Tudo pela aerodinâmica: o Kadett E aderia às curvas para obter o ótimo Cx 0,32; diversos motores a gasolina e a diesel eram oferecidos

Além de hatch e perua, que chegaram ao Brasil, a linha contava com o sedã de quatro portas, lançado em 1985, talvez o menos atraente deles

O veredito final foi favorável ao Ford, com o Vauxhall em segundo: "Não há nada que desabone o carro — tem bom desempenho e comportamento preciso —, mas ele se parece demais com qualquer Astra para ser o vencedor no mercado de esportivos. Em aspectos mais mundanos o GTE é o melhor: tem o maior espaço para bagagem, uma cabine espaçosa, e é provavelmente o mais confortável".

Outra variação da linha buscava um público diferente. A perua Caravan Pirsch, de 1982, trazia suspensão mais alta e com regulagem de altura na traseira, pneus de uso misto, proteções na parte inferior e diferencial autobloqueante. Mais que um aspecto de aventura, o objetivo era atender a caçadores, fazendeiros e policiais florestais com um carro econômico e capaz de rodar com desenvoltura fora do asfalto. Desde o ano anterior era possível ter o Kadett com caixa automática de três marchas.

Entre todas essas versões — mais a Van, uma perua sem banco ou vidros na parte traseira para servir de furgão —, o Kadett D somou 2,1 milhões de unidades fabricadas em cinco anos. É verdade que nessa fase a Opel não conseguiu levar o modelo aos quatro cantos do mundo, como acontecera com o antecessor, mas a nova geração que estava por ser lançada atingiria esse feito com eficácia ainda maior.

Inspirado em uma gota   Depois da completa reformulação mecânica apresentada pelo Kadett D, o que o mercado poderia esperar para seu sucessor? A Opel respondeu com uma palavra: aerodinâmica. O empenho dos fabricantes na redução da resistência ao ar vinha chegando a extremos na década de 1980, como forma de colaborar para menor consumo de combustível, e a geração E do modelo alemão, lançada em 1984, era um bom exemplo dessa tendência.

Visto de cima, o novo Kadett lembrava uma gota d'água, com um perfil fluido e a seção traseira mais estreita que a dianteira. De qualquer ângulo seu desenho suave transmitia um ar moderno, sem deixar de se parecer com o anterior. O Cx da maioria das versões era muito bom, 0,32, e o da esportiva GSi ainda melhor, 0,30 — o mais baixo entre os hatches da época e um dos campeões entre os carros de produção.

A gama inicial contava com hatches e peruas de três e cinco portas, a que se somava em 1985 o sedã de três volumes e quatro portas. Em termos de tamanho ele pouco mudara em relação ao D: 3,99 m de comprimento no hatch (4,22 m no sedã, 4,23 m na Caravan), 1,66 m de largura, 1,40 m de altura e os mesmos 2,52 m de distância entre eixos. Continua

Nas pistas

O Kadett participou de corridas em asfalto e ralis nas gerações A e B, mas foi com o modelo C que sua carreira esportiva ganhou ímpeto. O GT/E foi aos ralis pelo regulamento do Grupo 4 (acima) com preparação que levava o motor de 1,9 litro a 228 cv ou, na versão para asfalto, 265 cv. A Opel adotou cabeçote com duplo comando e 16 válvulas, pistões forjados e injeção Kugelfischer e aplicou câmbio de cinco marchas, diferencial autobloqueante e rodas de 9,5 x 13 pol.

Com um desses, Walter Röhrl e Rauno Aaltonen venceram em 1976 os Ralis de Monte Carlo e de Portugal. A Opel conseguiu naquele ano o segundo lugar entre os construtores no Mundial de Rali. O novo regulamento do Grupo 2 em 1978 impedia o uso de cabeçotes especiais, mas a empresa não o abandonou, adotando muitas de suas soluções na unidade de 2,4 litros do Ascona 400, um ano depois.

Na Inglaterra, o Vauxhall Chevette HS (acima) de 2,3 litros para rua foi construído para homologação para o Grupo 4. Feito em parceria com a Blydenstein Racing, da equipe oficial da fábrica, o HS obteve vitórias nas mãos de pilotos como Pentti Airikkala e Tony Pond, enfrentando nas estradas poeirentas o Ford Escort. Com ele a Vauxhall levou o Campeonato Britânico de Rali em 1979, entre os pilotos, e em 1981 entre os construtores.

Uma versão ainda mais "brava", a HSR, foi elaborada em 1981 com para-lamas alargados e mudanças em suspensão, freios e embreagem. Contudo, o Chevette já estava superado e, com a fusão dos departamentos de competição da Opel e da Vauxhall, o projeto foi cancelado em favor do Manta 400.

A geração D teve menor atuação em competições, mas deu origem ao projeto Kadett 400 (acima). Para correr em um rali na Cidade do Cabo, África do Sul, a Opel aplicou a carroceria do hatch à plataforma do Manta 400, com motor de 2,4 litros longitudinal, transmissão completa (com tração traseira) e suspensões. Os para-lamas bastante alargados mostravam que esse não era um Kadett comum.

A carreira nos ralis continuou com a geração E. Tão logo o GSi de rua era apresentado, a Opel já tinha pronta uma versão de 170 cv para competição. O modelo foi um dos grandes contendores na classe de 2,0 litros por anos.

O Campeonato Alemão de Carros de Turismo (DTM) foi outro campo para o Kadett ir às pistas. A equipe oficial lançada em 1989 corria com o GSi preparado (acima) para obter 270 cv a 8.100 rpm e com peso reduzido a 800 kg. No campeonato similar dos britânicos, o BTCC, a versão GTE de 16 válvulas da Vauxhall venceu a temporada de 1989 nas mãos de John Cleland.

O mais potente Kadett já feito pela Opel em todos os tempos foi o Rallye 4x4 (acima), concluído em 1985 conforme o regulamento do Grupo S. Um motor Zakspeed/Cosworth com turbo, de 1,9 litro e 500 cv, estava previsto para esse superhatch em conjunto a uma tração integral com repartição de torque variável entre os eixos.

O objetivo era competir no Grupo B de rali, mas o "monstro branco", como foi apelidado, não chegou a correr na categoria — que se mostrou perigosa, com acidentes fatais, e acabou extinta em favor de carros de menor potência.

Sem dar o uso pretendido aos carros, a Opel preparou dois desses Kadetts para competir em 1986 o Rali Paris-Dacar (acima) e o Audi Sport Rally. A tração integral foi mantida, mas com motor de 2,4 litros e 16 válvulas do Manta, suspensão mais alta e pneus apropriados às severas condições de terreno da prova, que ligava a capital francesa à do Senegal, na África. Um deles terminou em 37°. lugar e outro em 40°. na classificação geral.

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