
mais devagar, confortavelmente".
Mais motores logo foram inseridos na linha: o veterano 1,2 S de comando
no bloco (60 cv e 8,8 m.kgf) em 1980, o 1,6 S da linha OHC (90 cv e 12,4
m.kgf) no ano seguinte e em 1982, pela primeira vez, uma opção a diesel
— o motor de 1,6 litro, derivado daquele já existente a gasolina, tinha
comando no cabeçote, 54 cv e 9,6 m.kgf. Mercados de exportação, como a
Itália, o receberam ainda com o 1,0-litro de 40 ou 50 cv.
O
esportivo GTE
Para os
adeptos do apelo esportivo, o Kadett SR trazia os motores 1,3 S e 1,6 S,
anexos aerodinâmicos, laterais inferiores em preto e bancos Recaro. De
início tinha três portas, mas a opção de cinco viria depois. Desempenho
realmente picante, só em 1983 com o GTE, que adotava motor OHC de 1,8
litro com injeção, 115 cv e 15,3 m.kgf. Esse esportivo podia chegar a
187 km/h e passar de 0 a 100 em 10 segundos. Dotado de rodas de
alumínio, itens externos na cor da carroceria, suspensão mais baixa e
firme e freios dianteiros a disco ventilado, o esportivo enfrentava mais
uma vez o Golf GTI e outros hatches de sua classe.
E agradou à revista Car sul-africana: "O carro reage ao
menor toque no acelerador em qualquer marcha, pois a curva de torque é
bastante plana. No trânsito ou em ultrapassagens, o GTE desempenha bem.
Ele acelerou de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos, rápido o bastante para se
colocar no mesmo nível do VW Golf GTi e do Mitsubishi Tredia Turbo".
Também o comportamento impressionou: "Nisso o carro realmente brilha. A
aderência é excelente e a atitude é geralmente neutra". Mesmo no limite
das curvas, ele "tende a sair com as quatro rodas e é deliciosamente
controlável em uma pista de corrida — parece um grande kart. E os freios
inspiram máxima confiança".
Na britânica What Car?, a versão local Vauxhall Astra GTE
1,8 enfrentou dois concorrentes de 1,6 litro, o Ford Escort XR3i 1,6 e o
Fiat Strada (Ritmo) 105 TC. O Kadett inglês foi considerado o melhor
carro em estabilidade e conforto de marcha (empatado com o Escort) e em
acomodações internas, mas ambos perderam para o Fiat em desempenho.
Continua
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