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O caçula da Alfa

Rejeitado pelo baixo desempenho e pela tração dianteira,
o Alfasud conquistou seu espaço com as versões Sprint

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A Anonima Lombarda Fabbrica di Automobili ou ALFA, fundada em 1910 e que se tornaria Alfa Romeo ao ser adquirida, cinco anos depois, por Nicola Romeo, fez sua fama construindo -- e não raro colocando nas pistas -- sedãs, cupês e spiders de tração traseira, quase sempre de estilo atraente e alto desempenho. Assim, não foi com exato entusiasmo que os "alfistas" conheceram, no Salão de Turim em novembro de 1971, o Alfasud.

Tração dianteira, quatro portas, estilo simples, motor de 1,2 litro e 63 cv e, ainda,
fabricação no sul da Itália: o primeiro Alfasud era tudo o que um alfista
não queria

Era um médio-pequeno (2,45 metros entre eixos, 3,89 de comprimento) de dois volumes, quatro portas (pequena tampa de porta-malas, como no Passat brasileiro) e... tração dianteira. Ainda por cima, o pequeno motor de 1,2 litro, com um só comando de válvulas por cabeçote, desenvolvia apenas 63 cv de potência e 8,3 m.kgf de torque, levando 15 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h. E sua fabricação era na nova unidade em Pomigliano d'Arco, no sul da Itália -- sud em italiano, daí a denominação --, por incentivos do governo para conter a concentração populacional no norte do país.

O estilo retilíneo fora desenhado por Giorgio Giugiaro, enquanto o chefe da equipe responsável pelo projeto, Rudolf Hruschka, era um austríaco que viera da Volkswagen. Isso explica o jeito pouco italiano, quase germânico do carro. A chegada ao mercado acabou ocorrendo só em junho de 1972. Mas, se o estilo e o desempenho não entusiasmavam, o Alfasud conquistava elogios pelo comportamento dinâmico.

Com a versão ti, de 1973, o Alfasud começava a ganhar esportividade: cinco marchas, duas portas, os quatro faróis redondos típicos da marca. O comportamento dinâmico era um destaque

A suspensão dianteira era McPherson, e a traseira, de eixo rígido posicionado por articulações Watts. Tinha freios a disco nas quatro rodas (os dianteiros inboard ou internos, próximos ao diferencial, sendo responsáveis também pelo freio de estacionamento; não havia servofreio, porém, dado o reduzido peso de 830 kg), direção por pinhão e cremalheira e baixo centro de gravidade, para o que concorria o motor de quatro cilindros opostos. Como opção aos estreitos pneus 145/80-13 havia os 165/70-13.

Em seu primeiro ano, o Alfasud teve dois faróis quadrados, quatro portas e câmbio de quatro marchas. A versão ti (turismo internazionale), em 1973, trazia as esperadas duas portas, cinco marchas, servofreio, conta-giros no painel e um motor com taxa de compressão mais alta e 68 cv. Com quatro faróis redondos, como convinha a um Alfa Romeo, estava mais atraente. Em 1975 vinha o Alfasud Lusso, ou luxo, e um ano depois o 5M, alusivo ao câmbio de cinco marchas, também com melhor acabamento.

O Sprint, em 1976, um passo decisivo: três portas e motor de 1,3 litro, cuja potência cresceria rapidamente

Mas o melhor da festa viria em 1976: o Sprint, um hatchback de três portas, também de Giugiaro e pouco mais longo (4,01 metros, mantendo o entreeixos). O nome fora empregado pela primeira vez em 1951, no 1900 C, e tem tanto carisma no mundo Alfa que ainda deve retornar em um cupê derivado do atual 147 (leia segredo). As linhas lembravam as do Alfetta GTV. Continua

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Data de publicação: 7/1/03

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