Simplicidade por natureza

Robusto, prático e barato, o Panda revive desde os anos 80
o tema proposto pela Fiat com os clássicos 500 e 600

Texto: Thiago Mariz - Fotos: divulgação

Linhas retas e singelas, grade aberta só no lado esquerdo e um interior bastante espartano: o Panda em seu modelo original lançado em 1980

Carros pequenos, baratos e de construção simples nem sempre foram sinônimo de mercados subdesenvolvidos. Na Europa os pequenos citadinos mostram valentia em meio às ruas estreitas e ao alto preço dos combustíveis. A Itália, que viveu momentos difíceis nos pós-guerras, vez ou outra necessitava de um veículo do tipo "pau para toda obra", capaz de motorizar sua população sem muito conforto, mas com o máximo de economia.

Foi pensando em quem precisava de um meio de transporte sem luxo que nasceu, em fevereiro de 1980, o pequeno Fiat Panda, nome simpático de um modelo que tinha uma grande responsabilidade pela frente: continuar a estirpe de outros compactos de sucesso da marca, em especial o "Nuova" 500, feito de 1957 a 1975, e o 600, produzido de 1955 a 1969.

O carrinho era o que se pode chamar de alegre, quase infantil. Criado pelo projetista italiano Giorgetto Giugiaro, o Panda antecipava em boa parte as formas que se veriam três anos depois no Uno, mas com linhas mais retas e simples. Se o irmão maior ganharia no Brasil a alcunha de bota ortopédica, o Panda ia além. Quinas eram encontradas aos borbotões. A frente era reta, com faróis quadrados e luzes de direção nas extremidades. A grade se resumia a uma placa com apenas metade dela ocupada por uma grelha. Os pára-choques de plástico sem pintura, bem-vindos para a proposta de economia, se somavam a uma grande moldura nas laterais. Outros detalhes eram os vidros planos, mais baratos e que diminuíam o custo da carroceria, e o limpador de pára-brisa com braço único. A traseira tinha queda abrupta e terminava em lanternas delgadas e verticais.

Por dentro a simplicidade também reinava absoluta. À frente de um volante de dois raios, muito parecido com o de nossos primeiros Unos, estava um painel retilíneo que contava com uma espécie de porta-objetos em toda sua extensão. No mais, painéis de portas simples, bancos com cores alegres para quebrar a monotonia e espaço milimetricamente disponível. As capas dos bancos eram removíveis e laváveis e o traseiro contava com regulagem em sete posições. Suas dimensões seguiam o padrão de discrição: com 2,16 metros de entreeixos, tinha 3,41 m de comprimento, 1,49 m de largura e 1,42 m de altura. Seu tanque comportava 40 litros.

O primeiro Panda oferecia dois motores, ambos oriundos das prateleiras da Fiat. A versão conhecida como Panda 30, em alusão à potência, usava o do antigo 126, com dois cilindros, refrigeração a ar, comando de válvulas no bloco e 652 cm³ de cilindrada. Desenvolvia 30 cv e o baixo torque de 4,2 m.kgf. Já o Panda 45 recebia a unidade do 127, um quatro-cilindros refrigerado a água com 903 cm³, também de comando no bloco. Tinha 47 cv e 6,8 m.kgf. Dois anos depois, em setembro de 1982, outra unidade motriz tornava-se opção na gama. Batizado de Panda 34, o carro usava o motor do Fiat 850, com 843 cm³, 34 cv e 5,5 m.kgf. Sua suspensão seguia o conceito McPherson com molas helicoidais à frente e usava eixo rígido atrás, com feixes de molas semi-elípticas.

Ainda em 1982, no Salão de Paris, a marca de Turim apresentava outra versão do carrinho, a 45 Super. Recebia pequenas mudanças estéticas, entre elas a tradicional grade de filetes horizontais cortados pelo logotipo de cinco barras cromadas na diagonal, que equipou praticamente todos os Fiats da época, inclusive a linha brasileira. Aparecia também um câmbio manual de cinco marchas para reduzir o consumo rodoviário. Em 1983 era a vez da versão 30 Super fazer parte do catálogo. Continua

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Data de publicação: 9/8/08

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