A sigla GTE voltava em 1983 com esse Kadett D mais vigoroso: motor de 1,8 litro com injeção e 115 cv, suspensão firme, quase tudo na cor da carroceria

Oferecido com três ou cinco portas, o GTE acelerava de 0 a 100 km/h em 10 segundos: um sério oponente ao Golf GTI de segunda geração

A perua Caravan também dava escolha de número de portas e, com base em sua carroceria, a Opel desenvolveu o furgão Van (embaixo)

 
Para ler
Opel Kadett: Alle Modellreihen - por Peter Schulz, editora Heel. Os interessados em ler mais sobre o Kadett precisarão de algum conhecimento de idiomas — no caso, de alemão. O livro de 128 páginas, publicado em 2010, conta a história do modelo desde o original da década de 1930, com grandes fotos e dados técnicos.

Das Große Opel Kadett-Buch - por Christoph Reifenrath e Thomas Fuths, editora Heel. Lançado em 1993, pouco depois que o modelo saiu de produção na Alemanha, o "grande livro do Kadett" tem 182 páginas e também aborda todas as gerações, em alemão.

Opel Kadett (Le Vetture che Hanno Fatto la Storia) - por Paolo Ferrini, editora Giorgio Nada. Se alemão for um problema, talvez a semelhança do italiano com o português ajude na compreensão. O livro de Ferrini, parte de uma série sobre "carros que fizeram a história, propõe-se a trazer uma rica galeria de imagens e informações variadas em 96 páginas. A primeira edição é de 1995.

Opel Seit 1899 - por Alexander F. Storz, editora Motorbuch Verlag. Também em alemão, a obra de 256 páginas relembra a história da Opel desde seu ingresso na produção de automóveis, há 112 anos. Publicado em 2007, naturalmente traz o Kadett como parte muito importante desse caminho.

Suas novas dimensões eram 3,99 m de comprimento (4,21 m no caso da perua), 1,64 m de largura, 1,38 m de altura e 2,52 m entre eixos, com peso entre 815 e 1.005 kg. O coeficiente aerodinâmico (Cx) 0,39 estava entre os melhores na época. Embora quase 13 cm mais curto que o antecessor, o Kadett D era mais espaçoso no interior, cujo painel serviria de inspiração para o do Ascona 1981 — o Monza brasileiro.

Com o modelo D chegava um novo motor de 1,3 litro da linha OHC, com cabeçote de alumínio dotado de fluxo cruzado e disponível em duas versões: uma com 60 cv e 9,4 m.kgf, outra (chamada de S) com 75 cv e 10,1 m.kgf. Diferenciavam-se pela taxa de compressão e, em conseqüência, e o tipo de gasolina exigido, comum ou de alta octanagem.  A linha trazia novas suspensões (dianteira pelo conceito McPherson, traseira com eixo de torção) e tanque de combustível abaixo do banco traseiro, posição segura e favorável ao espaço interno, hoje consagrada.

A nova geração foi anunciada como "um vencedor" pela revista Motor, que resumiu: "Ele oferece uma combinação de desempenho, economia, estabilidade e espaço interno não rivalizada por qualquer modelo da classe, e impõe uma grande ameaça ao Golf". A revista atribuiu-lhe notas altas em acomodação dos ocupantes, desempenho, comportamento dinâmico e freios, enquanto nível de ruído e conforto de marcha foram apenas aceitáveis.

"Ficamos muito impressionados com o primeiro carro de tração dianteira da GM europeia. À parte uma ou duas limitações, ele é um esforço muito competente. Se a Opel puder fazer o Kadett tão silencioso quanto o VW Polo, a GM, sem dúvida, terá um grande carro para produzir mundo afora. O Kadett está destinado ao sucesso e é capaz de chacoalhar severamente a atual posição da VW com o Golf". Além desse adversário direto, ele concorria com Escort (que estava por ganhar tração dianteira), Alfasud, Fiat Ritmo e Renault 14.

A Popular Science avaliou na Europa o hatch e também o aprovou: "No trânsito urbano, ele surpreende pela agilidade. Engates precisos e embreagem leve encorajam o pleno uso da alavanca de câmbio. Em uma estrada sinuosa, embora os pneus gritassem em agonia, não perderam a aderência e havia pouca inclinação da carroceria. A suspensão mostrou a mesma estabilidade em rápidas mudanças de faixa".

Na inglesa Car, a versão GL enfrentou um grande desafio: o Golf GLS, também de 1,3 litro. A conclusão: "Vitória do Kadett, mas não decisiva. Ele oferece um grande espectro de desempenho para um 1,3, um pouco mais de estabilidade que o Golf e esportividade sem sacrificar o conforto de marcha. Comparado ao Kadett, o Golf é um carro para se ir mais devagar, confortavelmente".

Mais motores logo foram inseridos na linha: o veterano 1,2 S de comando no bloco (60 cv e 8,8 m.kgf) em 1980, o 1,6 S da linha OHC (90 cv e 12,4 m.kgf) no ano seguinte e em 1982, pela primeira vez, uma opção a diesel — o motor de 1,6 litro, derivado daquele já existente a gasolina, tinha comando no cabeçote, 54 cv e 9,6 m.kgf. Mercados de exportação, como a Itália, o receberam ainda com o 1,0-litro de 40 ou 50 cv.

O esportivo GTE   Para os adeptos do apelo esportivo, o Kadett SR trazia os motores 1,3 S e 1,6 S, anexos aerodinâmicos, laterais inferiores em preto e bancos Recaro. De início tinha três portas, mas a opção de cinco viria depois. Desempenho realmente picante, só em 1983 com o GTE, que adotava motor OHC de 1,8 litro com injeção, 115 cv e 15,3 m.kgf. Esse esportivo podia chegar a 187 km/h e passar de 0 a 100 em 10 segundos. Dotado de rodas de alumínio, itens externos na cor da carroceria, suspensão mais baixa e firme e freios dianteiros a disco ventilado, o esportivo enfrentava mais uma vez o Golf GTI e outros hatches de sua classe.

E agradou à revista Car  sul-africana: "O carro reage ao menor toque no acelerador em qualquer marcha, pois a curva de torque é bastante plana. No trânsito ou em ultrapassagens, o GTE desempenha bem. Ele acelerou de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos, rápido o bastante para se colocar no mesmo nível do VW Golf GTi e do Mitsubishi Tredia Turbo". Também o comportamento impressionou: "Nisso o carro realmente brilha. A aderência é excelente e a atitude é geralmente neutra". Mesmo no limite das curvas, ele "tende a sair com as quatro rodas e é deliciosamente controlável em uma pista de corrida — parece um grande kart. E os freios inspiram máxima confiança".

Na britânica What Car?,  a versão local Vauxhall Astra GTE 1,8 enfrentou dois concorrentes de 1,6 litro, o Ford Escort XR3i 1,6 e o Fiat Strada (Ritmo) 105 TC. O Kadett inglês foi considerado o melhor carro em estabilidade e conforto de marcha (empatado com o Escort) e em acomodações internas, mas ambos perderam para o Fiat em desempenho.  Continua

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