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Receita de sucesso à italiana

Além do desenho impecável, a técnica empregada na construção
do Fulvia criou boa parte da fama que a Lancia tem hoje

Texto: Thiago Mariz - Fotos: divulgação

O antecessor: o compacto Appia, lançado em 1953 e feito por 10 anos

O modelo inicial Berlina, ou sedã, da linha Fulvia: as linhas retas e sóbrias escondiam uma mecânica com soluções pouco ortodoxas

Quando pensamos na Itália, logo vem à mente o que há de melhor em desenho. Corrobora para isso o fato de que as mais famosas casas de estilo do setor automotivo estão lá: Pininfarina, ItalDesign, Bertone e outras.
 
Para não fugir à regra, estilo e técnica apurada sempre foram a idéia primordial da Lancia. A marca italiana, hoje parte do grupo Fiat, construiu sua imagem de inovações com modelos como o Lambda e o Aprilia, ainda na primeira metade do século passado. Após trocar de mãos, melhorou sua saúde financeira com o sucesso do Aurelia, do Appia e do Flavia. Mas, em um mercado que naquela época já era bastante competitivo, era necessário criar um produto mais moderno. Apostando na quebra total de valores a empresa lançava, no Salão de Genebra de 1963, o substituto do Appia: o Lancia Fulvia.
 
Um carro completamente novo, o Fulvia, projetado por Antonio Fessia, rompia os padrões de estilo impostos pelo Appia, com muitas curvas e volumes típicos da primeira metade do século. Ao contrário do antecessor, sua tração era dianteira, algo raro naquele tempo, e seu compacto motor de quatro cilindros em "V" — configuração que por si só já é bastante exótica — tinha as bancadas de cilindros tão próximas entre si, a apenas 13°, que somente um cabeçote dava conta do recado. A mesma solução seria usada, décadas mais tarde, pela Volkswagen no VR6 de seis cilindros.
 
O Berlina —  como os italianos chamam os sedãs — possuía linhas comuns à época, mas nem por isso menos interessantes. Os traços retos mostravam três volumes bem definidos. À frente, dois faróis circulares de cada lado eram emoldurados por uma grade cromada com frisos horizontais que ostentava o símbolo da marca. Dava charme e elegância. Logo abaixo de cada grupo óptico havia uma luz de direção em formato retangular.
 
As laterais eram limpas, sem recortes ou curvas, contando apenas com um friso que começava no repetidor lateral de luzes de direção, no pára-lama, e ia até a traseira e outro, cromado, que ornava a parte logo abaixo das portas. Com colunas estreitas, a boa área envidraçada garantia ampla visibilidade ao motorista. A carroceria era do tipo monobloco, com entreeixos de 2,48 metros e comprimento de 4,1 m. O interior seguia a proposta de sobriedade, embora bem-acabado. O novo carro da Lancia não era considerado barato, mas se mostrou um sucesso de mercado.

O motor compacto, montado em posição transversal à frente do eixo dianteiro, usava duplo comando de válvulas no cabeçote, este construído em alumínio assim como o cárter. Com cilindrada de 1.091 cm³, rendia potência de 59 cv a 5.800 rpm e torque de 8,4 m.kgf a altas 4.000 rpm. O câmbio era manual de quatro marchas. O peso de 1.030 kg possibilitava razoável aceleração e a velocidade máxima era de 138 km/h. Continua

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Data de publicação: 22/3/08

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